Capítulo 22

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Berlim, Maio de 1942

Estava deitada na cama dele, os cabelos roseos estendidos sobre o travesseiro, os carinhos a fazia arrepiar, um beijo depositado em seu ombro fez Sakura abrir os olhos, os verdes cruzaram com os negros, um sorriso tímido surgiu nos lábios dela, a luz do sol iluminava o corpo nu, fazendo Sasuke se sentir o homem mais sortudo face da terra.

- No que está pensando ? - ela deitou em seu peito o observando.

Ele pensava em tantas coisas que seria difícil listar apenas uma, mas ele não queria ela alarmada ou com medo do futuro, ou pior, ela pensar que ele estava a mandando embora.

- No quanto você é bonita. - a deixou encabulada, como sempre, da forma mais adorável possível.

- Mentiroso. - brincou.

- Sakura, você realmente aceitaria se casar comigo ? - a pergunta veio com medo de uma negativa.

- Sim. Por que não aceitaria?

- Por você achar que não sou bom o suficiente para você. - Ela sorriu, achando graça a falta de confiança dele. - Quer dizer, eu nunca me imaginei me casando, ou tendo uma família, além dos meus pais e do meu irmão.

- Ah Sasuke, claro que eu quero e sei que teremos uma família linda. - Sasuke sentiu uma vontade incomensurável de chorar, além de se sentir um completo imbecil. Ele havia recebido sua convocação na noite anterior e em breve iria para a Russia, para Leningrado, e sabia que não sobreviveria. Não estaria ali com ela, estava sendo egoísta, mas seu coração queria morrer tendo certeza de que ela o amava, isso o confortava. Ele engoliu em seco, escondendo as lágrimas, que insistiam em inundar seus olhos.

Por sorte a campainha tocou tirando os dois do conforto daquela cama. Ela correu o mais silenciosamente que pode para o porão, encontrando um Naruto rabugento do outro lado da cortina. Chiyo fechou a porta, trancando, e tratou logo de abrir a porta para o visitante. Sasuke vestiu o uniforme, nesse dia ele iria para o quartel general, para pegar as instruções iniciais e em breve se apresentaria. Sentiu a barriga gelar quando viu Rock Lee seu subordinado na porta, com uma carta em mão.

- Senhor Uchiha. O general mandou entregar.

O envelope lacrado e com selos e carimbos do exército e do Reich, arrancou da mão do rapaz e o dispensou sem nenhuma cerimônia, seu coração bateu tão forte que parecia querer sair de seu peito, rasgando sua pele e sua carne. Ele abriu devagar, contendo a tremedeira que o acometeu. Chiyo encarava as ações do rapaz com apreensão, mas ela sabia do que se tratava, se lembrava quando Frau Mikoto chorou ao ler a carta que Fugaku havia recebido, ela se lembra da esposa implorar para que ele não fosse. Assim como sua nora implorou para que o pai de Sasori não fosse para a guerra. Ela sabia que dali para frente seria apenas sofrimento naquela casa.

- Quando ? - Chiyo quis saber.

- Em três dias.

- Mas não era na semana que vem?

- Estão perdendo, precisam de homens imediatamente.

- Vai contar a ela, não vai ? - Sasuke estava calado, encarando a carta que já havia lido várias vezes depois que ele abriu, como se as palavras fossem mudar a qualquer momento.

- Não. - A resposta monossilábica irritou Chiyo.

- Depois de tudo isso você não vai contar a ela? Sasuke! - O rapaz subia as escadas, sendo seguido pela idosa. - Você não tem direito de fazer isso com ela. Vai enganá-la, deixar que ela pense que você a usou.

- Não, vovó Chiyo. Eu não quero que ela carregue o peso de ter um compromisso comigo, com uma pessoa que vai estar morta em menos de um mês.

- E você acha que a mentira vai fazer ela se sentir melhor? que acordar um belo dia e não te ver mais vai fazer ela te esquecer e procurar outro? Me diga que você é mais inteligente que isso, Sasuke.

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