Capítulo 06

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um voto e a constelação toda é sua!

(dias atuais)

Eu não tive mais notícias de Júlia depois daquele dia. Nossos caminhos não voltaram a se cruzar, assim como meu telefone não tocou uma única vez desde então. Minhas ligações foram ignoradas e as mensagens não foram respondidas depois de um tempo. Sempre havia uma desculpa, informações vagas e com o tempo eu fiquei tão ocupado, que quase não me lembrava da promessa que tinha feito para ela.

Foi quando perdi meu emprego que tudo voltou a minha mente e eu decidi cumpri-la. Eu queria desesperadamente ir embora de Bangkok por motivos bem óbvios: eu estava sem emprego, vivendo um inferno ao lado do meu pai e minha madrasta, e não queria ter que permanecer em um lugar que me fazia tão mal. Comprei as passagens e avisei Tay, que me levou até o aeroporto e o restante da história vocês já conhecem.

Lembrar tudo isso me mostravam quanta coisa havia acontecido e nos dias atuais tudo representava a soma de decisões que tomei naquele dia. Quando entrei no MedicBangkok na segunda-feira, respirei aliviado ao perceber que pelo menos o episódio com Bright não havia sido levado até minha madrasta e isso já era de grande ajuda.

Tive duas crises de ansiedade pesadas no final de semana e tudo que eu não precisava era de outra naquela manhã. Passei horas lembrando do passado, de situações pesadas e dos momentos felizes também, o que me deixava emotivo e sem controle algum sobre as reações que tinha. Assim, tudo seguiu perfeitamente bem na empresa, o que facilitou a minha vida na hora de resolver a internação de Gigie e o bebê. Os dois chegariam na terça-feira pela manhã e Bright estaria com eles.

Passei a manhã resolvendo os detalhes do hospital e pela tarde lotei a agenda de compromissos, tudo para manter a mente longe de Bright, mas quando cheguei em casa tarde da noite as memórias voltaram. Dormi pouco e acordei cedo, já que teria que estar no hospital quando eles chegassem. Tay também estaria lá e havia me enviado uma mensagem dizendo que também não tinha dormido nada. Trocamos algumas palavras e avisamos quando saímos de casa.

Ao parar o carro no estacionamento permaneci dentro dele por alguns minutos até enfim sair. Iria encontrar com Bright novamente e talvez fosse isso que estava me fazendo transpirar tanto quando entrei no corredor prestes a abrir a porta do quarto onde eles estavam me esperando. Fui informado que Gigie já havia passado por uma triagem, assim como o bebê e conversaríamos com a equipe médica em seguida.

Todos estavam cientes da discrição daquela situação e Luke estava comigo também. Tay chegaria com Namtan, que estava sabendo de tudo e até onde fui informado, a relação deles estava passando por momentos delicados. A ida deles ali não significava que ela estava bem com aquilo, mas entendi que eles decidiram passar por isso juntos. Não sabia como tudo aquilo terminaria, mas a esperança estava aí pra isso.

Tomando uma quantidade de ar considerável para o momento, abri a porta e entrei no quarto VIP reservado para Gigie. Bright estava sentado ao seu lado e os dois me olharam assim que passei pela porta. Não ousei demorar meus olhos nele, fazendo um esforço imenso para manter em foco apenas Gigie, deitada na cama e ligada a aparelhos. Ela sorriu levemente quando fechei a porta e me viu segurando uma cesta de frutas frescas que Luke havia preparado para levar.

- Win!

Ela disse animada e eu retribui com um sorriso largo, agora me lembrando das palavras duras que havia dito para Bright sobre a situação.

- Olá, Gigie.

Cumprimentei, deixando a cesta em cima da mesa de cabeceira para segurar sua mão estendida pra mim. Ela estava magra, com olheiras profundas e apesar do cabelo estar preso, dava para ver que tudo estava sem cor por conta da palidez que predominava seu corpo e lábios ressecados.

Céu Estrelado ✨ {Part II}Onde histórias criam vida. Descubra agora