Auschwitz, Abril de 1942
Colocou a garota na cama, sentiu seus batimentos que pareciam um tanto fracos, buscou um copo de água e abanou para que ela respirasse melhor, ela parecia pálida demais, contudo não tinha o que fazer, Kenzo havia ido para o campo, se Itachi fosse o procurar agora lá seria muito chamativo, então tentou tudo que sabia sobre primeiros socorros, erguendo as pernas dela, de modo que não demorou muito ela abriu os olhos, pálida e perdida, sem entender onde estava.
- Você me deu um susto. - ele disse chegando perto do rosto dela. - Esta se sentindo bem ?
- A-acho que sim, eu estou um pouco tonta só.
- Tome um pouco de água, vai se sentir melhor. - ela bebeu devagar. - Vou preparar algo para você comer.
- Não estou com fome.
- Mas você tem que comer, está pálida e fraca.
- Eu não sinto vontade de comer, pelo contrário.
- Impossível. Eu vou dar um jeito de levar essa comida para Kisame e trarei Kenzo de volta.
- Eu estou bem, não arrisque dessa forma.
- Não seja teimosa…
- Eu aguento até amanhã de manhã, por favor. - Ele aceitou, mas não se deu por vencido, sabia que havia algo de errado com ela.
Quando voltou ela dormia tranquilamente, mas a preocupação de Itachi falava mais alto, ele queria que ela dormisse com ele, mas não teria como ela correr para seu quarto de manhã para que ninguém percebesse, por isso quando chegou entrou no quarto dela, fechou a porta e ficou lá, velando sono dela a noite toda, volta e meia dava um cochilo, mas o tempo todo de olho nela, até os primeiros raios de sol surgirem e o som de Kenzo entrando na cozinha o acordou.
- Kenzo, preciso que venha aqui. - Ele chamou quando o médico ia guardando seu chapéu no cabideiro.
- Estou aqui - ele tentava seguir a voz de Itachi, que vinha do quarto de Izumi. Estranhou tal fato, mas seguiu, sentindo uma pequena timidez por entrar no quarto de uma moça. - O que aconteceu?
- Ela desmaiou ontem a noite. - Itachi informou, Izumi já havia acordado e estava encostada na guarda da cama. - Eu ia chamá-lo, mas ela insistiu em não revelar seus passos.
- Eu vou examiná-la. Pode sair e fechar a porta? - Kenzo pediu inocentemente, sem saber que Itachi queria ouvir cada palavra do médico, queria que ele dissesse o que ela tinha.
- Sim. - Respondeu contrariado. Fechou a porta como lhe foi ordenado e sentou na mesa da cozinha esperando pelo diagnostico.
- Deite-se, Izumi. - Ela o fez, enquanto Kenzo procurava na mala de primeiros socorros os itens para examiná-la - O que você sentiu quando desmaiou?
- Nada, eu só me lembro de acordar aqui.
-E antes? sentiu alguma coisa? Digo antes, mais cedo. - Examinou as pálpebras e os olhos com uma lanterna pequena, maxilar e logo ouviu o coração com estetoscópio.
- Tive um pouco de tontura. Acho que foi porque fiquei sem comer.
- E por que ficou sem comer ?
- Não tive vontade de comer, a comida me deu enjoo.
- Enjoo ? Comeu algo estragado? - Ela não estava indo para o campo, consequentemente não comia comida velha, apenas o que tinha na casa. Aquele sintoma não fazia sentido.
- Não. Que eu me lembre não.
- Pode abrir sua camisa. Vou examinar seu abdômen. Talvez seja apenas uma intoxicação. - Extremamente envergonhada ela abriu os botões, revelando a barriga e o ventre, perto do pescoço uma marca de mordida de Itachi, que ele havia deixado na noite anterior. Kenzo ignorou a marca, ou fingiu muito bem, tocou o diafragma e mais abaixo até chegar no ventre, esse que estava rigido, fora do normal. - Eu preciso saber, não se ofenda comigo. Quando foi sua ultima regra? - Ela não se lembrava. Enquanto estava no campo ela não a tinha, e quando veio para cá teve algumas vezes, mas totalmente desreguladas.
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Vidas no porão
RomanceNo século XX o mundo passou pela pior guerra já vista, foram cerca de 40 milhões de civis perderam suas vida. Porém muitos deles foram perseguidos por uma regime fascista que perseguia e matada minorias. Na tentativa de fugir dessa perseguição Sa...