Meredith Grey
Foi tudo muito rápido. Realizamos o exame de sangue no horário de almoço e logo depois eu já estava de volta ao colégio. Não vi Amber no laboratório, pois me disseram que ela havia deixado a amostra dela pela manhã. Ainda estava aos cuidados da assistência social e assim que a confirmação da maternidade saísse, ela poderia ir até a minha casa, mesmo que eu ainda não tivesse a guarda oficial. O fato era que eles já estavam super lotados de crianças e qualquer chance de esvaziar mais o lugar seria bem vinda.Quando retornei ao colégio o intervalo ainda estava acontecendo, então eu fiquei na sala dos professores acompanhada de Donna, que não parou de me fazer perguntas desde que acordou naquela manhã. Eu entendia que ela estivesse com a cabeça a milhão, pois eu também estava. Mas ao contrário dela, eu tinha a obrigação de me manter no controle e não surtar.
— Acho que é a primeira vez que eu te vejo tão calma no meio de um vendaval. — ela disse.
— Eu não estou calma. — expliquei. — Eu só não quero me deixar levar pelas minhas emoções. Preciso estar com a mente no lugar, eu vou cuidar de uma adolescente agora.
— Nem dá pra acreditar que você é mãe. — suspirou. — Às vezes eu me pergunto se você não está fazendo algum tipo de pegadinha.
— Sim, Donna. Eu coloquei o Andrew atrás das grades para fazer uma pegadinha. — meu tom saiu mais rude do que eu planejei e isso fez minha amiga arregalar os olhos com espanto. — Desculpe, eu não queria falar desse jeito. É só que... eu estou estressada.
— Eu entendo. Desculpa por fazer piada, sei que tudo isso é muito sério. — ficamos em silêncio por alguns segundos. — E como vai ser entre você e o Andrew? Vocês ainda vão ficar juntos.
— Eu não sei... bem... ele disse que gosta de mim e que quer estar comigo. É a primeira vez que ele é claro com o que ele quer comigo. Isso me assusta um pouco porque uma parte de mim acha que ele só quer estar perto da Amber.
— Você deixaria ele ficar perto dela mesmo que não estivessem juntos?
— É claro que sim. Ele é o pai dela e a Amber me odiaria ainda mais se eu não permitisse que eles se vissem.
— Então deixe claro para o Andrew que ele não precisa se prostituir para ficar perto da filha. Se ainda assim ele quiser você, pode apostar que está sendo sincero.
— Pode ser. — dei de ombros.
— Mas e você? O que você sente? Isso com certeza é mais importante.
— Eu... eu gosto dele. Eu me sinto bem quando estamos juntos, por mais que me choque com as coisas que ele já foi capaz de fazer. Me preocupo com ele e meu coração se aperta só de imaginar que ele está sozinho numa cela. Aquilo não é lugar para um homem como Andrew.
— Bom, ele cometeu um crime, então...
— Donna, você me entendeu.
— Claro.
— Eu estou tentando não pensar nisso, mas todas essas descobertas e problemas estão me fazendo sentir como se perdesse a conexão que estava surgindo entre mim e ele. Isso me assusta porque foi muito difícil fazer aquele homem ceder e eu não quero perder isso. Eu não quero tê-lo distante de novo.
— Ai, meu Deus! Você não apenas gosta dele, você está apaixonada!
— Isso é meio óbvio. — dei de ombros.
— Você está tão fodida. — fez uma careta.
— Obrigada por dizer isso. Ter o apoio da minha melhor amiga é sempre uma dádiva. — ironizei.
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Bitter Sweet
Fiksi PenggemarEstudar, casar e ter filhos. Essa era a cronologia que Meredith sempre planejou para a sua vida. Mas tudo isso vai por água a baixo quando ela engravida do seu namorado Will, aos 15 anos de idade. Expulsa de casa pelo seu pai pastor e sua mãe devota...