˗ˏ FOURTY SEVEN.

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Meus nervos estavam a flor da pele durante aqueles dias que se passaram

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Meus nervos estavam a flor da pele durante aqueles dias que se passaram. Pela primeira vez na minha vida, meus pais pareceram entender que eu estava na merda, então me deram espaço. Se ofereceram pra ajudar, o que me fez quase morrer de tanto rir e tanta incredulidade. Que porra eles queriam, afinal? Eu sinceramente não fazia a menor ideia e, sinceramente, nem sei se quero descobrir. Mas meus pais não eram nem de perto o maior problema, mas sim toda a situação com Maisha e o incrível detalhe que os arrombados dos pais dela não estavam deixando que eu visse minha melhor amiga. Mesmo tendo sido eu a salvar a vida dela!

Estava tudo a porra de um inferno. Ainda tinha que aguentar a silenciosa pressão que meus pais estavam fazendo pra que eu fosse pra merda da Alemanha, já que toda hora, magicamente, apereciam todos os tipos de coisa que remetiam a Alemanha na minha cama. O que tava começando a me deixar bem puta! Porque, sinceramente, eu não ia mudar de ideia do dia pra noite! Ainda mais com Maisha nessa situação de merda.

Eu tava andando pelas ruas, de forma nervosa, tentando pensar em um jeito de encontrar com Mai já que tudo parece que desandou pra um caralho. Miwa tinha me dito que talvez eu devesse dar um tempo, esperar Mai se recuperar, mas ao inferno que eu a deixaria sozinha nesse momento merda!

Suspirei, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta que eu estava usando, que nem minha era, mas sim de Wakasa. Bom, a culpa não é minha se ele vacilou, e até que o logo da Black Dragons não é tão horroroso assim. O uniforme realmente é bem feio, mas a jaqueta não. Enfim, mas o que eu podia esperar de um bando de macho idiota, certo?

Kira e Saori estavam atrasados e eu estava começando a me irritar. Queria começar a pensar em algo logo. Estava ansiosa demais, nervosa demais, e nem mesmo todos os remédios do mundo seriam capazes de me acalmarem.

Com um suspiro pesado, me escorei na parede do lado de fora da sorveteira, tateando o bolso da minha calça jean em busca de um cigarro. Fazia muito, muito tempo que eu não fumava, porque era um habito de merda. Mas quando eu tava nervosa nesse nível...

Não demorei muito pra acender e o levar até meus lábios, tombando a cabeça para trás e deixando que ela encostasse contra o muro de tijolos logo atrás de mim. Eu deveria ter escutado Maisha; deveríamos ter pegado dinheiro e ido embora, e agora, tudo estava na merda. E eu sabia muito bem que não podia viver sem essa filha da puta desgraçada na minha vida. Eu já tinha perdido coisas demais, gente demais. Não ia perder a melhor amiga que tive também. Nem fudendo!

-Zuzu.

Cerrei o punho com força dentro do bolso da jaqueta escutando aquela voz, mas não deixei transparecer o quanto estava começando a ficar puta. Apenas continuei olhando para o céu, sofrando a fumaça em minha boca.

-Acho que precisamos conversar, Azumi.- Satoru disse baixinho, se aproximando de mim. Lentamente, me virei para ele, fixando meus olhos nos dele. Eu podia ver claramente o arrependimento ali, mas...

Tudo o que sentia era raiva por ele.

Mágoa.

Decepção.

-Eu acho melhor você ir embora, Satoru. - falei, esfregando o cigarro contra a parede para o apagar. Dei as costas para Satoru, voltando a caminhar. -Eu realmente não tenho absolutamente nada pra falar com você.

-Bem, isso foi bem rápido!- ele gritou, logo atrás de mim. Parei de andar; -Trocou a Black Goshawk por um bando de dragões.

Quer saber?

Que se foda.

Me virei, rápida como um raio, agarrando Satoru pela gola da camiseta e o prendendo contra a parede. Não hesitei em fechar meu punho e o chocar contra o nariz de Satoru, ficando satisfeita quando vi sangue escorrer.

Ele apenas me olhou, sem fazer menção de lutar comigo.

-Tá se sentindo melhor agora?- ele disse arqueando a sobrancelha. Eu o larguei, me afastando de Satoru.

-Nem mesmo de perto, Satoru Kita. E não pense que essa vai ser como nossas outras brigas, que uns gritos e umas porradas vão resolver tudo.- eu falei, e me virei apenas o suficiente para fitar Satoru por cima do ombro. -Você jogou nossa amizade no lixo quando escolheu ficar com Sawako. Não, melhor que isso, quando escolheu contar tudo o que Mai e eu te confidenciamos a ela. Quando escolheu foder suas únicas amigas, aquelas que limparam seu sangue, suas lágrimas, seu vomito, que estiveram nos seus piores e melhores momentos, apenas pra poder comer uma puta. Então, não, Satoru. Eu não estou me sentindo melhor agora. E fique longe de mim.

-Porra, Azumi!- ele gritou, mas continuei andando. -Me deixa explicar! Por favor!

-Não importa o que você fale. Você já estragou tudo.- eu murmurei antes de ir embora, sem nem mesmo olhar pra trás.

Eu só fiquei aliviada quando Mai estava finalmente comigo, e nem tinha forças pra brigar com ela

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Eu só fiquei aliviada quando Mai estava finalmente comigo, e nem tinha forças pra brigar com ela. Apenas abracei minha melhor amiga e a levei pra casa dos meus pais, não me importando com mais nada.

-Você pode ficar aqui quanto tempo precisar. - eu falei, fuçando nas gavetas que minha mãe tinha enchido de roupas em busca de algo. Torci o nariz para todas as roupas ridículas. Apenas puxei um shorts confortável e uma camiseta regata antes de atirar para Mai.

Ela apenas suspirou e se largou na minha cama, que era extremamente grande. Por um instante, Mai apenas fechou os olhos. Estava calada demais e isso estava começando a me incomodar.

Eu me aproximei, me deitando ao lado de Maisha, e ela não demorou antes de deitar a cabeça no meu ombro.

-Odeio meus pais.- ela murmurou. Eu acabei rindo.

-Eu também odeio. Os seus e os meus.- eu respondi com uma careta. Olhei Mai atentamente. -Ainda quer fugir?

-Ah, com toda a certeza do universo. - ela resmungou e eu assenti. Meus olhos se fixaram no testamento da minha vó, deixado na escrivaninha do quarto. Suspirei.

-Bom, e o que você acharia de passar umas semanas na Alemanha comigo, então? - eu perguntei com um sorriso diabólico. -Porque acho que tô bem tentada a fazer o último desejo da minha vó e depois foder com a vida dos meus pais. E aí, o que me diz, Miyazaki? Vamos lançar o terror no exterior?

 E aí, o que me diz, Miyazaki? Vamos lançar o terror no exterior?

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Black Goshawk • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora