|confissão|

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•pov gina•

A noite do meio da semana me entedia. Já meditei com minha própria gravação. Pratiquei minha rotina de dança noturna pela terceira vez. Até sentei para ler, o que não é do meu fetio. Meus olhos passearam pelo meu quarto, procurando uma atividade, eles pararam no celular da hello kitty. Não. Giselle está morta para mim. Comecei a ver uma série. Não prestei atenção, só consigo pensar em Giselle.

Rosa gosta dela? Com certeza ela flertou com a fake, mas isso significa que há sentimentos? Não. Nenhuma dessas perguntas faz sentido. Giselle não é real. Eu sou a dona das palavras. Se Rosa sentiu algo, foi por mim, não por uma atriz paga. Quis me afundar na minha pilha de insegurança, algo que eu amava esconder do mundo, mas por algum motivo, mostrei para ela.

Fui tirada dos meus pensamentos por Rosa entrando pela porta do meu quarto. Eu pulei da cama, surpresa em vê-la.

- Temos que sair daqui.

Ela parecia nervosa. Então, eu apenas assenti. Peguei meu celular e carregador e sai correndo de mãos dadas com ela. Apenas me permiti falar no elevador.

- Como entrou na minha casa?

- Sou uma detetive, Gina.

Ela estava séria, era sexy.

- Isso é alguma fantasia sua?

Sua expressão não mudou. Estava rígida como uma pedra.

- Tudo indica que Pimento quer te ferir.

- Disso eu já sabia.

Ela me passou dois papeizinhos. Eu os li. Segurei uma risada, seu clima não estava para piadas.

- Tem certeza que é ele?

Ela negou.

- Só preciso que fique a salvo. - seus olhos encontraram os meus. Cheios de lágrimas. Eu nunca a vi assim. - Posso te proteger.

Ela estava aflita, por minha causa. Senti meu coração despedaçar-se em mil. A porta do elevador abriu. Eu a segui para fora. Amy esperava no carro, a pressa era tanta que nem a cumprimentei.

- Precisamos ir para minha casa.

- Sua casa? - dissemos eu e Rosa em coro.

- A sua é o primeiro local onde ele irá procurar. Além disso, Rosa, não fique brava...

- O que você fez? - perguntou zangada.

- Comuniquei Holt. - Rosa resmungou em resposta. - Gina precisa de proteção policial.

- Eu posso protegê-la.

Ela lutava contra as lágrimas, estava com medo. Por mim.

- E quem irá te proteger?

Sem resposta, Amy se deu como vencedora. Rosa ficou encarando a janela enquanto Amy dirigia. Eu entrelacei nossos dedos, ela me olhou surpresa com o ato. Queria dizer que tudo ficaria bem, que iríamos sair dessa. Mas não encontrei as palavras, então apenas a olhei nos seus belos olhos castanhos. Rosa me olhava de volta, não dizíamos nada. O silêncio era confortável.

Ela encostou a cabeça no banco e continuou o contato visual. Eu pagaria os milhões que não tenho para saber o que se passa em sua cabeça. Estranhei chegarmos tão rápido, o tempo voa quando estou imersa em seu olhar.

- Fique à vontade. - Amy dirigiu-se a mim. - Irei na casa do Jake, provavelmente vou demorar uma hora e vou tocar a campainha.

Queria dizer que ela piscou no fim da frase, mas na verdade, pareceu um avc.

- Vai logo. - falei.

Rosa sorriu ao notar que estávamos a sós.

- Você vai me beijar ou ficar me admirando como uma obra de museu?

Ela se aproximou de mim e tomou meu rosto em suas mãos. Seus lábios buscaram pelos meus, famintos. Sua língua dançava em perfeita sincronia com a minha e explorava todos os cantos da minha boca como se aquela fosse a primeira vez que me beijava. Sentamos no sofá, sem nunca nos separarmos. Ela estava sedenta por mim e eu por ela. Minhas mãos desceram até sua blusa, tirando-a rapidamente, Rosa arfou em concordância. Eu tirei seu sutiã, nosso beijo estava desesperado. Eu estava desesperada por ela e ela por mim.

Ao sentir seus peitos contra minha roupa, fui capaz de me afastar para despir-me. Apenas com a parte de baixo, me joguei em seus braços, retomando o beijo. Ainda estávamos sem fôlego, mas nenhuma de nós parecia ligar. A única coisa que me incomodava era uma confissão entalada na garganta, mas eu não tinha coragem para falar. As mãos de Rosa pousaram sobre minha bunda, me aproximando. Meu coração palpitava, eu preciso dizer.

- Rosa. - me soltei do beijo.

- Eu fiz algo de errado? Eu sinto muito...

- Não, não. - eu a interrompi. Um sorriso estampou meus lábios. - Muito pelo contrário, eu preciso te falar uma coisa.

- Você fez algo de errado?

Eu congelei.

- Depende.

- Gines...

O apelido me fez corar.

- Eu estou apaixonada por você. - minhas bochechas arderam mais. Encarei meus pés, temendo seu olhar de rejeição.

Ouvi passos em minha direção. Rosa levantou meu rosto pelo queixo, obrigando-me a olhar para ela.

- Eu também. - disse sorrindo. - Eu estava com medo de ser muito cedo.

- Faz anos que gosto de você. Pelas minhas contas, você está bem atrasada.

Ela riu.

- Eu estou apaixonada por você, Linetti.

Eu a envolvi em meus braços.

- E eu por você, Diaz.






Autora: Estão gostando? Querem que eu mude algo? Me dêem o feedback nos comentários.

Muito obrigada pelas 900 leituras <3

Message In a Bottle - Dianetti |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora