Capítulo 45 - ✨

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New York city, Ludmilla Oliveira, sábado, 10 de abril, 2018.
18:30 PM

Acariciava a cabeça da minha pequena. Mesmo após uma semana ela continuava desacordada. Tinha voltado de uma reunião importante logo a tarde, e vim direto para cá. Passar um tempo com a Brunna.

-- Amando e lutando
Acusando, negando
Não consigo imaginar um mundo em que você se foi...

Comecei a cantarolar, brincando com os dedos dela.

-- A alegria e o caos
Os demônios de que somos feitos
Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho

Você se trancou no banheiro
Caída no chão quando eu entrei
Eu te puxo para sentir seus batimentos cardíacos
Você pode me ouvir gritando: por favor, não me deixe?

Fechei os olhos quando senti as lágrimas vindo, a música envolvendo o momento.

-- Espere, eu ainda te quero
Volte eu ainda preciso de você
Me deixe pegar a sua mão, eu vou consertar tudo
Juro te amar por toda minha vida

Espere, eu ainda preciso de você

Beijei sua testa, entrelaçando nossos dedos.

-- Longa estrada infinita
Você está em silêncio ao meu lado
Conduzindo um pesadelo do qual não posso escapar

Rezando sem esperança a luz não está apagando
Escondendo o choque e o frio em meus ossos
Eles te levaram em uma mesa
Caminho para lá e para cá enquanto você está imóvel
Eles te pegam para sentir seus batimentos cardíacos
Você pode me ouvir gritando por favor, não me deixe?

Espere, eu ainda te quero
Volte eu ainda preciso de você
Me deixe pegar a sua mão, eu vou consertar tudo
Juro te amar por toda minha vida

Minha voz não estava mais estável, eu estava chorando praticamente como uma criança.
Aquela música lembrava minha vó, a última vez que cantamos juntos. A última vez que ela respirou em meus braços.

Eu não podia perder Brunna. Seria minha morte em vida.

-- Espere, eu ainda preciso de você
Eu não quero te deixar ir
Sei que não sou tão forte assim
Só quero ouvir você dizendo, querido
Vamos para casa
Vamos para casa
Sim
Eu só quero te levar para casa

Espere, eu ainda quero você
Volte, eu ainda preciso de você

Me ajoelhei ao lado da cama de Brunna, desabando em lágrimas. Tendo apenas o amor da minha vida como testemunha. E ela estava em coma, por minha causa. Ela tinha perdido nosso filho, por minha causa.

Eu não era alguém boa, muito menos digna. Mas eu já tinha perdido tudo. Minha antiga casa, minha mãe de consideração. A vontade de viver. Meu filho... Eu não poderia perder a Brunna.

-- Eu vou acreditar em você. Eu farei o que você quiser... Eu farei qualquer coisa.- Disse, soluçando, segurando a mão de brunna. - Mas se você existe, apenas... Não a leve embora, tudo bem? - Encostei meu rosto em nosos dedos entrelaçados. - Deus não faça isso. Não leve Brunna.

-- Senhora... - Ouvi quando a porta fui aberta. Me levantei, enxugando meu rosto e fungando.

-- Sim?

-- O horário de visitas acabou... - A enfermeira fitou o chão.

-- Tudo bem. - Engoli em seco, beijando a testa de Brunna. - Fica bem, meu amor.

Sai da sala, acenando para a enfermeira e dando-a boa noite. Respondi a Bruno, dizendo que Brunna estava bem e continuava na mesma.

Pelo menos não houve nenhuma piora.

Despedaçada, entrei no carro. Indo para meu apartamento.

》 《

00:23 AM

Depois de responder os e-mails que precisava, tomar um banho e passear com o Luke. Evitando perguntas sobre Brunna e tirando uma ou duas fotos com pessoas que me achavam famosa, voltei para casa. Tomei outro banho e permiti desabar no sofá. Pegando Luke no colo, fazendo carinho no cachorro, que estava enorme! Havia crescido demais! Seu olhar ainda era de um crianção, os olhos azuis cintilavam enquanto ele me olhava. Até pegar no sono.

Lembrei de momentos meus e da brunna ali...

-- Me passa o controle, droga! - Brunna pulou no sofá, quase em cima de mim.

-- Eu não quero ver o jogo de futebol americano! - Disse escondendo o controle.

-- Mas eu queroooo! - Ela franziu o cenho e sentou no meu colo. - Me dá logo! Eu estou perdendo o jogo!

Eu ri, ela ficou ainda mais brava. E mais linda. Luke latia, enquanto Pauline olhava a cena com desinteresse.

-- Ludmilla! - Ela cruzou os braços e fez bico. - Sua chata! - Meu Deus ela estava muito fofa.

-- Não! - Ri de novo.

-- Hum... - Ela apoiou os braços nos meus ombros. - Só um pouquinho...

-- Tsc, tsc...

-- Droga... - ela disse roçando nos lábios.

Segurei sua cintura, beijando-a de volta. Beijar Brunna era sempre bom. Sempre muito, muito, muito bom! Eu amava aquilo. Eu a amava. Luke parou de latir, mas eu ouvi miados. Provavelmente estava atrás de Pauline.

-- Arrá! - Brunna pulou do meu colo, segurando o controle. - TOUCHDOWWWNNN!!!! - Ela grita, correndo pela sala. Eu dou risada. - Brunna pega o controle de Ludmilla e muda o canal... - Ela faz a ação que acabou de descrever. - ... e a galera vai a loucuraaaa! - Ela coloca as mãos em concha em volta da boca. - Uuuhhhhh!!!!!! - Eu ri, não consegui.

-- Tudo bem, jogadora. Eu vou tomar um banho.

-- Não! - Ela se sentou novamente ao meu lado, me abraçando de lado. - Assiste comigo!

-- Mas...

-- Por favoooooor... - Implorou ela, seus olhinhos brilhando enquanto ela piscava  rapidamente.

-- Argh! Tá bom.

-- Eba! - Ela se acomodou em mim.

E aquela foi uma das melhores tardes da minha vida. Suspirei, abraçando o animal no meu colo enquanto pegava no sono.

-- Obrigado, por estar aqui garoto. - Beijei sua cabeçorra. - Mamãe te ama, também. - Eu amava Brunna. E sentia falta demais dela.

Não seria fácil aguentar mais.

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