XXVI

1.5K 188 265
                                        

Louis se recusou a ir ao ambulatório para receber um tratamento imediato, disse que não se sentia tão ruim assim e que só o que precisava era ir para casa descansar. Harry insistiu, mas ele estava irredutível. Casa e descanso e ficaria bem. Styles não teve outra escolha a não ser ceder.

Enfim.

Como não estava em seu melhor dia, Tomlinson não acompanharia Harry em apartamento no restante da manhã nem no decorrer da tarde. Até porque o clima entre eles não inspirou ar de melhoras desde o incidente de quinta. 

Assim que sua mão alcançou a maçaneta da sua porta, o ex-soldado despediu-se dele murmurando um "até logo". Contudo, para o seu espanto, o universitário entrou em sua casa logo atrás de si. 

Estampando uma interrogação na face, Louis encarou Harry, que lhe retorquiu com impassividade. Fingiu costume apesar daquela ser apenas a segunda vez, desde que se conheceram, que entrava ali.

Dirigindo-se para a cozinha alheia com a maior naturalidade, Harry quis saber qual remédio ele havia tomado. Tomlinson vagou os olhos pela sala, um pouco perdido, como se repentinamente aquele ambiente lhe parecesse estranho. Estava definitivamente pasmo pela inesperada intromissão de Harry. Precisou de um instante para desmanchar a contração do cenho para, enfim, se sentar no sofá. 

Respondeu seu questionamento.

Louis viu Harry atravessar a sala e dizer que já voltava pouco antes de sair pela porta. Ouviu um som estridente de aparelho eletrônico na cozinha e foi até lá. Desligou a torradeira. Havia ovos fritos na frigideira e água fervilhante na chaleira. O universitário ressurgiu segurando uma caixinha de medicamentos. 

Pousou-a no balcão. Tomlinson observou seus dedos esguios manusearem cartelas de remédios com calma e graciosidade. As unhas tinham um tom de roxo vívido. Muitos medicamentos. Louis assistiu à cena como se estivesse preso em um transe. Por fim, Harry destacou dois, um da cartela de antitérmico e outro da de analgesicos. 

Colocou-os na palma da mão estendida e viu-o ingerir as pílulas. Por fim, finalizou o segundo café da manhã do dia.

Enquanto comiam, Harry lhe confortou dizendo que ele se sentiria melhor rapidinho. Se sentiu envergonhado logo após fechar a boca. Achou que tinha soado demasiadamente estupido. Louis apenas murmurou concordância. Foi toda a interação que tiveram à mesa.

Depois de terminarem a refeição, já tomado pela falta de disposição que o afligia desde a hora em que despertou aquele dia, Tomlinson quis voltar para a cama.

Agradeceu a Harry por feito tudo aquilo, disse que ele podia deixar as louças na mesa - que mais tarde ele as limparia - e caminhou para seu quarto.

Só não esperava que, instantes após deitar-se na cama, veria Harry adentrar seu quarto também.

- Você não precisa ficar aqui - Louis disse.

Mas foi ignorado.

O espaço ao seu lado na cama foi ocupado pelo cacheado, que repousou a cabeça no travesseiro em que Louis estava (mesmo havendo um outro disponível e ao alcance).

Tomlinson não tornou a repetir o que dissera antes.

Em dado momento foi questionado sobre seu estado atual. A enxaqueca passou? Se sente melhor? Com um murmúrio, Louis foi vago na resposta. 

Harry o encarou fixamente até que ele articulasse uma resposta concreta. Que foi uma negativa. Então o cacheado meio que lamentou e puxou o adoecido para se acomodar melhor na curva da lateral do seu corpo.

Com a barriga pra cima, ele guiou um dos braços de Louis para envolvê-lo num abraço. Tomlinson agora estava deitado de lado e Harry explorava a extensão do seu braço com um delicado deslize de dedos.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora