Meredith Grey
Já era sábado de manhã e era a quarta vez naquela semana que eu passava mal. Talvez o problema não tivesse sido o chá de maconha. Depois que voltasse de viagem, iria ver um médico. Eu poderia estar com alguma virose esquisita que só me faz vomitar pela manhã.
Depois de escovar os dentes, saí do banheiro e fui até a cozinha onde Donna e Harvey comiam.
— Vomitando de novo? — Harvey perguntou.
— Já é a quarta vez essa semana. Já marquei uma consulta e farei alguns exames.
— Espera. — Donna me encarou. — Você só vomita de manhã?
— É. Depois eu tomo um chá desintoxicante e passo o resto do dia como se nada tivesse acontecido. — falei despreocupada.
— Enjôos matinais, hein? — ela arqueou a sobrancelha e depois trocou olhares com Harvey.
— O que? Não, nem vem! Eu e Andrew nos cuidamos.
— Todas as vezes? — Harvey perguntou.
— Não. Mas ele nunca gozou dentro de mim.
— Ah... céus. — Donna começou a rir. — Gastou tanto talento na música que esqueceu da biologia.
— Mas eu não vomitava tanto quando estava grávida da Amber. Só comecei a passar mal do quarto para o quinto mês e não era com tanta frequência.
— Mas não é a Amber que está aí dentro. — Harvey apontou para a minha barriga.
— Não tem ninguém aqui dentro! — revirei os olhos.
— Como você tem certeza? — Donna perguntou. — Deveria fazer pelo menos um teste de farmácia.
— Isso é bobagem. — peguei uma torrada e comecei a sair da cozinha. — E eu tenho que viajar daqui a pouco.
— Faz quando chegar lá. — ela sugeriu.
— Talvez.
Eu não estava grávida, isso não seria possível, ou pelo menos achava que não. Ter um bebê naquele momento não era algo que estivesse nos meus planos e se a cegonha quisesse esperar pelo menos uns cinco anos antes de me presentear de novo, seria melhor. Meu maior foco era recuperar a Amber.
***
— Mãe! — Amber correu até mim e me abraçou assim que eu saí do prédio. — Ainda bem que você também vai. Se eu passar mais um dia sozinha com o Will vou surtar. — sussurrou só para mim.
— Aguente firme. — sorri fraco.
— Olá, Meredith. — Will sorriu para mim e depois pegou a minha mala. — Vai ser um ótimo final de semana, tenho certeza.
— Tá. — dei de ombros.
Amber ficou no banco de trás e eu no passageiro. Troquei algumas mensagens com Andrew durante o caminho, onde ele disse que era só eu avisar que ele pegaria estrada também e ficaria bem pertinho, de olho em Will e suas prováveis más intenções. Meus sorrisos para o celular pareceram incomodar o Will, que pigarreou mais vezes do que eu consideraria normal para a garganta de alguém.
— Por que não bebe um xarope? Que coisa irritante. — Amber disse e eu segurei o riso.
— Já notou que você é igualzinha à sua mãe? — ele disse.
— Era pra ser uma ofensa? — ela retrucou.
— É assim o tempo inteiro. — ele disse para mim. — Tenho sorte de ser paciente.
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Bitter Sweet
FanfictionEstudar, casar e ter filhos. Essa era a cronologia que Meredith sempre planejou para a sua vida. Mas tudo isso vai por água a baixo quando ela engravida do seu namorado Will, aos 15 anos de idade. Expulsa de casa pelo seu pai pastor e sua mãe devota...