Com olhos vermelhos ferozes, penas cinzentas escuras e garras enormes, o açor é a maior ave rapina florestal e um dos animais mais ferozes que existe, representando um grande perigo a tudo que o rodeia. E é um açor que está estampado em todas as jaq...
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Eu ia me matar. Ou melhor, eu ia matar Maisha por agir como uma puta idiota, não só me enganando, mas enganando Wakasa também e prendendo nós dois ali. Como se isso fosse super resolver todos os nossos problemas! Como Maisha é desgraçada, agora tudo o que já tá cagado vai fical mil vezes pior! Meu deus, será que se eu bater com força demais a cabeça contra a parede eu apago? Se bem que, se parar pra pensar, se eu bater o nariz já fodido em algum lugar certamente a for me faria apagar, né? Sim, eu estava realmente cogitando fazer isso já que esmurrar a porta não tava dando em nada. Tenho bastante certeza que Maisha deu o fora e essa merda de vestiário era longe o suficiente pra que ninguém me escutasse gritando e xingando.
Uma puta desgraçada, mas ninguém podia falar que Mai era burra, afinal! De burra ela não tinha nada, e eu tava começando a me irritar. Afinal, que porra ela queria? Que eu me resolvesse com Wakasa? Porque tava claro que isso não ia ajudar em nada.
-Não sei se percebeu, mas a gente vai ficar preso aqui até alguém ter vontade de vir abrir. E isso não vai acontecer se você continuar socando a porta. - Wakasa soltou, encostado na parede, me encarando. Eu ignorei, ainda tentando dar um jeito de derrubar aquela porta, e minha mão já tava começando a doer. -Mas tá, continua sendo ignorante.
Eu apenas abaixei a mão, me virando para encarar Wakasa. Os olhos roxos dele estavam fixos em mim e eu apenas suspirei, levando as mãos até meus cabelos e os bagunçando completamente.
-Sei que você não quer estar perto de mim, mas eu não tenho nada haver com esse planinho da Maisha.- eu falei e ele arqueou a sobrancelha.
-Acho que eu percebi isso.- ele retrucou e eu fiz uma careta, desviando o olhar. Que merda, Maisha! Pra que me fuder desse jeito! Pra que!
-Sei que não quer falar comigo, mas...- eu começei, mas calei a boca. No fim, acho que ele realmente não quer me escutar, mas... Ah, que se foda também! Pelo menos, se eu me desculpar de verdade, vou poder tirar uma parte do peso que tô sentindo. Mesmo que pedir desculpas não resolva nada entre nós, vai pelo menos fazer eu me sentir minimamente melhor. Ou pelo menos eu espero que faça.
Suspirei, me aproximando de Wakasa e parando na frente dele. Wakasa nem se mexeu, apenas me encarou, arqueando a sobrancelha para mim. Ele era um pouco mais alto que eu, o que era um pouco revoltante.
-Me desculpa. Pelo que eu falei. E, eu sei que isso não resolve nada, sei que você tá puto, que me odeia, que me acha uma puta e uma egoísta, mas realmente sinto muito pelo que eu fiz, e me arrependi no segundo seguinte. Não queria te magoar. Nem sei porque fiz isso. Eu só... Eu não sei lidar com pessoas, não sei nem mesmo como ter relacionamentos, quem dirá namorar. Fui uma pessoa de merda com você, e me arrependo muito disso. Não espero que você me perdoe, mas o que senti por você nunca foi de mentira e nem brincadeira. O que eu ainda sinto por você, no caso. E... É isso.
Wakasa não disse nada e nem demonstrou nada, apenas ficou me olhando. Eu suspirei, me afastando dele e caminhando até o banco ali no meio do vestiário, me sentando. Do jeito que Maisha é uma filha da puta, ela só vai aparecer daqui pelo menos umas duas horas. E eu odeio essa vagabunda por isso. Como vou ficar duas horas tentando não chorar só pra não deixar ainda mais claro o quão na merda eu tô?
