Capítulo 24

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Berlim, Maio de 1942



Ele vestiu algumas roupas de Sasuke, camisa, calça, suspensório, e paletó, um broche do partido e um chapéu, seus olhos azuis e cabelos loiros enganavam perfeitamente qualquer alemão, já Chiyo era apenas uma idosa, que com certeza trabalhava para algum oficial nazista, o que até então não era uma mentira, um oficial que estava sendo caçado, mas um oficial. O problema era Sakura, seus cabelos rosados eram um verdadeiro chamariz para qualquer um que passasse por eles, afinal quem poderia ter cabelos rosados? Só podia ser uma anomalia genética, e pessoas com essa condição não caminhavam pela rua com essa liberdade, ainda mais sem documentos. A fuga dos três não era esperada por nenhum deles, com isso Sasuke não teve tempo de fazer documentos falsos, no máximo teriam os documentos que Naruto usou na sua fuga e os de Chiyo, que talvez também estivesse sendo procurada, assim como Mikoto estava.

Com isso o Uzumaki teria que usar de seus meios mais peculiares para sairem das vistas das pessoas, tanto da policia, no caso a Gestapo, que com certeza estava atrás de Sasuke, quanto dos vizinhos e moradores que não demorariam muito a perceber que eles eram fugitivos e os denunciaram.

Entraram em uma viela onde apenas algumas crianças jogavam futebol, perto deles os três caminhavam como se fosse para a estação de trem, uma viagem feliz e tranquila, conversando e sorrindo. Os cabelos de Sakura escondidos sob um lenço colorido de Chiyo, de um jeito que parecesse apenas que Sakura era uma cozinheira que não queria fios na comida. Viraram tantas esquinas, entraram em tantos becos suspeitos que o coração da moça batia mais forte a cada passo, sentia medo de serem entregues e mortos. Chiyo sentia seu sangue gelar e medo de não conseguir chegar a um lugar seguro, de ter um mal subito, e no fim atrapalhar a fuga dos dois mais novos.

– Parem, por favor. – ele pediu depois de uma caminhada de quase uma hora, a qual ainda não havia sido suficiente para chegar nem na metade do caminho para fora de Berlim.

– Vovó Chiyo, o que houve? Está se sentindo mal? – Naruto perguntou preocupado, ao vê-la sentar em um pedaço de concreto encostado na parede da viela.

– Eu acho que não devo ir com vocês. – respondeu a idosa, sabendo que eles não tinham tempo.

– Como assim, vovó Chiyo? Você não pode ficar aqui. Será capturada. – Sakura disse nervosa, com medo pela avó de Sasori.

– Eu vou atrapalhar vocês, eu já estou cansada e sei que estamos longe da fronteira da cidade, o que dirá atravessar o país. Eu não posso ser um peso para vocês. – Argumentou.

– Não senhora. Você irá conosco, não vamos deixar você para trás de jeito nenhum. Entenda vovó, uma fuga não precisa de pressa, ela tem que ser bem feita. – Naruto era especialista em fugir, e tentou acalmar a mulher. Ele não teria coragem de deixá-la à mercê dos nazistas. – Agora por favor Vovó Chiyo, parede de pedir coisas absurdas.

– Se a senhora ficar, eu também fico. – Sakura contra argumentou.

– Não fale besteira menina.

Após alguns poucos minutos de descanso, os três voltaram a caminhar pelas ruas, se esgueirando por lugares escuros e perigosos, com pessoas mal encaradas, que talvez não os denunciasse num primeiro momento, mas que talvez os assaltassem antes de anunciar aos quatro ventos que eles eram uma judia e um cigano. Naruto colocou a mão no bolso, sentindo o canivete e a mão nas costas, onde sentiu o revólver que Sasuke havia lhe entregado, mataria para defender as duas mulheres. Encarou um dos homens, o olhar dele era misterioso, continuaram caminhando ao passar por ele, a respiração do Uzumaki estava alterada ele sentia medo e raiva em suas veias, em um movimento rápido ele pegou o canivete do bolso, aguardando qualquer ataque do homem que os observava, o que quer que ele fizesse seria combatido.

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