22:00. Sábado.
Hongjoong
Outra noite sentado de frente para minha mãe enquanto ela está perdida nos próprios pensamentos. É como se ela não estivesse aqui, como se seu corpo continuasse funcionando no automático.
—Mãe, está me ouvindo? —pergunto e ela me olha, seus olhos escuros como a noite me encaram profundamente.
—Eu não sou tão velha a ponto de perder minha audição, Joong. —ela diz com um sorrisinho e eu assinto, engolindo em seco.
—Como você está? —pergunto e ela dá de ombros, suspirando alto.
—Estou com saudade dele, e isso faz com que eu fique triste. —as mãos trêmulas dela passeiam pelo cabelo e ela engole em seco, piscando rápido para espantar as lágrimas.
—Vocês se viram ontem? —pergunto e ela me olha, assentindo em silêncio.
—Me desculpa, você sabe que eu não consigo e que...—a interrompi antes que ela fale mais alguma coisa.
—Chega mãe, eu sei. —falo grosseiro e ela respira fundo— Você está colocando sua saúde e vida em risco, você já é uma mulher adulta e sabe o que faz.
—Me desculpa. —ela diz com a voz baixa.
—Eu não preciso te desculpar, ok? Só tome cuidado, você sabe que está no seu limite. E eu não estou afim de perder a minha mãe. —falo encarando os olhos dela, sentindo a mesma dor no peito de sempre.
Ver os olhos dela tão vazios e tristes me dói, saber que o brilho deles depende de um homem que só se aproveita do corpo dela me irrita.
—As coisas não são assim, o médico só disse que eu posso ficar internada aqui por mais tempo caso sofra algum tipo de susto.
—Você sabe que não foi isso que ele disse. —me limito a dizer, sentindo as lágrimas me sufocando.
—Certo, você também sabe que eu não posso viver sem ele. —ela diz e eu respiro fundo.
—Tudo bem, se quiser ver ele hoje, veja. Eu só peço que pense em mim também, não só em você. —falo me levantando e caminhando até ela— Se cuida. —deixo um beijinho em sua testa e saio do quarto, respirando o ar gelado da clínica.
Ver minha mãe morrendo aos poucos me faz ficar sufocado, ela sabe que tem que tomar cuidado e age como se fosse apenas uma gripe. Se fosse apenas pelo psicológico dela tudo estaria "bem", mas ela também está doente.
A dependência emocional que ela tem no homem que um dia chamei de pai está matando ela. Ela fica sem comer, sem dormir e até toma remédios quando fica um dia sem ver ele.
E isso fez com que várias doenças surgissem no corpo dela, mas ela parece não ligar desde que no final do dia ele apareça para despejar palavras mentirosas sobre ela.
Respiro fundo outra vez ao parar em frente a boate da noite anterior, talvez beber um pouco ajude a aliviar meu corpo.
—Pensei que você não fosse chegar nunca. —Yunho diz e eu olho para ele.
—Eu estava resolvendo alguns problemas. —falo e ele assente passando o braço pelo meu ombro.
—Vamos entrar, eu te levo em casa hoje. —ele diz e eu apenas dou um sorrisinho, caminhando em direção ao bar da boate.
—Duas doses de uísque, por favor. —Yunho pede ao bartender e me olha em seguida.
—O que foi? —pergunto e ele sorri.
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HEARTBEAT [seongjoong]
FanfictionOnde Seonghwa se vê apaixonado por um cara que beijou em uma noite qualquer e se questiona se seria a melhor opção se declarar. E Hongjoong acha que a melhor escolha é esconder os próprios sentimentos porque acredita que ele não passa de um "passa t...