Terceiro Homem

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Meredith Grey

Preparei a melhor macarronada possível e deixei a mesa pronta para o jantar. Donna e Harvey saíram para jantar num restaurante e avisaram que voltariam tarde, já que iriam direto para uma balada depois. Eu sentia falta de relaxar daquela forma, mas agora eu tinha outras prioridades.

Enquanto eu terminava de pôr a mesa, Amber estava sentada em uma cadeira, olhando para tudo com uma expressão crítica e séria. Ela franziu a testa para mim assim que eu coloquei o terceiro prato na mesa.

— Achei que jantaríamos sozinhas. — ela disse.

— O Will vai jantar com a gente. — expliquei.

— Então é isso? Vai deixar ele fazer parte da sua vida?

— Goste ou não, ele é seu pai e vai estar sempre perto.

— Tenho certeza que isso não incomoda você. — me olhou de cima a baixo.

— O que quer dizer com isso? — soltei um suspiro cansado.

— Eu vi como ele te olha. Ele quer estar com você.

— Não fale bobagens.

— Não é bobagem. E eu desconfio que se você passar tempo demais perto dele, ele pode começar a derreter você.

— Eu não tenho nenhum interesse no Will. — deixei claro. — Você é a única razão pela qual ele está na minha vida agora.

— As coisas podem mudar com o tempo. Como quando você achava o meu pai um babaca e depois se apaixonou por ele. Não pode desistir dele.

— Por que você se importa? — alterei minha voz. — Você parece com muita vontade de ficar longe de mim, mas fica insistindo em dizer que eu não deveria parar de pensar no Andrew.

— Porque pela primeira vez na vida eu vi o meu pai com um olhar descansado. Pela primeira vez eu vi ele sorrir ao dizer o nome de alguma mulher. Ele se enche de orgulho quando você é o assunto. Eu nunca o vi tão feliz como agora e as coisas estão tão complicadas pra ele... Eu quero que ele continue feliz.

Engoli em seco e fiquei em completo silêncio, pensando sobre o que eu deveria responder. Quando abri a minha boca para falar, o interfone tocou. Avisei ao porteiro que deixasse Will subir e em poucos minutos ele já estava no apartamento, sentado na cabeceira da mesa entre mim e Amber.

— Isso está com um cheiro incrível! — Will elogiou.

— Obrigada. — sorri. — Foi um pedido da Amber. Espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro.

Ele deu uma garfada e sorriu satisfatoriamente.

— É a melhor macarronada que eu já provei.

— Tá. — Amber disse baixinho e soltou uma risada nasal.

— Quer dizer alguma coisa, Amber? — Will perguntou.

— Não. — ela disse enquanto brincava com o macarrão em seu prato.

— Sua mãe se esforçou para cozinhar para você. Não vai dizer nada pra ela? — ele insistiu, a encarando.

— Mães cozinham para os seus filhos. O que tem de incrível nisso?

— Você poderia ser mais gentil.

— Will. — toquei seu braço. — Está tudo bem. — sorri de leve.

— Você é mesmo um anjo, Mer. — ele sorriu para mim também e só esse breve momento foi suficiente para deixar Amber com uma expressão ainda mais irritada.

Bitter SweetOnde histórias criam vida. Descubra agora