Capítulo 18

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Berlim, Dezembro de 1941



A três dias Sakura não saia de dentro do porão, nem mesmo para comer ou então ficar conversando com a idosa até de madrugada, ela respondia tudo monossilabicamente, no máximo aceitava comida e agradecia e depois voltava para seu canto naquele porão, e Chiyo sabia que ela se sentia constrangida, afinal ela era só uma menina, podia ter idade, mas ela passou tanto tempo fugindo que não era como algumas moças atiradas, ela era tímida e sensível, e o fato de ter beijado Sasuke devia ter confundido tudo na cabeça da jovem, deduziu a mais velha, e para piorar havia Naruto que sempre a cutucava com esse assunto, se ela pudesse se tornaria uma avestruz e enfiaria a cabeça na terra para nunca mais ver ninguém.

Ao final do quarto dia Chiyo chamou Sasuke em um dos quartos, onde sabia que os dois refugiados não subiriam e claro, colocou o lado mãe e até um pouco avó para trabalhar com o rapaz que ela viu crescer.

- Você vai lá embaixo e vai falar com ela. - O puxou para dentro de seu quarto, suas mãos na cintura e a carranca de quem havia chupado limão.

- Vovó… - Ele respirou fundo. - Eu não quero deixá-la mais desconfortável. - O olhar critico da mais velha fez Sasuke sentir um leve arrepio de medo na espinha.

- Mais do que ela já está não tem a possibilidade. Eu arrastarei Naruto até aqui em cima e você peça desculpas.

- Pelo quê?

- Pela sua audácia.

- Mas vovó…

- Imediatamente Sasuke Uchiha!

Sem perder tempo Chiyo desceu até o porão e puxou Naruto pela orelha, e ele começou a reclamar de dor, perguntando porque ela estava fazendo aquilo e implorando para parar, enquanto a velha o mandava calar a boca. O empurrou para dentro do quarto dela e fechou a porta segurando o loiro ali. Mas logo ela encostou o ouvido na porta para tentar ouvir o que se passava lá embaixo. Como ordenado Sasuke desceu, devagar, já havia tirado o uniforme, ao qual ele sabia incomodá-la. Ele queria do fundo de seu coração chegar no portão da casa dela, com um buque de flores, pedir a Kizashi e Mebuki a filha deles em namoro, mas sua opção agora era falar com ela, tentar entendê-la e explicar que o que ele sente vai além de qualquer aventura banal. Se aproximou do canto dela, a vendo encolhida lendo, ou fingindo ler um livro de romance.

- Soube que você não tem se alimentado direito - Ele começou, tirando a atençao dela do livro e trazendo para si. Os olhos verdes pareceram assustado e a maçã do rosto estava avermelhada, lhe dando um ar gracioso. - Chiyo me mandou te pedir desculpas. E me pergunto se todas as vezes que eu te beijar você ficará incomunicável por três dias. - ela negou com a cabeça rapidamente. Fez-se silêncio durante quase um minuto. Sasuke respirou fundo, achando que ele realmente tinha passado dos limites. - Eu te peço desculpas pelo que eu fiz.

- Não precisa. - a voz saiu baixa e se a casa não estivesse em total silêncio ele não teria entendido.

- Preciso sim. Não quero que você se sinta constrangida ou obrigada a nada. - começou mas foi interrompido por ela.

- V-você nao precisa pedir desculpas… Eu quem te beijei. Eu … Só … - ela desviou o olhar ao perceber que o encarava com veemência. - Só…

- Só? - Sasuke estava começando a se sentir ansioso.

- Só nunca tinha feito isso antes… Eu não devia ter feito. -

- Sakura. - Ele respirou fundo, precisava realmente esclarecer as coisas para ela, pois talvez ele nao tivesse sido totalmente claro. - Eu queria que voce tivesse feito. E fico feliz de você ter feito. - Agora ele estava sentado perto dela, sua mão parada a centímetros da dela, resistindo bravamente o impulso de tocá-la, de entrelaçar os dedos. - E se você não se incomodar quero que faça de novo, e de novo … - Seu rosto estava próximo ao dela, a respiração fraca podia ser sentida na face do Uchiha. - E sinceramente … quero isso por muito tempo.

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