Capítulo 5

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Aurora

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Aurora

Respirei fundo e voltei a olhar a tela do celular encarando minhas irmãs desnaturadas.

- Conselhos recebidos. Me desejem sorte e rezem praquele mamute só me comer com o pau, fiquem cientes que se eu morrer eu voltarei pra buscar as duas e a Elora... Isso é uma promessa de bruxa - Fiz minha melhor risada bruxônica para elas.

- Cala a boca Aurora! Você não vai morrer, só vai dar a piriquita... Boa sorte vou tentar resolver o furdunço aqui! Lembre - se não brigue por domínio e esgote o cachorrão ainda precisamos dos fios de cabelo arranca na hora do rala e rola. -Revirei os olhos para a Eudora a grande causadora dessa confusão.

- Vão se foder... Ok. Bye. - Desliguei sem dar chance delas responderem eu iria logo para o abate. Retirei o feitiço que impedia o Ivan de ouvir o que eu fazia e lancei um feitiço musical.

A música fluía mística e envolvente, cantei no ritmo dela e me preparei para abrir o amontoado de metal que virou aquela porta... Respirei fundo e fui.

Ao abrir a porta me deparei com algo no mínimo sinistro pra mim, Ivan que já era enorme estava bem maior, com dentes grandes demais para o meu próprio bem arreganhados em rosnados ameaçadores, os olhos negros como os pelos que cobriam seu corpo e dorso...

Ele estava intermediário entre homem e lobo e eu comecei a repensar se realmente foder essa criatura era a saída mais eficiente, morrer talvez fosse mais simples, eu voltaria como fantasma e me vingaria de todo mundo...

Talvez fosse melhor que abrir as pernas pra ele. Pelo amor de Deus era quase um crime, cogitei tentar correr, mas lembrei do que a Eleonora, domadora de cachorros fedidos no cio falou. Certo. Olhei diretamente nos olhos do demônio e sorri trêmula, meio distorcida, mas sorri.

Ivan, o monstruoso estava estático, os rosnados cessaram, e ele parecia hipnotizado pela música que tocava. Adentrei o quarto remexendo os quadris e recitando a letra baixinho como um feitiço, o bichão seguia todos os meus movimentos.

Eu remexia meus braços e o resto do meu corpo ritmada e perfeitamente, sem desviar dos olhos dele que me comiam, me desejavam. Continuei cantando um pouco mais firme, ganhando confiança.


Um sonho nebuloso em uma noite terrena
trava sobre a lua crescente
Uma canção sem voz em uma luz eterna
canta na alvorada que vem
Pássaros em voo estão chamando lá
Onde o coração move as pedras
É lá que o meu coração está chamando
Tudo por amor a você
Uma pintura pende em uma parede de hera
Aninhada no musgo esmeralda
Os olhos declaram uma trégua de confiança
E então ele me leva para longe
Onde profundo no crepúsculo deserto
Areia derrete em piscinas do céu
Quando a escuridão estabelece sua capa escarlate
suas lâmpadas me chamarão para casa
E por isso é que a minha homenagem é devida
agarrada pela calada da noite
E agora eu sinto você se mover
E por toda parte a respiração é completa
Então é lá minha homenagem é devida
agarrada pela calada da noite
Mesmo a distância parece tão próxima
Tudo por amor a você

Aurora - Série Irmãs Delacourt - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora