Quartzo Rosa

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Meredith Grey

Senti um arrepio em minha pele e abri meus olhos devagar, encontrando o rosto de Andrew. Ele parecia preocupado com alguma coisa. Esfreguei meus olhos e o encarei em silêncio.

— Oi. — ele disse.

— Oi.

— O que aconteceu?

Sentei na cama e olhei em volta para os lenços amassados que usei para enxugar minhas lágrimas. Chorei até pegar no sono e agora que acordei estava com vontade de cair em prantos de novo.

— Que bom que está aqui. — forcei um sorriso e pousei minha mão sobre o seu rosto. — Eu queria te ver. — me aproximei mais dele e o beijei.

Ele devolveu o beijo por alguns segundos, mas logo me afastou e segurou minhas mãos.

— Não vai me dizer? — respirei fundo e olhei para nossas mãos juntas. — Meredith, quem era o homem que te deixou em casa mais cedo? — arregalei meus olhos e o encarei. — Você... — ele deslizou suas mãos para longe das minhas e sua expressão ficou tensa. — Está saindo com alguém?

— Não! — respondi rápido. — Não é nada disso. — fiquei de joelhos e segurei o rosto dele entre minhas mãos, o obrigando a olhar para mim. — Eu não penso em ninguém mais.

— Ah... — ele pareceu desconfortável, afastou minhas mãos e desviou o olhar.

Será que eu havia falado alguma bobagem? E se ele só estivesse tentando saber se eu estava com alguém sem realmente se importar com isso? Senti meu rosto corar e tive vontade de desfazer o meu último comentário.

— Quem era ele? — perguntou com a voz um pouco baixa.

— É complicado.

— Sei. — começou a coçar seu braço. Ele estava nervoso.

Não sabia se deveria dizer alguma coisa para ele, mas afinal ele já sabia daquela parte do meu passado e eu não queria que Andrew pensasse mal de mim, por mais que não estivéssemos namorando.

— O nome dele é Will. Ele foi o meu primeiro namorado. — Andrew começou a coçar o braço mais forte. — Ele é pai do bebê que eu abandonei. — agora ele paralisou e olhou para mim de novo. — Will descobriu algumas coisas, está procurando ela. Acho que ela se chama Melissa.

— Uau. — agora ele relaxou mais. — E você realmente quer reencontra-la?

— Eu só quero saber se ela está bem. Ainda não decidi se irei me apresentar. Tenho medo que ela me odeie pelo que fiz.

— Se ela tiver a sua personalidade, tenho certeza que vai entender que você estava pensando no que era melhor para ela. — ele chegou mais perto de mim. — Sinto muito estar sendo um imbecil possessivo, mas quando você viu o Will de novo, você...

— Não. — nem esperei ele terminar de falar. — Eu tinha quinze anos, não conhecia o mundo como conheço agora e mudei muito. O Will é só uma parte do meu passado, eu não sinto nada por ele.

— Tudo bem. — assentiu. — Como está se sentindo? — olhou em volta. — Bom, parece que não muito bem.

— Foi um baque receber tantas informações, principalmente por saber que o universo me mandou justamente para perto da minha filha, isso se ela ainda estiver aqui.

— Em Manhattan?

— Qualquer lugar de Nova York. — dei de ombros.

— Eu queria poder fazer algo por você. — pousou a mão sobre o meu ombro.

Bitter SweetOnde histórias criam vida. Descubra agora