Londres city, Brunna Gonçalves, segunda, 13 de fevereiro, 2018.00:55 AM
-- Você está de brincadeira. - Cruzei os braços. -- Seu grande plano é parar no posto de gasolina?! - Ela estacionou.
-- Parte dele. - Ludmilla abriu a porta. -- Fica aqui.
-- De jeito nenhum. - Sai também. Estremeci pela brisa.
-- Vem. - Ludmilla me guiou até a lojinha de conveniência. Tinha um grupo de homens em uma
das mesas do café. Pareciam motoqueiros. Senti olhares e ouvi murmúrios . Ludmilla praguejou e passou um braço pela minha cintura.-- Falei para ficar no carro.
-- E dai? - Dei de ombros. Ela bufou e foi até uma das geladeiras com várias bebidas.
-- Oi, paraíso. - Brinquei vendo Ludmilla rir.
-- Muito bem, escolha.
-- Quantas? - Passei os olhos em todas.
-- Quantas quiser.
Eu quis abraçá-la. Ela estava cumprindo mais que bem seu papel de melhor amiga. No final das contas acabei pegando três garrafas de bebidas diferentes. Uma vermelha, outra azul, e uma transparente.
-- Pronto? - Ela disse levando duas das garrafas ao caixa.
-- Sim. - Respondi animada. O caixa ficava ao lado do café.
-- E ai, princesa? - Veio da mesa. Ignorei e batuquei os dedos no balcão.
-- Psiu! Ô gostosa! - Vi Ludmilla cerrar os punhos.
-- Ei! Delícia loira! - Ludmilla se virou e lançou um olhar fulminante aos três motoqueiros da mesa.
-- Calem a boca. - Seus punhos continuavam cerrados. -- Ou vou fazer vocês engolirem seus dentes. - Os três caras se levantaram.
-- Vai encarar mesmo? - O mais alto (e gordo) perguntou. Se ele desse uma barrigada em Ludmilla, ela voava.
-- Eu não tenho medo de você. - Me coloquei na frente de Ludmilla.
-- Vamos. Está tudo bem. - Ela ainda olhava diretamente para os caras.
-- Vamos. Por favor. - Encostei em seu peitoral e ela finalmente olhou para mim. -- Vem. -Puxei ela de volta para o balcão onde a moça do caixa lixava as unhas.
-- Não acabamos, gostosa! - Tive que segurar Ludmilla pela segunda vez.
-- Tudo bem, são só uns idiotas. - Ela contraiu a mandíbula e suas narinas dilataram.
-- Uns idiotas que vão ficar com o olho roxo e inchado.
-- Eles são enormes.
-- Está dizendo que eu não consigo? - Ela arqueou a sombrancelhas.
-- Eu sei que consegue. E vai ser preso. Então paga e vamos embora. - Senti uma mão no meu ombro me virando. Um dos motoqueiros.
-- Passa o telefone, princesa. - Ludmilla me puxou para trás dela.
-- A princesa está dando tchau, seus merdas. - Ela rugiu. O cara esticou o pescoço até que estralasse.