Apartamento

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Meredith Grey

Cá estava eu, no meio da madrugada, vagando pelas ruas de Manhattan dentro de um Range Rover preto, ao lado de um motorista que não parou de olhar para as minhas pernas desde o momento em que eu aceitei sair de casa para ir até a casa dele. No que eu estava pensando? Teria que trabalhar cedo na manhã seguinte e mesmo tendo consciência de que Andrew arrancaria as minhas forças, eu aceitei. À essa altura, todo mundo já deve ter normalizado o fato de que eu sou louca.

Andrew passou a marcha e sua mão foi para a minha coxa logo em seguida e me deu um forte apertão. Eu já estava bem pronta para ele, sentindo aquele formigamento agradável no meio das pernas e tendo vários pensamentos indevidos sobre todas as coisas que eu gostaria que ele fizesse comigo.

— Cacete, eu não vou aguentar até chegar em casa! — ele disse e então pisou no acelerador, desviando do caminho pelo qual íamos.

— E para onde nós vamos?

— Qualquer lugar onde eu possa te foder.

— Hum... — gemi, mordendo meu lábio inferior.

Ele me olhou de relance e depois de um suspiro, acelerou um pouco mais. Entramos num bairro chique da cidade, cercado por prédios de luxo que tinham apartamentos caríssimos e longe da minha realidade. Nem parecia que era a mesma cidade que eu morava de tão destoante que o ambiente era. Não fiz nenhuma pergunta e apenas aguardei.

Andrew foi até um dos prédios e depois de cumprimentar o porteiro como se já se conhecessem, os portões foram abertos e ele estacionou na garagem.

— Deixa eu adivinhar, você tem um apartamento aqui. — falei antes de sairmos.

— Errado, docinho. — falou vitorioso. — O apartamento é da Carina ela ganhou de herança da minha mãe.

— Sua mãe? — arqueei a sobrancelha.

— É, minha mãe já faleceu e eu já resolvi essa triste questão há muito tempo. Agora a gente pode subir e transar? — fez bico.

— Sim. Claro. — eu ri.

Assim que saímos do carro, Andrew segurou minha mão e quase correu comigo até o elevador da garagem. Ele digitou uma espécie de código e então nós começamos a subir.

— É tão... dourado. — eu disse olhando em volta.

— É nisso que está prestando atenção? — ele caminhou até mim e eu me afastei até encontrar a parede. Então Andrew colocou uma de suas mãos atrás de mim, me encurralando. — Lembra quando brincamos de "eu nunca" no elevador?

— Como esquecer de um dos momentos mais tensos da minha vida? — sorri.

— Que tal apimentar essa brincadeira? — perguntou baixinho, passando seu dedo pelos botões da minha blusa. — Ao invés de abaixar dedos, tiramos peças de roupa.

— Eu adorei. — sorri de canto.

As portas do elevador se abriram direto no apartamento. Ele entrou primeiro, me puxando pela mão. Não pude deixar de reparar no luxo do lugar, com móveis de alta qualidade, cores neutras mais puxadas para o preto e cinza. Tinha um piano ali, era de um modelo clássico antigo, artigo de luxo para músicos apaixonados por instrumentos raros. E apesar de ser antigo, estava muito bem cuidado, brilhava de tão lustrado.

— Eu nunca toquei um piano de luxo. — comecei a brincadeira.

— Começou mal. Nunca toquei nenhum piano. Já sabe disso.

— E de quem é essa coisa linda? — me aproximei do piano e o toquei com as pontas dos dedos, como se tivesse medo de estraga-lo com minhas mãos de classe média.

Bitter SweetOnde histórias criam vida. Descubra agora