XX

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Esse provavelmente é o meu cap favorito até agora então espero que gostem tanto quanto eu

Loads of love xx






A harmonia doce que os abraçou naquela noite, por sorte, não foi embora no dia seguinte. Ela continuou entre eles, os agraciando por todos os dias subsequentes.

Não somente. Harry e Louis se mostraram dispostos a aceitar de bom-grado o companheirismo que crescia entre eles. E já não era sem tempo. Afinal, ainda faltavam meses para o nascimento então havia muito o que viver até lá.

Sem desgastes, sem estresse, sem implicâncias gratuitas. Estavam fartos disso tudo. Estavam reconhecendo que não era nada fácil ou agradável relutar contra a pacificidade. Ela tinha que acontecer, eles sentiam isso.

Era como estar em um mar. Eles só precisavam deixar que as águas os guiassem, ou os mantivessem no mesmo lugar por horas e horas. Bastava se permitirem. Mesmo que o barco fosse meio traiçoeiro. Mesmo que o mar também fosse traiçoeiro.

Mas, sendo assim, a que destino estavam sendo levados? Ainda não dava para saber. Eles não tinham o controle do oceano e a vela do barco estava rasgada. Não tinham mapa ou bússola. Só o horizonte azul onde céu e mar se encontravam num beijo infinito que impossibilitava aos observadores saber em que ponto um terminava e o outro começava. 

Eles tambem tinham o Sol e a Lua e os dias frescos e as noites sombrias. E a companhia um do outro. E um bebê a caminho.

Tudo o que lhes restava fazer era se deixarem navegar e rezar por uma terra para ancorar. Ancorar seria difícil - claro, o motor também não estava funcionando - , mas eles tentariam. Nem que tivessem que abandonar o barco e nadar por conta própria.

E, no fim, ainda tinham que torcer para que a terra encontrada - se ela fosse mesmo encontrada - fosse próspera.

Mais do que uma trégua daquela montanha-russa emocional, Louis e Harry pararam de teimar contra a cumplicidade que existia entre eles. Relaxados, tudo o que seus corpos e mentes desejavam era esse banho de luz.

Bronzeado com esse otimismo e bom-humor Louis, numa tarde de domingo, adentrou o apartamento de Harry e se deparou com uma cena, diríamos, peculiar e absolutamente inesperada.

Harry. De moletom universitário e calcinha azul. Com os cotovelos enterrados no sofá, celular na mão e joelhos cravados no chão. De quatro. Por qualquer razão que fosse. 

Tomlinson nunca sentira o rosto queimar da mesma maneira que sentiu naquele momento. Parecia que o Sol de Mossul estava dentro daquele apartamento, bem na sua frente. Imponente. Quente. Insuportável.

Ele não soube quanto tempo ficou atônito, desconcertado, de olhos arregalados e com a respiração entalada nos pulmões, mas no momento em que se deu conta do próprio estado - depois de Harry ter murmurado algo que ele não entendeu -, deu alguns poucos passos falhos para encontrar seu refúgio na cozinha, longe do seu alcance.

- Como você tá hoje? - Louis quis saber, tentando muito soar indiferente. E não gaguejar. Difícil, considerando que ele não conseguia nem pensar direito. 

- Tirando a minha coluna, que amanheceu uma merda hoje, tô ótimo. E você? Foi trabalhar ontem? Num sábado.

- Uhum. Fazendo hora extra. Umas semanas atrás eu fui numa loja de bebê e, porra, não sabia que berços e carrinhos eram tão caros. 

Ain't Move On • L.S. (mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora