Capítulo 14

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— Alô. — atendo o meu celular ainda com sono — Ah, oi. 

— Não queria incomodar mas eu estou aqui em baixo com a Helena, ela esqueceu ou perdeu a chave e não está muito bem. 

— Hã? — tento entender ainda sonolenta. — Já estou descendo, espera ai. 

Pego uma blusa de tecido leve e a visto. Evito me olhar no espelho para não me assustar comigo mesma, são seis da manhã. 

— Oi. — coço os olhos tentando evitar a claridade nos olhos assim que chego na portaria. Olho para Helena e depois para Henrique. — O que aconteceu? 

— Bebeu demais, né. Tentei evitar mas ela se empolgou muito. — o loiro responde me olhando. 

Sinto o meu corpo gelar com os seus olhos e as minhas mãos soarem, então eu volto a atenção para a Helena. Ela tem o cabelo desarrumado e as pernas arranhadas, ela me olha forçando um sorriso com os olhos fechados. 

— Vem, vamos. — a chamo. — Obrigada, Henrique. 

— Vou começar a cobrar os favores que faço para essa doida. — ele puxa o capuz da blusa preta sobre a cabeça e coloca as mãos no bolso da calça cargo em seguida, indo direto para onde a sua moto está estacionada. 

— Não olha muito. — a voz rouca de Helena me assusta, me fazendo perceber que não quebrei o contato visual. 

— Se enxerga, Helena. 

Subo o elevador imaginando se a prévia atração que eu senti pelo Henrique, Hariel também sente por outra menina. E o pior, o que ele faz em relação a isso... eu sou uma barreira? 

 A noite que tivemos foi há alguns dias, não falamos mais sobre. Na verdade, não nos vimos mais. 


— A Mackenzie me chamou muita atenção. O lugar é perfeito, sem contar que tá entre uma das melhores faculdade privadas de São Paulo. — respondo Helena e João ainda encarando o meu processo seletivo no notebook. — E eu fui aprovada também. 

— Querida, você foi aprovada em todas. — João senta ao meu lado encarando a tela do meu notebook. — Desse jeito vai encontrar ótimos Hospitais para ser interna. 

— Amém. — Helena levanta as mãos do outro lado da sala, sentada de frente para o computador que fica no canto do cômodo.  

Meus olhos brilham a cada passo que dou. É muito satisfatório estar onde quero, fazendo o que eu quero e com quem eu amo. 

No fim da tarde, fomos jogar vôlei no Parque Ibirapuera. Conhecemos uma galera, acompanhamos eles até um barzinho local, bebemos e conversamos. Uma perfeita quinta-feira. 

"Posso passar ai ás 20h? Se arruma, temos um encontro marcado." 

E eu não sei se foi o efeito de mil perfeições em SP, mas o meu coração disparou com uma única mensagem.

Concordei com uma mensagem básica. Aproveitei que todos estavam indo para outro lugar e me despedi. 



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