Capítulo 5

2.4K 171 16
                                    

Enquanto eu respondia as perguntas dos amigos de Helena, pude ver a minha amiga pular alguns stories de Hariel.

— E quando vocês chegaram que todo mundo ficou tipo... — Thalita abre a boca teatral — Sério, eu fiquei chocada!

— Tá, tá. Deixem a menina respirar — João pede.

— São os stories dele? — Pergunto fingindo não me importar.

— Sim, mas não achei nada recente — Ela sai do perfil do garoto, desligando o celular em seguida — Só ele mostrando o smok de ontem da marca patrocinadora.

— Aí que deprê, gente — Kiara se levanta — Eu preciso beber em brinde as matérias acumuladas da faculdade.

— Nem me fala — Helena jogou o corpo para trás — Bendita hora que escolhi Biomedicina.

— Credo! — João se levanta pegando a sua bolsa de lado — Ajudar humanos é tão blé — ele finge um vômito — Já ajudar o meio ambiente trás tanga paz.

— O que você faz, João? — pergunto me levantando em seguida.

— Biologia marinha — seus olhos se iluminam. — Só mais um ano e eu me formo, só assim para sumir de São Paulo.

— Boa sorte. — Thalita ironiza.

— Ok galera, avisem para o Kelce aparecer hoje! — Helena grita para os amigos que saem pela porta.

— Biologia Marina é o que? — pergunto aleatoriamente enquanto ajudo a recolher as latinhas de cervejas do chão.

— Eu não sei exatamente, mas pelo o tanto que o João fala, acredito que seja estudos de seres vivos no mar... Ele quer trabalhar em zoológico na área.

— Que interessante.

— Sim! Eu pensei em fazer de início, mas me apaixonei nos remedinhos, o que eu posso fazer se sou brilhante e consegui bolsa?

— Em falar nisso, queria saber se você me ajuda a fazer uma listinha de alguns vestibulares que eu posso prestar. Pesquisei bastante sobre, pensei que podia ser com as minhas notas e trabalhos voluntários igual nas universidades dos Estados Unidos, mas é um pouco mais competitivo aqui.

— Não querendo ser chata, mas você ainda tem a oportunidade de, bom... — Ela coçou a nuca — De roubar uma vaga de Brasileiros que não tiveram a mesma chance que você de estudar em escolas boas, com o ensino melhor e mais avançado.

Entendo exatamente.

— Então o que eu faço?

— Sendo sincera? Você tem condições de pagar uma faculdade privada muito boa e quem sabe, ainda conseguir alguma bolsa dentro delas...

— Me ajuda? — Peço. — Não quero ser injusta.

— Claro! Além do mais, você já estava no segundo ano de medicina lá, precisamos saber como isso funciona aqui.

Passamos a maior parte da tarde pesquisando e escolhendo instituições de ensino superior que eu possa entrar.

Marquei visitas em três faculdades e até me escrevi para alguns vestibulares também.

Quando olho no relógio do celular, percebo que já esta escurecendo e junto ao horário, algumas mensagens e chamadas perdidas no Instagram.

Entro e retorno a ligação, mas não sou atendida.

Helena tem os fones altos no ouvido enquanto cozinhava o jantar para os amigos.

Vou até o meu quarto e tento novamente, mas nada.

Respondo a mensagem que pergunta apenas pelo meu número de celular. Mando o meu número e deixo o celular de lado, esperando por resposta.

Tomo um banho quente, lavo o cabelo e seco. Visto um vestido leve e aproveito a brisa fresca do verão de São Paulo que entra pela varanda do apartamento de Helena.

Pego o meu celular com uma taça de vinho na outra mão e as mensagens de Hariel me chamaram atenção.

"Tive dois Shows hoje, não consegui responder quando mandou mensagem. Me desculpa, tô cansado. Quando podemos nos ver?"

Olho para Helena que lê junto comigo com o sorriso maior que a cara.

— Chama ele para jantar junto com a gente! — A garota diz animada.

— Acha bom? — Pergunto insegura.

— Nós brasileiros temos o coração de mãe, Made.

— Mas não é cedo demais chamar para jantar com os meus amigos?

— Não. — Ela balança a mão — Claro que não, somos assim mesmo.

Convido e na mesma hora ele aceita, pedindo o endereço.

— Cara, ele tá tão na sua. — Helena dá gritinhos.

HIPNOSEOnde histórias criam vida. Descubra agora