Sirene

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Andrew Deluca

Nós fomos em vários lugares da cidade, todo lugar para onde Bela já foi ao menos uma vez ao fugir de casa. Parecia que dessa vez ela havia escolhido um lugar novo, pois não a encontramos de jeito nenhum.

— É melhor chamarmos a polícia. — Lana disse pegando o celular depois de sairmos de mais uma boate e entrarmos em meu carro.

— E o que será que a Bela vai dizer para a polícia quando eles perguntarem o motivo que a fez fugir?

— Droga. — bufou e tornou a guardar o celular. — Não acredito que contou pra ela, Andrew. Agora a minha filha pode estar em perigo!

— Seja sincera. Você se importa?

— O que? Como pode me perguntar isso? É a minha filha! É o meu bem mais precioso. Eu já matei e mataria de novo por ela.

— Por ela? Charles não queria fazer mal a ela.

— Queria tirá-la de mim.

— Tem certeza que tudo isso não foi só questão de ego? Você age constantemente como se Bela fosse propriedade sua.

— E ela não é? Eu pari aquela menina. — Lana era tão desligada de valores morais que nem percebia o quão absurdo era o que ela estava dizendo.

— Amar não é o mesmo que possuir.

— Foda-se o que você acha sobre o amor, Andrew. Roubou uma criança por amor.

— Até quando as pessoas vão usar disso pra me atacar? — revirei os olhos.

— Até você parar de ser hipócrita.

Resolvi ficar em silêncio e dar aquela discussão como acabada. Tentar convencer Lana de que ela estava errada era como tentar ensinar um cachorro a ler. Dirigi por toda a Manhattan, ligamos para os pais de todas as amigas de Bela, mas não tivemos nenhum sinal da menina.

— A única alternativa que temos é esperar o dia amanhecer. — eu disse. — Se ela não entrar em contato, teremos que chamar a polícia, mesmo que isso ferre com tudo.

— Isso é culpa sua. É tudo culpa sua. — rosnou.

— Você fala como se não tivesse feito nada de errado. Cacete, Lana, você matou uma pessoa! Coloca essa porra na sua cabeça! — berrei já irritado. Ela cruzou os braços e se manteve em silêncio.

Estava dirigindo de volta para casa quando meu celular começou a tocar. Era a Meredith. Atendi e deixei no viva-voz.

— Oi, Mer.

— Nós achamos a Bela. Ela foi até a minha casa, Donna estava tentando convencê-la a tentar falar com a Lana.

— Sua casa? — Lana franziu a testa e pareceu se enraivecer com aquilo. — Era só o que me faltava...

— Esse não é o ponto aqui, Lana. Sua filha está segura, comemore essa parte e deixe o ego de lado.

— Você anda muito atrevida, professorinha. — Lana retrucou.

— Só estou sendo sincera. Eu voltei para o meu apartamento com a Amber. A Bela se trancou no meu quarto e estou tentando fazê-la sair. Talvez você consiga, Lana.

— Estamos indo até aí. — falei. — Até mais, Mer.

— Até.

Lana se manteve com aquele semblante irritado, mesmo que agora soubéssemos que Bela estava bem. A verdade era que Lana cismou tanto com Meredith que se deixava cega por tudo, até pelas coisas mais importantes.

Bitter SweetOnde histórias criam vida. Descubra agora