O silêncio na casa era quase ensurdecedor naquela hora da madrugada. Emilly estava dormindo há, pelo menos, meia hora, junto com Dodger, que ficou esparramado no tapete do quarto dela.
Já Malva, acabou capotando na cama sem nem mesmo tirar a maquiagem ou o vestido da festa, de tão cansada, e como Chris não queria ser chato, ele apenas a deixou ficar com a cama toda deles e foi para o sofá, assistir algum filme.
Estava sem sono. Na verdade, se fosse honesto, podia admitir que estava um pouco angustiado, mas como sofria há anos de ansiedade, ele já sabia como lidar com isso: Não entrar em pânico, fazer algo que relaxe sua cabeça e seus pensamentos, que tire o foco da "tragédia" que seu íntimo dizia que estava para acontecer…
Isso era apenas seu corpo e a sua mente que, cansados, tentavam fazer com que Chris ficasse alerta. Enquanto escolhia um canal aleatório qualquer, Chris deu graças a qualquer Deus existente de nunca ter tido uma crise forte e aguda na frente de Malva nem de Emilly. Tudo bem, sua namorada sabia que ele sofria de ansiedade, motivo pelos quais eles viviam tendo numerosas e longas conversas sobre sentimentos.
No entanto, ele achava que Malva poderia não fazer idéia de como lidar com uma crise aguda e ele não queria a assustar. Muito menos, obrigar ela a carregar uma cruz que era apenas dele.
Portanto, quando suas mãos começaram a tremer e o ar faltar, ele se sentou no sofá e pôs as mãos nas coxas, respirando devagar, profundamente. O homem ficou assim por longos minutos, até o toque do seu celular o assustar.
Franzindo a testa, ele encarou o aparelho, carregando na mesinha ao lado da porta da sala. O brilho azul da tela iluminou o teto escuro da sala e Chris engoliu em seco. Ele sabia que tinha algo bastante errado com aquela ligação, afinal, ninguém costumava o ligar às três da manhã.
Levantando o corpo cansado do sofá, Chris se arrastou até a mesinha e pegou o aparelho. Um número classificado como privado brilhava na tela. Em dúvida se atendia ou não, ele se convenceu que deveria ser apenas uma empresa de Marketing e atenderia apenas para desligar a seguir.
Então, antes que a ligação caísse, Chris apertou o botão verde da tela e levou o telefone à orelha.
-Olá!
-Olá, bom dia! - Uma voz masculina e séria respondeu a seguir. - Eu falo com o Senhor Evans?
Chris começou a pensar em qualquer possibilidade pela seriedade na voz dele. Poderia muito bem ser uma ligação de hospital, então, ele apenas assentiu, se lembrando a seguir que a pessoa do outro lado da linha não poderia vê-lo.
-Sim, sou.
-O Chris?
-Exato. Pois não?
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O Milagre. • Chris Evans
FanfictionUma das maiores certezas na vida de Chris Evans era de que o amor não era para ele. Apaixonado a vida inteira pela mesma mulher, a qual nunca correspondeu o amor que ele sentia, Chris se convenceu desde muito novo, que algumas pessoas, simplesmente...