Notas iniciais
Boa noite pessoal !
Uma nova história.
Ela fala um pouco sobre a Segunda Guerra Mundial, um romance em meio a esse drama todo do qual o mundo passou nos século passado.
Tem alguns fatos históricos, que eu vou deixar explicado nas notas finais.
Sim haverá violência, mas não irei romantizar nada disso, só fará parte da história pq faz parte do enredo, assim como o holocausto e tudo mais.Me interesso pelo assunto e estudei para escrever, os fatos aqui dispostos em sua maioria aconteceram de verdade infelizmente, e o que não for verdadeiro também deixarei nas notas finais.
Enfim espero que gostem desse drama e o entendam.
Ela também vai estar postada no Spirit
Obrigada por acompanhar minhas histórias 🙏🏻Berlim 1914
Em 1918, após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha passou por uma grande depressão. Com sua economia e sua força militar sendo controladas pelo Tratado de Versalhes, que limitava as produções e consequentemente limitava a geração de renda da população.
Revoltados os alemães viram em um líder populista e de fala bonita a solução dos problemas.
Mas estavam enganados.
Em 1929, o país que dava passos pequenos como um bebê, rumo ao retorno de uma vida digna se viu mais uma vez em declínio.
Com a Queda da Bolsa de Nova York, os Estados Unidos congelaram os empréstimos feitos a Alemanha, que vinha se reconstruindo vagarosamente.
E isso só serviu para fomentar a revolta na população que estava cansada de sofrimento e viu em movimentos radicais a solução do seu problema.
Logo, um candidato populista começou a tomar destaque e em 1933 ele tomou o poder e as coisas foram mudando lentamente. As massas não percebiam, para eles era o avanço, era a retomada da honra de uma Alemanha destruída e derrotada pela Primeira Guerra, mas no fundo tudo o que aconteceria era uma tomada de poder, uma ditadura.
Os que estavam contra o poder seriam mortos nos anos seguintes, de forma silenciosa, mortes que pareciam naturais ou apenas acidentes.
Nesse momento também começou a perseguição a grupos específicos de pessoas : deficientes, autistas, ciganos, judeus, negros. Além é claro dos inimigos políticos : comunistas e socialistas, ou qualquer um que achava que o governante não era bom o suficiente.
No começo era a restrição e acessos a lugares públicos, mas logo começou a prisão e extradição dessas pessoas. Muitas saiam de casa e não voltavam para o jantar, ou se viam obrigados a ceder a casa para alemães arianos e tinham de ir para lugares afastados.
E aqui começa a história da jovem Sakura Haruno, em 1933 ela tinha 15 anos, belos olhos verdes, uma pele leitosa, mãos delicadas e peculiares cabelos rosa. Não sabia como, mas nascerá assim, seu pai tinha cabelos cobre e a mãe um cabelo loiro bem claro, ela brincava que deveria ser a mistura dos dois. Iria começar a frequentar a a Liga das Moças, a Juventude Hitlerista, pensava em ser enfermeira e ajudar na guerra, que parecia eminente...
Pobre moça.
Mal sabia ela que seria o alvo maior da guerra.
Sua família era de judeus, seus pais vieram da Palestina para a Alemanha logo que se casaram em 1910.
Seu pai Kizashi Haruno era ourives, começou restaurando peças em uma casa de penhor, mas fazia algumas jóias em latão, no fundo de casa.
Enquanto ele trabalhava de dia, sua esposa Mebuki Haruno vendia as peças para as vizinhas, que na época, não tinham tantas posses, mas gostavam de ter anéis ou brincos parecidos com o das madames da alta sociedade.
Com muito suor ele abriu a própria joalheira em 1912, onde fazia jóias em ouro e prata, mas também fazia ainda suas jóias em metais mais baratos, "para todos os bolsos" ele dizia.
Era um de seus orgulhos, vender para todos a sua arte. Dois anos após abrir a loja, Mebuki engravidou de seu primeiro filho, Sora foi a alegria da casa, onde só havia o casal, o garoto de lindos olhos verdes e cabelos ruivos como o do pai, quando começou a crescer já dava sinais de que gostava de arte como o pai. O garoto gostava muito de desenhar, tanto que passava mais tempo com giz de cera dos que com seus brinquedos.
Mas em 1914 a Primeira Guerra Mundial eclodiu e muitos homens foram para os campos de batalha, Kizashi não ficou de fora e em 1915 acabou sendo convocado para compor o exército alemão, passou por maus bocados nos campos, porém uma lesão na perna, causada por um tiro inimigo, o trouxe de volta para a família em 1917.
Ele levou um tiro protegendo o amigo Akasuna, acabou perdendo os movimentos da perna direita, na época ele pediu para que o homem não se importasse, que ele fez algo que qualquer um teria feito, mas o homem insistiu em dizer que havia uma dívida de vida com ele. Voltou para casa e já considerou isso um pagamento justo, poder rever o filho e a mulher. Continuou tocando a joalheria no centro de Berlim.
