XII

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- Harry! O que você anda passando no rosto? Sua pele está tão... radiante. Você está simplesmente reluzindo. - exclamou Clarisse certo dia, segurando suas bochechas com ambas as mãos, olhando-o maravilhada - Lindo. Lindo. Lindo.

Styles se sentia o extremo oposto, honestamente. 

Não por Louis. Não mesmo. Nem um pouco... Louis não tinha passado de nada mais do que um simples momento que agora estava se fragmentado num passado recente.

Pelo menos era nisso que Harry botava todas as suas esperanças. Tudo - ou nada - que eles dois tiveram estava para trás. E agora ele só precisava, só desejava, só pensava em olhar para frente.

E se dependesse de ambos, eles realmente nunca mais cruzariam o caminho do outro (mesmo morando lado a lado). Eles estavam muito empenhados nessa missão. Estava sendo um sucesso até agora... E Harry não poderia estar mais completamente, definitivamente, profundamente aliviado e satisfeito.

Era isso, passado. Parte do passado que acabaria caindo em esquecimento em algum momento. Situações como aquelas só tinham um único destino, estavam fadadas a serem apenas uma pedrinha na longa estrada que era a vida. 

Harry torcia para que fosse isso, para que tivesse terminado ali: em seu próprio quarto naquele dia infeliz.

O fim só poderia ter sido lá.

No entanto...

Haviam certas coisinhas que estavam lhe deixando meio distraído, pensativo. Algumas mudanças. Mudanças sutis, que ele mal notou durante um certo período, mas que nas últimas semanas vinham se tornando o centro de sua atenção. E lhe rendia um fiozinho de preocupação e temor.

A princípio, náuseas leves que vinham e voltavam, que vezes eram acompanhadas por uma enxaqueca que não cessava nem com aspirina, café ou nicotina. Havia uma dorzinha fraca, mas esquisita, no fim da sua costa. Harry também se sentia muito mais sonolento pela manhã (muito mais que o normal) e precisava de muito esforço para levantar da cama para enfrentar o novo dia.

Quase parecia ser gripe. Ele acharia que fosse isso se estivesse com coriza ou tosse.

Mas não era o caso.

Com a primavera se foi e os dias estavam mais quentes que nos meses anteriores, ele também chegou a colocar a culpa na mudança de clima.

Também não fazia sentido, ele quase nunca adoecia pela mudanças de estações. 

Styles também tinha muito mais sede, o que consequentemente fazia ele ir muito mais vezes ao banheiro. E seu apetite estava monstruoso. Ele não conseguia passar mais do que vinte ou trinta minutos sem comer algo. A vontade era incontrolável.

E essa era a justificativa que ele encontrou para o aumento dos seus quadris.

Mas estar mais gordo ou mais magro não era relevante para ele. Harry não ligava muito para isso. Tudo bem um ou dois ou três quilos a mais. Ele sempre acabava perdendo, uma hora ou outra.

No entanto, ele começou a pensar que talvez, só por um talvez, não estivesse apenas engordando. Bem, engordar também significava ficar inchado? Se sentir  inchado, como um balão cheio? Porque era assim que ele se sentia.

Seu abdômen, sutilmente protuberante, pareceu ter inchado do dia para noite. Num dia, ele estava vestindo um short apertado sem muitos problemas, no outro o zíper do seu jeans skinny não fechou. Ele tentou, prendeu o ar para encolher a barriga, rebolou dentro da calça, mas nada adiantou. Ela simplesmente não fechou.

A saliência permaneceu imperturbável.

Isso não parecia normal. Nem um pouco.

Naquele dia, Harry mal prestou atenção ao monologo do professor sobre Análise do Discurso. Seus pensamentos estavam longe.

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora