Capítulo 24

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Me sinto tonta, então me apoio no tronco da árvore.

– Ahh... – suspiro – Que dor de cabeça.

Respiro fundo, me erguendo novamente. Começando a andar em direção a mansão.

[…]
– Elizabeth? – Ban me para quando estava prestes a subir as escadas agora o segundo andar.

– Sim? – me viro.

– Irá almoçar com a gente? Estamos nos instalando no jardim da frente. – questionou, com um olhar caloroso.

– Estou cansada agora, me desculpe. – respondo me virando novamente, voltando a subir as escadas.

[…]
Me encosto na parede ao lado da porta do quarto, sentindo um pontilhado em minha cabeça.

– Argh.. – minha mente fica em blanco, deixando apenas um rastro de dor.

[𝐅𝐥𝐚𝐬𝐡𝐛𝐚𝐜𝐤]

Uma voz feminina surgia de longe, o seu timbre de voz era delicado ao ponto de deixar sua voz soar como uma pequena pétala que caia livremente, sendo doce e gentil.

Seu sorriso caloroso e amistoso deixando qualquer um hipnotizado, seus lábios eram doces como mel e, vermelhos como uma rosa avermelhada em meio a neve, os fios de seu precioso cabelo eram platinados com alguns fios loiros misturados. Seus olhos eram dourados, ficando mais e mais radiantes a luz do sol.

Elizabeth se encontrava encantada com a beleza em que sua mãe facilmente demonstrava, sem qualquer tipo de esforço ou preparo.

– Mamãe, como consegue ser tão bonita!? – perguntou a garotinha de apenas quatro anos, (com suas orbes radiantes), enquanto observava sua mãe amarrar seu cabelo.

– Ah, querida. Não diga esse tipo de coisa, me deixa envergonhada! – respondeu, deixando suas bochechas (que normalmente são pálidas) mais rosadas.

– Mas é verdade! Para mim a mamãe é a mulher mais bonita! – exclamou radiante, hipnotizada com os olhos dourados de sua mãe.

– Bem, para mim existe apenas uma garota mais bonita no mundo! – Ângela falou sorridente.

A pequena hesitou, mas perguntou mesmo assim – E quem seria mamãe? – questionou nervosa, pois, não sabia se sua beleza poderia ser algo comparado a beleza natural de sua mãe.

– Você, é claro! A minha única filha, é a mais bela de todas! – acariciou as bochechas finas e macias de Elizabeth.

A garotinha que a cabava de escutar aquelas doces e gentis palavras, sorriu feliz enquato lágrimas escorriam por seu pequeno e amável rosto.

– Ei, não chore criança! Você é amável do seu jeitinho! – abraçou a garotinha de quatros anos em sua frente.

– C- como consegue ser... ser... ser tão boa para m- mim? – perguntou em meio as lágrimas e soluços.

– Por que você é a minha filha... A minha doce e amável filha! – exclamou ao passar sua mão pelo longos fios platinados.

[𝐀𝐭𝐮𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞]

Por que essas memórias de repente!?

Sinto como se uma corda tivesse sido amarrada em meu pescoço e apertasse cada vez mais, me deixando totalmente sem ar.

[…]
Me deito na banheira, enquanto observo a espuma se espalhar ao meu redor.

Fecho meus olhos lembrando daquelas palavras amargas...

"Por que você é minha filha... A minha doce e amável filha!"

Esperava nunca ter que relembrar essas palavras duras e cruéis e, ter que imaginar aquele sorriso a espreita que apenas esperava uma única oportunidade para contra-atacar.

– Hah... – me afundo, deixando a água me cobrir por total.

Pensava que finalmente poderia seguir em frente, mas não acho que isso seja possível. Afinal Ângela, fez de tudo para que isso nunca fosse permitido.

A minha doce e adorável mãe, não passava de uma mulher com um cede insaciável por poder. Sua luxúria e arrogância ultrapassaram qualquer limite que alguém poderia opor. Ela foi além da conta. Mas mesmo que eu tente e, lute contra, nunca conseguiria escapar de suas garras.

Tudo que eu posso fazer é me afundar nessa densa e profunda escuridão...
Mãe, espero lhe encontrar no inferno...

[...]
O tempo passa rápido, já são duas da tarde. Me pergunto o que os demais estão fazendo... Lembro que Bartra permitiu que eles ficassem hoje na casa da piscina também. Provavelmente estão tomando banho na piscina, ou algo assim.

Deixo meu cabelo preso em uma trança feita rapidamente, apenas que eu pudesse me mover facilmente pelo quarto. Pego o livro que estava no criado mudo e me sento no sofá ao lado da janela, começando a ler.

Não sou do tipo que gosto de me enturmar, ou que adora um bom papo. Apenas gosto de ficar em meu canto e viver calmamente. Então que mau teria em ler uma história de romance trágico!?

[…]
Me sento ao lado de Bartra, e eu mesmo me castigo, me permitindo escutar ele falar sobre sua preciosa filha Verônica e como estava animado para seu aniversário que ocorrerá essa quinta.

– Então com isso, quero que você fique no controle central! Quero que organize a festa. – exclamou animado, quase saltitante.

– Huh!? – arqueio as sobrancelhas surpresa, mas me mantenho calma – Por que acha que eu que deveria organizar? Não seria melhor Zanelly ou Nerobasta, já que são suas parentes de sangue!? – sugere.

(Realmente não quero me envolver com esse tipo de coisa...) Pensei amargamente, enquanto me lamentava por ser dessa família.

– Nerobasta está muito ocupada lidando com a empresa e os novas contratos e divulgações! Enquanto Zanelly tem muitas coisas para resolver sobre seu futuro noivado, enquanto tem que lidar com a escola. – explicou.

– Espera – engole a seco – e você acha que não estou ocupada também? Tenho muitas coisas para fazer, muito mais do que essas duas, ou acha que o seus trabalhos são mais importantes que o meu que, seria administrar um hospital conjunto á aulas presenciais, os reforços escolas e os cursos de medicina!? Está dizendo que o trabalho dessas duas é muito mais complicados do que o meu!? Elas nem sabem o que significa colocar a mão na massa! – exclamei ainda mantendo o meu timbre baixo. Manter uma expressão calma e serena é o que mais importa em momentos assim.

– Me desculpe, acabei esquecendo de seus deveres matinais e sua agenda complicada. – suspirou, encostando sua mão na testa – Mas pense bem nisso, talvez organizar a festa possar te ajudar a se comunicar e se misturar mais entre as pessoas, talvez possa até mesmo te ajudar a esquecer todos esse problemas em que sua mãe lhe meteu. – exclamou com um pequeno sorriso em seus lábios e, um olhar amigável.

Me levantei, ficando de costas para a pessoa atrás de mim – Irei pensar nisso... – O olhei de canto e assim prosseguir o meu caminho.

Eu sou a sua salvação e você é a minha!Onde histórias criam vida. Descubra agora