Berlim 1917
Na época a joalheiria não dava tantos lucros, afinal quem compra jóias em meios ao caos e a bombardeios? porém ele era um homem precavido e tinha deixado muito dinheiro guardado, além de ter uma casa boa e algumas posses como dois pequenos apartamentos no centro da cidade, que ele alugava para jovens solteiros, além de algumas pepitas de ouro que ele deixava guardadas. Tudo para que seu filho e sua esposa não ficassem desamparados.
Voltou da guerra e não passou necessidade, já tendo uma casa confortável, recebeu também a mãe e uma irmã, para que fossem viver com eles após a guerra.
Um ano após retornar do campo de batalha, logo após o fim da guerra veio ao mundo a pequena Sakura, uma linda menininha de olhos verdes e incriveis cabelos rosados, quando os cabelos começaram a crescer os pais a levaram ao médico achando que a coloração poderia ser alguma doença mais grave. O doutor não identificou a causa, mas constatou que a cor dos cabelos em nada influênciava a saúde da pequena.
Assim a família seguiu sua vida, as crianças crescendo, entrando na escola e começando a dar seus passos, tudo ia bem, apesar do mal momento do país.
Berlim 1933
Sora e os amigos começaram a perceber que em breve seriam chamados ao front de batalha. Afinal a situação política da Europa levava o país a uma guerra que não podia ser ignorada e todo rapaz se sentia responsável em defender a sua nação e sua família, Sora não deixaria seu pai lutar, ele iria no lugar, nem que isso valesse a sua vida.
Mas antes de serem soldados eles eram rapazes, que gostavam de sair, beber e cortejar garotas.
Numa tarde os amigos chamaram Sora para irem tomar cerveja no pub, mas quem os recebeu deixou os três amigos dele impressionados.
- Boa tarde, posso ajudar ? - a moça que atendeu a campainha disse com receio, sem sair de perto da porta de entrada. Itachi Uchiha ergueu uma sobrancelha estranhado quem poderia ser essa garota, Sasori já sabia que era Sakura, só não se lembrava o quanto ela era bonita e Deidara só parecia embasbacado com a beleza da garota de 15 anos.
- Sora está, Sakura ? - Sasori perguntou sabendo que uma pessoa conhecida a assustaria menos, afinal eram três homens em seu portão.
- Ah olá, Sasori. - ela respondeu sorrindo levemente - não havia te visto - após perceber que se tratava de um amigo de longa data. - vou chama-lo, sim? ... - saiu deixando os outros dois em questionamento.
- Claro que conheço, ela é a irmã do Sora.
- Ei você conhece ela? - Itachi quis saber, quase beirando ao desesperado.
- E ele nunca falou que tinha uma irmã tão bonita, que traíra! - Deidara respondeu irritado. - só que tinha uma irmã pequena.
- Ela cresceu, seu burro... - Sasori ralhou. - mas ele devia ter falado que ela tava bonita assim
- Deve ser por que eu não quero nenhuma abutre em cima dela - Sora apareceu defendendo a irmã.
- Que isso!? Não somos abutres - itachi fingiu estar ofendido.
- É claro que não... - disse sem animação - vamos logo, espero que lá tenha umas meninas bonitas para vocês esquecerem a minha irmã.
- Ah difícil - Sasori respondeu para provocar o amigo - não esqueço aquele cabelo rosa nunca na vida.
- Quer parar de falar da minha irmã!? - ele atingiu o objetivo.
- Tá, tá eu paro. Mesmo porque a notícia que eu tenho vai deixar vocês apaixonados por mim. - Sasori riu sem muita emoção.
- O que !? - Deidara sempre foi mais desesperado dos quatro. - fala logo.
- Chegou a minha carta de alistamento. Devo ir para a Whermacht na segunda de manhã - apesar de ser o que eles diziam querer, os rapazes sabiam que essa era uma missão da qual eles provavelmente não voltariam, então não houve nenhuma agitação, inclusive Sasori nem mesmo olhava para eles. Pois também havia algo implícito em ser da Whermacht, algo que os três ali ignoravam e fingiam não saber e se pudessem continuavam assim.
Sora e a família eram judeus e pela lei eles deveriam ser entregues e levados para os guetos, extraditados para a Polônia, mas nenhuma dos três ali teria coragem ou motivo para fazer isso com ele, então preferiam fingir que não sabiam, assim como eles tinham ciência de quê a família de Sora fingiam não serem mais judeus, e Sora tinha esperanças de ser aceito no exercito e sua família ficar segura. Os quatro não tinham ideia ainda da proporção do perigo que Sora e a família corriam.
- Espera a gente lá - itachi respondeu a Sasori, segurando no ombro dele, o fazendo olhar para eles - já que a gente chega. - eles se olharam e riram daquilo. Se dessem sorte logo estariam ali de novo, talvez mancando ou com algum membro faltando, mas juntos.
Contudo ao chegarem ao pub do qual iam quase toda semana, para seus espantos, uma placa enorme proibia a entrada de judeus.
