Vidas no porão

Capitulo 17

Berlim, Dezembro de 1941

Sakura não podia mentir que se sentia estranha, naquela manhã fria, ela não sabia como faria para olhar ou se quer falar com as pessoas daquela casa, se sentia envergonhada até o último fio de cabelo rosado, mesmo que Chiyo e Naruto não soubessem, parecia, para ela que eles viram através das paredes ou nos sonhos o que ela fez e que foi realmente errado, pior ainda seria ver Sasuke naquela manhã.

Depois do beijo ele lhe deu um beijinho doce e lhe desejou boa noite, e ela se sentia como uma adolescente que via um filme romântico no cinema, a diferença era que ela era a protagonista e que agora ela não sabia como se comportar, estava sentindo que havia sido espionada e que todos a julgariam de alguma forma.

- Bom dia, querida. - Saudou Chiyo pela manhã, como sempre fazia.

- B-bom dia Frau Chiyo - tentou agir normalmente, mas gaguejou e rezou a Deus para que ela não tivesse percebido seu nervosismo.

- Acordou cedo, o que aconteceu?

- N-não … Eu acordo todo dia nesse horario… - Não, ela acordava um pouco mais tarde, a verdade é que ela acordou após um sonho em que Sasuke a beijava de novo.

- Hum … nunca reparei. - Para o nervosismo da garota Sasuke surgiu na cozinha, com os três primeiros botões da camisa aberta, mostrando parte de seu peitoral. - Cade seus modos, rapaz ? Feche direito essa camisa, respeite a moça. - Se Sakura tivesse um espelho apenas confirmaria seu rosto rubro e seus olhos perdidos.

- Desculpe vovó. - Fechou rapidamente e sorriu para Sakura que desviou o olhar, o que causou estranheza no Uchiha, que se perguntou o que havia feito de errado.

- Coma alguma coisa antes de sair. Tome um café, você não tem se alimentado direito, o que Frau Mikoto dirá se souber disso. -  Ele negou com a cabeça e tentou contato com Sakura, mas sem sucesso.

A governanta saiu e Sakura continuou olhando vagamente para algo debaixo do fogão, Sasuke tentou buscar o olhar dela,  mas ela realmente não o encarava, ele se perguntou se ela não queria a aproximação dele, se ele tinha entendido errado sobre ela querer algo com ele.

- Sakura? - Ela ficou mais vermelha e perdida, não sabia para onde olhava. - O que aconteceu ? Eu te fiz alguma coisa? - Ela negou com a cabeça, um movimento rapido. - Eu te incomodo ? - Ela negou mais uma vez. - Olhe para mim. - Ele havia se levantado e estava na frente dela, sendo impossivel fugir. Com o indicador e o polegar ele ergueu o rosto dela devagar, num toque terno. A bochecha avermelhada lhe dava um ar adorável.  - Está fugindo de mim. - Ela negou pela terceira vez. Ele se abaixou e selou os lábios dele e entendeu que ela só estava encabulada. - Tenha um bom dia.

Ele sorriu e saiu sem tomar o café por completo, e Chiyo nem viu quando ele saiu e não entendeu porque Sakura estava sorrindo vermelha como um pimentão. A mais velha voltou resmungando ao perceber que Sasuke não havia comido como ela havia ordenado. Batia irritada o prato dele na pia, o que tirou Sakura de seu torpor.

- Bom dia Vovó Chiyo. - Naruto estava ali. Havia acordado com toda aquela barulheira da mais velha, provavelmente. - Bom dia beijoqueira. - Se antes Sakura já estava vermelha de vergonha, agora ela estava roxa. Se levantou rapidamente e correu de volta para o porão, não acreditando que Naruto havia visto aquilo.

🌸

  

Auschwitz, Novembro de 1941

No dia seguinte Izumi não voltou, nem no dia seguinte e nem no conseguinte, apenas Shikamaru e Kenzo vieram, e nos dois primeiros dias ele não reclamou, e se reclamasse ela seria punida, o que não era a intenção do Uchiha. Ele passou os dois dias pensando em como ela poderia estar e se ela estaria bem, se alguém podia estar fazendo algo para ela novamente, lhe enervava o fato de imaginar que alguém pudesse fazer novamente as agressões contra ela. Se conteve o máximo possível, mas a preocupação foi mais forte,  e no terceiro dia ele seguiu determinado para os campos, ele intimidaria Kakuzu se fosse necessário, mas a traria de volta para sua casa.