Capítulo 50 -✨

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New York city, Ludmilla Oliveira, sexta, 06 de março, 2019.
22:34 PM

-- Porque raios tenho que fazer esse trabalho de filosofia? - Brunna bufou e senti que olhou para mim. - Sobre amor. De novo.

-- Você vai fazer o último ano de novo, brunna. - Respondi, ainda digitando o e-mail para o contador. - Faz sentido que volte a fazer todas aquelas tarefas.

-- Humpft. - Resmungou. Eu sorri. Ouvi barulho de folhas, e ela se ajeitando no sofá.

-- Eu tenho que escrever algo filosófico e poético baseado em algum poema de amor. - Ela grunhiu. - Eu vou ser arquiteta! Não filósofa! - Eu dei uma gargalhada.

-- Para de rir da minha desgraça! - Apontou o dedo para mim.

-- Sim senhora. - Pisquei para ela, vendo o novo documento de um contrato que deveria assinar com uma empresa de finanças.

-- Fala um poema bom - Pensei um pouco.

-- Um dos sonetos de Camões. - Dei de ombros. - São bem famosos.

Ouvi um murmurio de confirmação e depois ela digitando no próprio notebook. Então mergulhei de cabeça no trabalho, quase esquecendo que ela estava ali.

-- Uou... - Ouvi-a.

- "Amor é um fogo que arde sem se ver". Profundo.

Eu assenti. Ela começou a ler.

-- Amor é um fogo que arde sem se ver;
é ferida que doi e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealmente.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade
se tão contrário a si é o mesmo Amor? - Olhei para ela de relance. - Uou!

-- Precisa fazer algo inspirado? - Franzi o cenho.

-- Sim. - Ela suspirou e fez uma careta. - Mas eu não faço idéia!

-- Hummm... - Pensei um pouco. -- "O amor é um sentimento contraditório. Ele nos domina, mas não podemos compreênde-lo. Ele pode nos fazer felizes; no entanto, constantemente nos faz sofrer." - Brunna arregalou os olhos.

-- Isso é profundo. - Apontou para mim com a caneta. Eu ri.

-- É interpretação de texto, amor. Nada demais.

-- Claro que é demais. - Ela se levantou. - Você é demais. - Sorri de canto para ela.

-- Lindos demais, poética demais... - A cada palavra ela se aproximava um passo, até estar ao meu lado. - ...gostosa demais... - Eu ri, ela mordeu o lábio.

-- Eu já falei que tenho tesão só de olhar para você? - Perguntou Brunna. - Principalmente desse jeito... tão séria... - Ela se aproximou por trás, mordendo meu pescoço. Eu grunhi. - Tão sensual... - Suas mãos passeavam pelo meu abdômen. - Adulta... - Eu ri novamente, e suspirei com sua boca provocando meu pescoço, e suas mãos esfregando meu corpo.

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