Louis não deveria ter ficado tão surpreso com a aparição deles. Não foi totalmente repentina, afinal, nos últimos dias ele vinha recebendo ligações e mensagens deles. As ligações, Louis só atendeu as duas primeiras, gravou o número e bloqueou as posteriores. As mensagens, apagadas sem serem lidas. Não deveria, mas ele estava sim surpreso. E irritado.
Não deveria estar sendo difícil ignorá-los até que esquecessem a sua existência. Foi o que ele fez todos esses anos. E estava seguro de que tinha dado certo... Mas então vieram as chamadas. E agora eles estavam ali.
O que faria?
Tomlinson não queria encontrá-los. Não os queria em sua casa e muito menos queria ter uma conversa com eles. Sobre o que poderiam conversar? Eles não tinham nada a dizer um ao outro.
O que quer que tenha acontecido para terem vindo aqui - e Louis imaginava que fosse algo grave, só poderia ser isso -, ele não ligava.
Sinceramente, já não dava a mínima para eles. Muitos anos se passaram, e após tanto tempo, os sentimentos que um dia sentira - raiva, desprezo, saudades - foram extinguidos... Ele não sentia mais nada em relação a eles.
A não ser uma momentânea irritação por aquele infortúnio. Isso ele sentia.
Entretanto, mesmo sem nenhum desejo de vê-los novamente, o ex-soldado acabou permitindo que subissem. Permitiu que seus tios o vissem.
E admirando até a si mesmo, o ex-soldado se viu polido por uma espantosa cordialidade naqueles primeiros minutos do encontro. Abriu a porta, deu-lhes espaço para entrarem e pediu para que se sentassem no sofá e se sentissem à vontade. Soava meio falso, porque era, mas inegavelmente educado.
Com relação às aparências físicas, o sobrinho notou os quilos a mais do tio e o cabelo dois tons mais loiros da esposa dele. Tirando isso, a feição dos rostos e o resto eram os mesmos. As mesmas roupas, os mesmos modos. Louis poderia reconhecê-los facilmente se os encontrasse andando por aí.
O casal também podia dizer a mesma coisa. Apesar de algumas mudanças que ocorreram ao sobrinho desde a última vez que o viram, a perda dos traços infantis, ganho de pelos faciais, a estatura um pouco mais robusta, o amadurecimento, ele ainda era como rapazinho de suas lembranças.
Pelo menos fisicamente não havia nenhuma mudança tão drastica. Fisicamente.
Após fechar a porta, Louis se apoiou no batente e cruzou os braços, os encarando com apatia. Cordial, sim, desinteressado, também.
Mas a sua polidez foi se extinguindo à medida que o cenho franzia-se cada vez mais rígido.
Durante um bom tempo ninguém se atreveu a quebrar o silêncio instaurado no ambiente.
Foi sua tia quem o rompeu - Então. Quanto tempo. - ela esperou Louis responder mas ele não abriu a boca - É aqui que você está morando agora?
Ela vagou os olhos pela sala com uma expressão não muito satisfeita, mas pelo menos fez o mínimo para disfarçar seu desapreço.
- É o que parece - Louis retrucou.
Seu tio quis saber: - Faz quanto tempo que você tá aqui?
- Sei lá. Quase um ano, por aí.
- Uau. Um ano - ela exclamou - Bastante tempo. Achávamos que você nos avisaria quando estivesse de volta.
- Eu não faço ideia do porquê terem achado isso.
Seus tios trocaram um olhar esquisito.
- Faz muito tempo que não tínhamos notícias suas - seu tio explicou o óbvio - Ficamos à espera de uma ligação desde que você foi para o Oriente Médio. Imaginávamos o quão complicadas as coisas eram por lá, por isso esperamos o seu contato.
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Ain't Move On • L.S. (mpreg)
Fiksi PenggemarLouis Tomlinson é ex-soldado, Harry Styles é ex-Submisso... e o amor não foi gentil com eles. Mudando-se para um subúrbio no norte da Inglaterra, Louis e Harry compartilham a solidão com os fardos do passado. Ou Onde dois jovens que não se conhecem...