Vidas no porão

Capítulo 16

Notas iniciais

Olá pessoal
⚠️ Esse capítulo contém "opiniões" que não são as minhas q fique bem claro e era um pensamento da época e de quem seguia o "partido". Não estou fazendo apologia nem mesmo incentivando.
Alerta de gatilho para depressão. E palavras suicidas ⚠️

Algumas explicações prévias:
Operação Barbarossa foi a ocupação alemã a URSS, que a princípio daria a vitória ao Eixo, mas que só serviu para ajudar na derrota dos alemães e cia. A Rússia de Stalin mudou de lado e enfim, o final vcs já sabem.
Pearl Harbor era a base naval dos Estados Unidos que foi atacada pelo Japão em 1941.

Auschwitz, Novembro de 1941

"Alguém viu.” Itachi pensava desesperado, tão nervoso que bateu a porta com muita força fazendo Izumi se encolher de medo, aquilo mexia com seus pensamentos, por que ele havia lhe beijado? Aquilo havia sido de verdade? Será que as palavras dele foram verdadeiras ? Ou ele apenas estava se aproveitando dela? Podia dizer que era a pior sensação do mundo, preferia o medo do que sentir como ela estava se sentindo agora. Começou a sentir os olhos arderem.

- Por que você fugiu ? - ele perguntou rispidamente, enquanto ela se mantinha de pé e com a cabeça baixa, sendo nada mais do que ela era considerada. Um verme. - Izumi ! - chamou o nome dela com uma voz irritada, ela ergueu a cabeça, os olhos marejados e um tanto de raiva em seu semblante. - Responda minha pergunta. - Aquele olhar doeu em sua alma. Nunca quis magoar a garota à sua frente e agora era exatamente isso que estava fazendo, com sua imprudência, sua tolice e sua falta de paciência com algo que não havia sido ela quem havia causado.

- Eu queria morrer. - Respondeu o que sentia nesse momento. Não o que sentiu quando Shikamaru a ofendeu. Naquela hora ela só queria um pouco de ar, queria chorar sem ser vista, queria entender o que se passava em sua cabeça. E acaba de descobrir que aquilo tudo não passava de uma grande besteira. Ela não passava de um mero verme para o grande Uchiha, general da Gestapo. - Eu queria que um soldado aparecesse e atirasse na minha cabeça e acabasse com toda essa merda que é a minha vida. - Itachi se calou, respirou fundo, abriu a boca para falar, mas não conseguiu dizer uma única palavra. - Eu estou cansada de ser seu brinquedo, cansada de ser uma escrava do Reich, de ser agredida, de ser humilhada e ofendida. E agora minha única saída verdadeira para me ver livre dessa situação é morrendo e eu juro nunca desejei tanto a câmara de gás como desejo agora. - Ela cuspiu as palavras deixando Itachi chocado.

- Não diga uma coisa dessa!

- Esteja no meu lugar ! - gritou para ele irritada.

- Izumi… os outros irão te ouvir… - Ele tentou acalmar a mulher.

- Que ouçam! - As lágrimas começaram a escorrer no rosto dela. Olhou para ele de uma forma que Itachi nunca imaginou que ela olharia, e nem mesmo que esse olhar doeria mais do que um tapa na cara ou um soco no estômago. Era o pior olhar de desprezo possível. Nem mesmo Sora o olhou daquela forma.

Sem dizer mais nada, ela saiu seguindo para fora, pela trilha da qual eles eram levados de volta para o Campo. Sem dizer palavra alguma, Itachi a seguiu com o olhar, se sentindo o verdadeiro lixo daquele lugar. Ela, por sua vez, apenas chorava o caminho todo, imaginando se ele a denunciaria a alguém e se ela seria punida por deixar a casa daquela maneira. Mas ela não se importava. Ela estava realmente esperando a morte.

🌸

Berlim, Dezembro de 1941

Chiyo havia chego com dois grandes pacotes cheios de alimentos frescos, se preparava para fazer um jantar que não havia feito até aquele momento morando na casa de Sasuke, e isso a lembrava de quando morava na casa de Fugaku e Mikoto, a casa cheia de militares, pessoas requintadas e cheias de frescuras, que na época ela acreditava que os patrões estavam no mesmo patamar, que eram um bando de esnobes antissemitas, mal sabia ela e os oficiais nazistas de que haviam tantos refugiados no porão. O que hoje não era diferente.