" JUDEUS NÃO SÃO BEM VINDOS"
Os quatro se olharam sem saber o que fazer ou o que dizer, Sora abaixou a cabeça e saiu, sabia que entrar e fingir não ser um judeu apenas prejudicaria os amigos e a humilhação seria maior.
- Sora, espera ! - Itachi correu atrás do amigo. - vamos entrar, ninguém sabe ...
- Sabem sim, só vai ser pior. Deixa pra lá, vou pra casa. - ele rumou na direção da qual vieram, os outros três voltaram, se recusando entrar naquele lugar.
🌸
Com Sakura não era diferente, já não era bem tratada na escola e a grande maioria de suas amigas se afastaram dela, a única que ficou foi Ino Yamanaka, até mesmo por suas professoras era hostilizada, sempre a diminuindo e humilhando, e para não se sentir assim ela acabava cabulando aula, mesmo não sendo seu desejo, afinal queria ser enfermeira na guerra, queria ajudar de alguma forma e não entendia porquê de ser mal tratada dessa forma, queria a resposta de ser tratada assim, o que ela e a família havia feito para isso?
Não podiam dizer que eles eram pobres, mas eram boas pessoas, ajudavam ao próximo, não mexiam na vida de ninguém, seu único pecado era serem judeus, pelo que ela entendeu.
- Vovó Tsunade o que eu fiz para ser tratada assim ? - ela questionou, numa tarde enquanto cuidava da avó que sempre fora forte, mas que ultimamente vinha passando por alguns problemas.
- Não é você minha menina, é algo que vem de cima, mas jamais abaixe a cabeça para isso ... - a idosa respondeu, mas também não sabia, exatamente, o porquê de seu povo ser perseguido. - é guerra querida, as pessoas não sabem o que fazem, e o medo só piora, a primeira guerra levou muita gente... - ela parecia bem preocupada mas em menos de umbsegundo sua fisionomia mudou - querida onde está seu avô? Pede pra ele vir até aqui - o avô de Sakura havia morrido a dezessete anos, um pouco antes de seu pai voltar da guerra.
- Vovó ele se foi, lembra ? - disse com pesar, a primeira vez que isso aconteceu ela chorou horrores, como se ele tivesse acabado de falecer, nas vezes seguintes ela tinha reações diversas, as vezes ficava apática, as vezes ria, as vezes chorava baixinho, ou as vezes se lembrava e ria de sua falta de memória.
- Ah é né... que cabeça a minha ... - "lembrou" Sakura suspirou aliviada de não ter que consolar a idosa.
- Vou ajudar a mamãe no almoço, se precisar só chamar tá bem ? - a idosa assentiu e a menina saiu, o Alzheimer começava a se manifestar mais forte, a mulher que ajudava a cuidar dela desistiu do trabalho por eles serem judeus, desde então Sakura e Shizune cuidavam dela, revezando entre dia e noite, visto que Sakura não ia mais a escola e Shizune fora demitida do emprego de telefonista.
Shizune preferia trabalhar e ter o próprio dinheiro a ter que depender do irmão, mesmo esse dizendo que não havia problema em ela ficar em casa. Mas no último mês ela foi demitida, segundo seu patrão ele gostava do serviço dela, mas ter um judeu empregado na empresa era mal visto pelo partido do qual ele pertencia. Essa era a resposta para tudo ultimamente e a família já estava cansada dessa ladainha.
Kizashi pensava num modo de salvar a vida dos filhos, tirá-los da Alemanha de qualquer forma, todos podiam fingir não saber o que iria acontecer mas ele não conseguia se fazer de cego dessa maneira.
Ele já imaginava a perseguição e todos os males que iriam sofrer, a mãe ele mandaria para a Palestina, na casa de um primo, longe o suficiente e os filhos ele pretendia colocá-los num navio para a América, já guardava dinheiro para isso, já ele e Mebuki tentariam fugir para a Inglaterra, na verdade ele se entregaria para salvar a família, mas Mebuki fazia questão de ficar com ele, e seria muito ver a mulher ser capturada então ele decidiu fugir para a Inglaterra ou para a França onde ninguém os conhecia e ninguém podia dizer que eles era judeus, afinal Mebuki não o deixaria sozinho nunca.
🍅Bom vamos a algumas explicações:
Juventude Hitlerista e Liga das Moças existiu e era um tipo de treinamento para a guerra, em que todos os alemães entre 11 e 17 anos participaram, quem não participava era considerado traidor, ou seja morte ou extradição para os guetos que era a mesma coisa.
A Whermacht era o exército alemão da época e ele na verdade surgiu em 1935, eu mudei a data só pra encaixar.
Espero que tenham gostado Espero vocês nos comentários ...
Quero muito o feedback de vcs ❤
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Vidas no porão
RomanceNo século XX o mundo passou pela pior guerra já vista, foram cerca de 40 milhões de civis perderam suas vida. Porém muitos deles foram perseguidos por uma regime fascista que perseguia e matada minorias. Na tentativa de fugir dessa perseguição Sa...