Cerveja com Limão

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Meredith Grey

Eu não dormi nada bem à noite e fiquei me perguntando com que cara eu entraria na casa do Andrew sábado à tarde. O melhor era que eu tinha certeza que ele tentaria ignorar a minha presença como fez da última vez.

Enquanto eu tomava uma xícara de café depois de acordar bem cedo, comecei a relembrar o que aconteceu na noite anterior. Gostei da forma como ele me tocou, eu desejei ter mais e achei mesmo que teria. Tentei de diversas formas entender o lado dele e minha única conclusão foi de que ele era um viúvo preso à memória de sua esposa. Andrew não se permitiria viver algo comigo e eu acho até que era melhor assim.

Sempre fui uma pessoa muito intensa, eu gostava de me apaixonar, de ter alguém para cuidar de mim e que eu pudesse confiar. Andrew não poderia me passar nenhuma segurança agindo como se tivesse algum tipo de transtorno de personalidade, passando de extremamente excitado comigo a um cara arrependido e furioso.

— No que a minha doidinha está pensando? — Donna perguntou ao entrar na cozinha. Ela me abraçou por trás e beijou o topo da minha cabeça, depois sentou na cadeira ao meu lado enquanto sorria.

— Acho que você errou o número da camisa, está larga demais. — brinquei ao notar que ela vestia uma camisa de Harvey.

— Ontem foi a melhor noite que já passei nesse apartamento!

— E o Thomas?

— Quem? — debochou.

— Coitadinho, ele nos salvou de um incêndio. — ironizei.

— Não se preocupe, eu vou aconselha-lo a fazer um curso para bombeiro depois de chutar a bunda dele. — riu.

— Santa sensibilidade. — ri também.

— E então, no que estava pensando? Você literalmente nunca fica quieta. Foi até estranho acordar sem sentir cheiro podre de incenso.

— Eu nem lembrei de começar o meu dia direito. — dei um tapinha em minha própria testa.

— Foi a festa de ontem? O que rolou?

— Eu mal entrei no salão e já tive o meu vestido criticado pela Lana Evans. Acho que me humilhar será uma das maiores motivações da vida dela daqui em diante. — suspirei.

— Olha, é só falar que eu juro que dou uma paulada nela.

— Ela é mãe de uma aluna. — dei risada.

— E eu sou quase sua mãe. Ninguém pode mexer assim com você! Eu quero que um dia ela faça isso na minha frente.

— Aposto que você perderia seu emprego.

— Tudo bem, agora você tem dois.

— Não me deixa comprar um carro sozinha, mas quer que eu te sustente? — cerrei os olhos.

— Nós fizemos a manutenção, nossa picape ainda tem alguns anos de vida, coitada. — neguei com a cabeça dando risada. — Mas foi só a Lana?

— Não.

— Quem mais foi escroto com você? Nesse eu posso bater, não posso?

— Não, não pode. Mas ele não foi exatamente escroto comigo. Foi bem estranho, na verdade.

— Desembucha. — me olhou curiosa.

— Depois que a Lana foi uma vaca comigo, eu saí de lá e subi até uma varanda. O Andrew foi atrás de mim, eu explodi num excesso de fúria e então ele me beijou. — Donna engasgou com o café e eu tive que dar uns tapinhas em suas costas.

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