Com olhos vermelhos ferozes, penas cinzentas escuras e garras enormes, o açor é a maior ave rapina florestal e um dos animais mais ferozes que existe, representando um grande perigo a tudo que o rodeia. E é um açor que está estampado em todas as jaq...
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Eu ia ser presa, tenho certeza disso. Talvez agora eu vá agradecer aos céus por terem me feito nascer em uma família de merda, mas pelo menos que era rica, assim podia sair da cadeia fácil, afinal os ricos mandam no mundo e os pobres se fodem. Sacudi minha cabeça, enterrando minhas mãos dentro da jaqueta, lançando meu melhor olhar de ódio pra a casa que se erguia na minha frente. Uma casa que eu descobri ser também um dojô, um dojô que aquele maldito gatinho surrado participava como aluno. Haviam crianças saindo dali e maioria se encolhia, assim que me via ali parada. Bando de cagão, nessa idade eu varria os babacas mais velhos sem saber porra nenhuma de karatê ou judô!
Cadê aquele maldito resto de aborto?
E como se tivesse sido invocado pelo demônio, brotou aquela criança do caralho soltando uma risada de algo que o loiro baixinho disse. Revirei os olhos. Por que tão lento?
Tá legal, eu não deveria tá assim. Mas, bom, estar na frente da casa daquele gelzinho do caralho depois de ter escutado aquelas merdas dele talvez mande uma mensagem que eu não queria para aquele bostinha. Ia parecer que tava ali pra mostrar que não sou aquela vadia que só brinca com os outros e, bom, sinceramente eu não importava com aquele título de merda que me deram junto do de Incendiária.
E denovo, tô ficando ainda mais puta por pensar em porra que não me importo nem um pouco nesse caralho!
─ Vamo embora logo.─ Chiei para Baji, agarrando seu ombro e o puxando para longe de Mikey.
─ Ei! Que isso?─ Soltou o babaca. Revirei os olhos, continuando a puxá-lo.
─ Cala a boca e segue o roteiro, vamo, vamo!─ Resmunguei, dando um tapa em seu rosto quando ele abriu a boca. Baji finalmente ficou quieto, mesmo que continuasse com aquela cara de cú mas sei que ele vai deixar de palhaçada quando eu lhe desse sorvete ou alguma merda assim. Observei o cretinizinho subir na minha moto e estava bem perto de fazer o mesmo quando uma voz fez com que eu congelasse.
─ Sabia que isso pode contar como sequestro?─ Não hesitei lançar meu pior olhar para Baji, se aquele merdinha fosse mais rápido...─ Você... Não vai mesmo falar comigo?
Bufei, irritada. Deus só pode tá me castigando, só pode!
─ E eu devia? Não foi você que disse que só brinco com os outros e sigo a vida?─ Soltei, virando o rosto, só o suficiente para que pudesse ver sua face pelo canto dos olhos. Tive vontade de socar a mim quando senti um pingo de pena por aquele imbecil. Porra de rosto bonitinho!
─ É, você está certa.─ Disse Shinichiro, encolhendo os ombros e enfiando as mãos dentro dos bolsos de sua calça. Tá legal, ele me parece culpado...─ Eu...─ Sua boca se abriu e eu pisquei meus olhos, seu rosto ficou vermelho.─ Desculpa, é só isso.
E só foi isso, ele simplesmente me deu as costas, andando na direção de seu quarto, provavelmente.
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