Turmalina Negra

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Meredith Grey

Nós terminamos a música e eu não conseguia evitar de manter um sorriso largo em meu rosto. Foi como se tudo de ruim tivesse desaparecido. Olhei para Amber e vi que ela sorria da mesma maneira, o que me deixou ainda mais feliz. Eu acreditava em energia de cristais e tudo o que viesse da natureza, mas não havia nada mais forte do que a energia humana. Amber poderia ser o meu cristal agora.

— Obrigada por isso. — eu disse. — Me sinto muito melhor.

— Isso me deixa muito feliz. — sorriu. — Você faz parecer que tocar piano é fácil. — tocou as teclas com as pontas dos dedos. — Eu adoraria ter um desse. Você pode me ensinar?

— Eu darei aula de piano para vocês. Não vai ser sempre e talvez não aprendam muitas coisas porque a turma é grande, é difícil dar tanta atenção a cada um. Mas mesmo assim, eu farei o que posso.

— Tudo bem, é o suficiente. — ela olhou por cima do meu ombro na direção da porta.

Virei-me para olhar e vi Andrew em pé olhando para nós duas. Se eu já havia tido problemas com uma mãe, agora também teria com ele. Amber estava em horário de aula e eu estava aqui tomando o tempo dela.

— Pai! — ela foi até ele. — Você resolveu?

— Sim. — ele olhou para mim. — Não tem que se preocupar com mais nada, eu falei com a diretora. Pode continuar usando as suas coisas e falando sobre o que quiser.

— V-você fez isso por mim? — era um pouco difícil de acreditar.

— Pela Amber, obviamente.

— Claro. — olhei para as teclas do piano para que ele não visse o meu rosto ruborizado. É lógico que aquilo foi pela filha dele. Por que ele faria alguma coisa por mim?

— Você deveria estar na aula. — ele disse para ela, não em tom de repreensão, o que era uma surpresa.

— Eu já estava indo. Ah, o tia Ari chega hoje, certo? Eu estou louca para ele me mostrar o que já escreveu. — ela animou-se. — Meredith, você deve conhecê-la, eu já vi você carregando um dos livros dela. Arizona Robbins, sabe?

— Você conhece Arizona Robbins? — meu queixo caiu. — E a chama de tia Ari?

— É. — deu de ombros e sorriu. — Você podia conhecê-la! — ficou animada. — Podia, não podia? — olhou para o pai.

— Não sei se isso seria uma boa ideia. Arizona está aqui porque quer ficar em um ambiente tranquilo.

— Mas a Mer é tranquila... às vezes.

— Depois falamos sobre isso, está bem? Vá para a aula. — dessa vez ele foi um pouco mais firme.

— Ok. — ela beijou a bochecha dele e depois se retirou.

Certo, eu estava sozinha com o homem que me fazia tremer em lugares que eu nem sabia que tremiam. Ele me encarou por alguns instantes e depois bufou desviando o olhar de mim. Ele estava irritado com alguma coisa. Era comigo? Por que ele estava sempre tão raivoso?

— Obrigada. — falei chamando a sua atenção de volta para mim. — Mesmo que isso tenha sido pela Amber, foi muito gentil da sua parte intervir.

— Você dá aulas de piano particulares? — ele perguntou depois de alguns segundos em silêncio. Ele podia não ter ignorado a minha gratidão, certo? Isso foi muito grosseiro.

— Nunca fiz isso, mas eu sou professora, então eu meio que poderia.

— Está livre sábado à tarde?

Bitter SweetOnde histórias criam vida. Descubra agora