Com olhos vermelhos ferozes, penas cinzentas escuras e garras enormes, o açor é a maior ave rapina florestal e um dos animais mais ferozes que existe, representando um grande perigo a tudo que o rodeia. E é um açor que está estampado em todas as jaq...
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Me inclinei cada vez mais para fora da janela, sentindo o vento atingir meus cabelos e os lançar para todos os lados, os bagunçando por completo. Uma risada escapou quando os pneus deslizaram realizando uma curva na pista recentemente molhada por conta de um chuvisco de nada que pelo menos fez com que Bul-bul pegasse o carro dela para nos levar até a reunião que Sawako inventou de fazer de última hora como a bela puta que é.
─ Não sei que porra de ideia foi essa, eu tinha um encontro, caralho.─ Bul-bul resmungou, me fazendo virar a cabeça para encará-la. Seus cabelos tingidos de um tom loiro-platinado estavam presos em um rabo-de-cavalo que deixava seus lábios cheios de gloss em evidência. Soltei mais uma risada, me inclinando para trás e caindo no banco do passageiro. A loira aproveitou que eu finalmente parei de enfiar minha cabeça para fora do carro como a porra de um cachorro, segundo suas próprias palavras que me fizeram revirar os olhos de forma tão agressiva que minha cabeça doía até agora.
─ Você sempre tem um encontro.─ Falei, esticando minha mão e roubando a carteira de cigarro que estava entre suas coxas. Bulma fez um bico com os lábios e afundou o pé no acelerador, apertando as mãos em torno do volante.
─ Eu sei disso, porra! Mas dessa vez ia ser diferente!─ Ela exclamou, ultrapassando um sinal vermelho, assustando alguns pedestres que se prepararam para atravessar a rua.─ E claro que aquela puta da Sawako ia foder com tudo mais uma vez! Porra! Eu ia dar uns beijos em um cara gato pra cacete!
Apenas ri da revolta de Bulma. Era engraçado ver ela reclamar daquilo, tipo, ela tinha um encontro marcado todo o fim de semana. Nunca sei como aquela idiota consegue arranjar tantos idiotas que caem no seu papo de garota rica super inocente, principalmente quando ela não esconde nem um por um segundo que faz parte da maior gangue de Shibyua. Como todos os otários que querendo ou não consideramos família, Bulma ostentava uma jaqueta vermelha com a estampa de uma ave rapina pintada de preto em suas costas e gostava de rir enquanto estourava a cara de alguns imbecis pelas ruas.
Sacudi a cabeça, enterrando as mãos em meus cabelos tentando organizá-los mas pelo que eu tava vendo pelo retrovisor, só apenas os deixei ainda mais bagunçados. Puta que pariu, viu!
Bulma continuou pisando no acelerador cada vez mais fundo. Me encostei ainda mais no banco, nem um pouco preocupada de estávamos ou não usando cinto de segurança. Aquela vadia loira bêbada e drogada fez coisa pior com aquele carro comigo dentro e no final tudo aquilo não deu em nada então, sim, eu estava dando um foda-se para todo aquele surto dela.
A loira não desacelerou nem um pouco quando realizou mais uma curva, dessa vez adentrando no estacionamento do Templo que geralmente fazíamos as reuniões da gangue e quase atropelando alguns imbecis que vestiam a mesma jaqueta que a nossa, com o diferencial que as escritas na nossa eram em dourado e não preto como as deles. Alguns deles soltaram palavrões altos, parecendo bem perto de jogarem alguma coisa mas todos eles murcharam, assim que Bulma saltou para fora, balançando a cabeça levemente e sorrindo para todo mundo.
