— Eu não consigo, Helena.
— Volta lá, Made. O menino só quis te defender.
— Mas eu não pedi. Não quero confusão, eu cheguei...
— Podemos conversar? — Hariel caminha na minha direção.
— Claro... — Respondo — Depois eu te ligo. — Aviso Helena, encerrando a ligação em seguida.
— Olha... — Ele se aproxima — Foi mal, eu não queria arrumar confusão. Não sei como são os homens onde você cresceu, mas aqui eu sei quando eles querem se aproveitar...
— Todos os homens são assim, Hariel. Em todo lugar.
— Ok... — Ele coloca as mãos no bolso.
Sexy para um cacete.
— Eu entendo que só quis me defender, agradeço por isso. Mas não quero confusão, deixei muita coisa para trás, e pode ter certeza que pessoas agressivas foi um dos principais motivos.
— Não sou agressivo, eu realmente pensei que você não ficaria confortável com aquele homem te... — Ele para para pensar, respirando fundo — Eu só agi por impulso, não pensei. Sorry.
Talvez tenha sido como ele se esforçou com as palavras, mas foi inevitável não sorrir com a ultima palavra.
Ele sorri junto.
— Só acho que com você aqui, todo o luxo vale a pena. — Hariel tem um charme que parece ter qualquer pessoa nas mãos quando quer. — Podemos ir embora, se quiser.
— Não... — A minha voz falha — Vamos entrar — sorri — Todo o luxo vale a pena.
Arrumo o vestido e me aproximo. Hariel é delicado comigo, coloca uma mão a cima da minha cintura, com calma e delicadeza, me guiando corredor a dentro.
Quando chegamos, todos estão animados demais com a música para perceber a nossa presença novamente.
Nos sentamos na mesma mesa, dessa vez menos sem graça que da ultima vez.
— Acho que não me lembro de te ouvir cantar ontem — falo finalmente — Está me devendo uma música.
— Acho justo — Ele sorri — Talvez as minhas músicas não sejam muito o seu estilo, mas para você eu canto com jeitinho.
Sorri com o seu charme sendo lançado.
— Você é assim com todas as meninas? — Pergunto.
— Na verdade não.
— Duvido.
— É sério — Ele desvia o olhar para pessoas aleatórias na festa — Não costumo sair muito com mulheres. Acho que estou mais focado na minha carreira, tá ligado?
— Uhum — Concordo prestando atenção na sua resposta.
— Uhum? — Ele volta a me olhar, sorrindo em seguida.
Disfarço a atenção que tinha toda sobre ele e olho em volta, sem graça.
— Então, como são as suas músicas?
— Não acredito que está saindo com uma pessoa que você nem se fez o trabalho de procurar as músicas.
— Que? Não, eu pesquisei sobre você, só não ouvi as músicas.
— Tô zoando com você — Ele sorri convencido — Pesquisou sobre mim?
Reviro os olhos concordando.
— Só para saber se não era um doido.
— É, eu sei. Até me seguiu no Instagram.
Tento não sorrir, mas é inevitável.
— Foi mal Raridade, vou te roubar ela um pouco — Um rapaz diz pegando a minha mão.
Fui, mais uma vez, para a pista de dança junto com o rapaz animado.
— É samba? — Pergunto.
— Que? Não — Ele ri. — É reggaeton.
A música está alta, me fazendo sentir receio em dançar e acontecer a mesma coisa que da ultima vez. Mas o rapaz começa a me guiar tão bem que sou obrigada a dançar junto.
Peguei alguns drinks que eram servidos e a cada gole era mais coragem para me soltar.
Olhei em direção ao Hariel que se aproximava e fui até ele.
Sento o meu cabelo grudar um pouco nas minhas costas, indicando que já estou suada. Amarro em um coque e me viro, dançando de costas para Hariel. Sento suas mãos acertarem a minha cintura, me fazendo chegar mais perto e dançar mais colado.
Que sensação...
É claro que eu não teria nem um terço de coragem se não fosse pelo álcool, mas aproveito enquanto posso.
A música era animada, era de algum cantor porto-riquense.
— Rebolei no seu corpo em sintonia com a música, mas é a ultima lembrança que tenho... — Coloco a mão na cabeça com esperança de que o remédio faça efeito logo — Helena ele vai achar que eu nunca bebi na vida!
— Mas você entendeu que eu surtei quando vi as notícias e as teorias ontem quando todo mundo ficou sabendo e vocês dois?
— Não tem nós dois, ele não vai querer me ver nunca mais e sério, eu nem sei se nos beijamos — Imito um som de choro abafando na almofada — Que vergonha.
— Liga para ele — Ela me olha como se fosse a melhor ideia que ela teve no dia.
— Não pegamos o número um do outro — Bufo — É sério que ele pediu para o motorista me trazer?
— Sim, inclusive, muito lindo o motorista dele.
— Só piora... — Me jogo no sofá.
— Significa que ele se importa com você. Ele podia te largar lá Madelyn, seja positiva.
— Não. — Faço joia com a mão, afundando o meu rosto na almofada.

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HIPNOSE
RomanceMadelyn se apaixona mais pela cidade quando encontra motivos para permanecer. +14 | +16 28 capítulos - concluído. //2022