XIV

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Apesar do desejo de Louis ter sido nunca mais arredar os pés para longe de Harry, ele não retornou ao seu apartamento naquele dia.

Até mesmo no final da tarde, quando achou que ouviu Harry sair, ele não voou para fora para agarrá-lo. Quase o fez, é verdade, mas não abriu a porta muito menos nem saiu correndo pela escadaria. Usou todo seu autocontrole para isso.

Ele permaneceu no apartamento, encarando a porta e deixando que Harry fosse embora.

Algo que logo em seguida, porém, se arrependeu.

Na manhã seguinte, sem ter pregado os olhos direito a noite inteira, saiu da cama, lavou o rosto e escovou os dentes rapidamente para logo estar no corredor, diante do apartamento de Harry, torcendo para que ele estivesse de volta.

Passou quase uma hora chamando por ele e só parou quando um vizinho mal-humorado saiu de uma porta usando um robe maltrapilho que porcamente cobria a barriga enorme e perguntando o motivo daquela arruaça. 

O arrependimento de Louis Tomlinson se tornou mais amargo.

Harry Styles ainda não tinha voltado. Não importava o quanto batesse, aquilo não iria fazê-lo aparecer como num passe de mágica.

Sem retrucar o vizinho, Louis voltou para seu apartamento.

Nos três meses que o separavam da vez em que dormiram juntos, o ex-soldado vinha tentando intensa e obsessivamente não lembrar de nada que relacionado a Harry Styles.

Foi difícil. Tão difícil que ele não conseguiu, porque se tivesse conseguido, não teria notado que Harry estava passando por um momento difícil. E não teria jogado todo o seu precioso esforço no lixo ao decidir ir vê-lo.

Mas agora, toda a sua mente aniquilou toda a sua disposição para esquecê-lo. Louis Tomlinson só pensava no que eles tinham feito. E nas consequências disso. 

Louis Tomlinson só conseguia, só se permitia pensar em Harry Styles. Grávido. Esperando por um bebê. Um bebê que eles dois tinham feito.

O mesmo Harry que ele vinha evitando assiduamente se tornou a única pessoa que ele queria em sua frente.

Mas o dia chegou ao fim. E outro renasceu. E nada de Harry.

Louis estava atravessando o pátio aberto do prédio, se preparando para ir ao centro. Antes de sair, porém, ele parou e perguntou ao porteiro se Harry tinha chegado - apesar de ter ido batido em sua porta minutos antes - e, como o esperado, o cara negou.



Quando Louis voltou, já era por volta das uma hora da tarde. Perguntou ao porteiro novamente: "Harry apareceu?", mas recebeu a mesma resposta.

O ex-soldado pediu para que fosse avisado quando o universitário retornasse, não importasse a hora, o porteiro apenas assentiu indiferente.

No outro dia, Louis estava uma pilha de nervos. Ele não tinha chegado, por isso nem insistiu muito em chamá-lo. Saiu do prédio de novo, pegou um ônibus e foi até o único lugar onde achava que podia encontrá-lo, no estúdio.

Louis previsou apenas atravessar na frente e espiar através fachada de vidropara ver que ele não estava na recepção. 

Então Louis lembrou que Harry estudava de manhã e que provavelmente estava na aula naquela hora. Por isso, mais tarde ele voltou para o estúdio de tatuagem. Entrou e pediu uma tatuagem no antebraço.

- Não vou poder te atender agora. Uma senhora vai chegar em vinte minutos. - Clarisse lamentou - Mas se quiser esperar...

- Não tem problema. Eu espero.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora