|paraíso perdido|

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•pov gina•

Rosa💜: quer sair?

Gina💯: aonde iremos?

R: surpresa.
R: te pego às 19h.

Eu olhava pra Rosa. Ela sorria para o celular. Não pude evitar de sorrir também. Senti vontade de reler a conversa entre ela e Giselle, mas me contive. Não quero reviver aquilo.

O restante do dia passou devagar. Tão devagar quanto eu fazendo meu trabalho. Cheguei em casa e fui direto para o chuveiro. Demoro horas para me arrumar, então sempre começo antes, mas mesmo assim me atraso. É um dom. Meu celular tocava sem parar, olhei para o relógio e me deparei com 19h30.

G: já tô indo.
G: sobe um pouco.

Rosa subiu e se acomodou na minha cama. Eu a vi pelo meu espelho, seus olhos contornavam minhas curvas.

- Aonde vamos?

- Você vai descobrir.

- Odeio surpresas.

- Você ama elas.

Eu sorri de canto e voltei a fazer minha maquiagem. Reparei em Rosa andando pelo quarto, ela mechia em minhas coisas. Normalmente eu me irritava, mas era fisicamente impossível ficar irritada com ela. Rosa passava as mãos pelos perfumes e minhas estátuas. Ela olhou no espelho fazendo nossos olhares se encontrarem. Eu olhei para baixo, escondendo o rubor no meu rosto. Terminei meu delineado e comecei a me encher de iluminador.

- O que é isso?

Meu coração parou por um segundo. Rosa segurava o meu celular da Hello Kitty.

- É um celular. - tentei disfarçar o nervosismo em minha voz.

Ela o encarava confusa. Eu levantei e fui até ela. Rosa trocou o peso da perna esquerda para a direita enquanto me encarava. Abri o celular e dei em sua mão. Ela o olhou sem muito ânimo e logo o fechou. Senti o nó na minha garganta se desfazer.

- Estou pronta. - anunciei. - Você vai me sequestrar agora ou...

- Com certeza depois.

Eu ri e a puxei para mais perto. Estamos a centímetros de distância. Sua respiração contra a minha pele. Seus olhos inquietos desceram para o meu corpo para depois voltarem para o meu rosto.

- Por que não agora? - eu a instiguei.

Me afastei sorrindo, deixei ela desnorteada. Depois de um tempo, um sorriso brotou em seus lábios.

- Nós vamos sair ou não? - perguntei voltando ao meu tom de voz normal.

- Claro que sim. - ela engrossou ainda mais a voz, me fazendo enlouquecer.

Rosa me deu seu capacete reserva. Subi na moto depois dela e agarrei sua cintura. Eu não tinha medo, mas não iria perder a oportunidade de tê-la tão perto. Estar tão próxima de seu cabelo me fez desejar lavá-lo, porque lavar o cabelo de alguém... SAI DA MINHA CABEÇA CHARLES. Cheirava a amêndoas, não apenas o cabelo, mas ela inteira. Rosa cheirava a amêndoas com uma pitada de perfume amadeirado. Ela, como boa policial, respeitava todos os sinais vermelhos. Eu queria que ela corresse para chegarmos mais rápido a tal surpresa.

Message In a Bottle - Dianetti |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora