Capítulo 4

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— Eu não consigo, Helena.  

— Volta lá, Made. O menino só quis te defender. 

— Mas eu não pedi. Não quero confusão, eu cheguei...  

— Podemos conversar? — Hariel caminha na minha direção. 

— Claro... — Respondo — Depois eu te ligo. — Aviso Helena, encerrando a ligação em seguida.  

— Olha... — Ele se aproxima — Foi mal, eu não queria arrumar confusão. Não sei como são os homens onde você cresceu, mas aqui eu sei quando eles querem se aproveitar... 

— Todos os homens são assim, Hariel. Em todo lugar. 

— Ok... — Ele coloca as mãos no bolso. 

Sexy para um cacete. 

— Eu entendo que só quis me defender, agradeço por isso. Mas não quero confusão, deixei muita coisa para trás, e pode ter certeza que pessoas agressivas foi um dos principais motivos. 

— Não sou agressivo, eu realmente pensei que você não ficaria confortável com aquele homem te... — Ele para para pensar, respirando fundo — Eu só agi por impulso, não pensei. Sorry.

Talvez tenha sido como ele se esforçou com as palavras, mas foi inevitável não sorrir com a ultima palavra. 

Ele sorri junto. 

— Só acho que com você aqui, todo o luxo vale a pena. — Hariel tem um charme que parece ter qualquer pessoa nas mãos quando quer. — Podemos ir embora, se quiser. 

— Não... — A minha voz falha — Vamos entrar — sorri — Todo o luxo vale a pena. 

Arrumo o vestido e me aproximo. Hariel é delicado comigo, coloca uma mão a cima da minha cintura, com calma e delicadeza, me guiando corredor a dentro. 

Quando chegamos, todos estão animados demais com a música para perceber a nossa presença novamente. 

Nos sentamos na mesma mesa, dessa vez menos sem graça que da ultima vez. 

— Acho que não me lembro de te ouvir cantar ontem — falo finalmente — Está me devendo uma música. 

— Acho justo — Ele sorri — Talvez as minhas músicas não sejam muito o seu estilo, mas para você eu canto com jeitinho. 

Sorri com o seu charme sendo lançado. 

— Você é assim com todas as meninas? — Pergunto.

— Na verdade não. 

— Duvido.

— É sério — Ele desvia o olhar para pessoas aleatórias na festa — Não costumo sair muito com mulheres. Acho que estou mais focado na minha carreira, tá ligado?

— Uhum — Concordo prestando atenção na sua resposta. 

— Uhum? — Ele volta a me olhar, sorrindo em seguida. 

Disfarço a atenção que tinha toda sobre ele e olho em volta, sem graça.

— Então, como são as suas músicas? 

— Não acredito que está saindo com uma pessoa que você nem se fez o trabalho de procurar as músicas. 

— Que? Não, eu pesquisei sobre você, só não ouvi as músicas.

— Tô zoando com você — Ele sorri convencido — Pesquisou sobre mim? 

Reviro os olhos concordando. 

— Só para saber se não era um doido. 

— É, eu sei. Até me seguiu no Instagram. 

Tento não sorrir, mas é inevitável. 

— Foi mal Raridade, vou te roubar ela um pouco — Um rapaz diz pegando a minha mão. 

Fui, mais uma vez, para a pista de dança junto com o rapaz animado. 

— É samba? — Pergunto.

— Que? Não — Ele ri. — É reggaeton. 

A música está alta, me fazendo sentir receio em dançar e acontecer a mesma coisa que da ultima vez. Mas o rapaz começa a me guiar tão bem que sou obrigada a dançar junto. 

Peguei alguns drinks que eram servidos e a cada gole era mais coragem para me soltar. 

Olhei em direção ao Hariel que se aproximava e fui até ele. 

Sento o meu cabelo grudar um pouco nas minhas costas, indicando que já estou suada. Amarro em um coque e me viro, dançando de costas para Hariel. Sento suas mãos acertarem a minha cintura, me fazendo chegar mais perto e dançar mais colado. 

Que sensação...

É claro que eu não teria nem um terço de coragem se não fosse pelo álcool, mas aproveito enquanto posso. 

A música era animada, era de algum cantor porto-riquense. 

— Rebolei no seu corpo em sintonia com a música, mas é a ultima lembrança que tenho... — Coloco a mão na cabeça com esperança de que o remédio faça efeito logo — Helena ele vai achar que eu nunca bebi na vida! 

— Mas você entendeu que eu surtei quando vi as notícias e as teorias ontem quando todo mundo ficou sabendo e vocês dois? 

— Não tem nós dois, ele não vai querer me ver nunca mais e sério, eu nem sei se nos beijamos — Imito um som de choro abafando na almofada — Que vergonha. 

— Liga para ele — Ela me olha como se fosse a melhor ideia que ela teve no dia. 

— Não pegamos o número um do outro — Bufo — É sério que ele pediu para o motorista me trazer? 

— Sim, inclusive, muito lindo o motorista dele. 

— Só piora... — Me jogo no sofá.  

— Significa que ele se importa com você. Ele podia te largar lá Madelyn, seja positiva. 

— Não. — Faço joia com a mão, afundando o meu rosto na almofada.  

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