Wrong Words

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Sexta-feira. 11:30.

Me reviro na cama e abro um pouco os olhos, vendo a luz do sol entrar pelas frestas da cortina.

Passo as mãos pelo rosto e respiro fundo, me levanto da cama e caminho até o banheiro parando em frente ao espelho para encarar meu reflexo por um tempo e respiro fundo outra vez. Saber que hoje eu finalmente vou saber qual o real problema da minha mãe me deixa ansioso.

Tiro minha roupa e entro embaixo do chuveiro deixando a água gelada cair sobre meu corpo e arrepiar minha pele. Mesmo que o clima esteja um pouco frio, eu ainda gosto de tomar banho com água fria quando acordo.

Me pergunto se minha mãe irá reagir mal caso seja algo grave, se ela ficaria feliz caso não fosse nada. Ela é uma mulher difícil de lidar às vezes, então acho que é difícil saber como ela vai reagir.

Kim Hwayoung não é uma mulher fácil. Desligo o chuveiro e coloco uma toalha ao redor da cintura, caminhando de volta para o quarto.

Coloco uma calça jeans preta, uma blusa de botão bege e all star nos pés. Dobro as mangas da blusa até o cotovelo e volto para o banheiro para escovar os dentes e passo a mão pelo cabelo na intenção de arrumar, sem me importar muito em como vai ficar.

Pego meu celular e saio de casa caminhando um pouco apressado pelas ruas. Estou um pouco ansioso para esperar pelo ônibus então vou andando, mesmo que seja longe caminhar um pouco me ajuda a acalmar.

Eu deveria ter pegado pelo menos um cigarro para ir fumando, mas acho que fiz uma boa escolha deixando todos em casa, é por uma boa causa e eu preciso lidar com tudo de uma forma diferente.

Respiro fundo quando paro em frente a clínica e caminho lentamente até a recepção.

—Bom dia, estou aqui para ver Kim Hwayoung. —falo e a mulher à minha frente digita algo no computador.

—Certo, ela está esperando por você. —ela diz com um sorriso simpático e eu assinto.

—Obrigado. —agradeço e caminho em direção ao elevador, esperando pacientemente que ele abra as portas.

Eu ainda não falei com Seonghwa hoje e ele também não mandou nenhuma mensagem, eu deveria chamar ele? Mas sobre o que iríamos conversar?

Digito um "bom dia, ainda está dormindo?" e bloqueio o celular quando a mensagem é enviada. Sei que não tem nada estranho em querer conversar com alguém, mas eu acho estranho conversar com Seonghwa e sempre sentir meu coração acelerado e um sorrisinho insistente nos meus lábios.

—Ei moço —alguém cutuca minha coxa e eu olho para baixo, vendo um garoto de no mínimo dez anos me olhando com os olhos cheios de lágrimas.

—Oi, o que aconteceu? —pergunto me abaixando na altura dele e ele faz um biquinho adorável.

—Meu pai disse para eu pegar água para ele e eu vim parar aqui, agora eu não sei onde ele 'tá. —ele diz fazendo cara de choro e soluça baixinho.

—Ei, não precisa chorar. Você sabe em qual andar ele estava? —pergunto tentando manter a calma e não chorar junto com ele.

—Ele disse que estava no segundo andar, mas eu não sei mexer nessa coisa. —ele diz apontando para o elevador e eu assinto.

—Eu estou indo para lá, quer que eu te ajude a achar o seu pai? —pergunto e ele assente, chorando ainda mais— Certo, qual seu nome?

—Wooyoung. —ele diz limpando as lágrimas e eu assinto.

—Certo. —falo me levantando e a porta do elevador abre— Vem. —estendo a mão para ele e ele segura, entrando no elevador comigo.

—Qual o seu nome? —ele pergunta e eu franzo as sobrancelhas.

HEARTBEAT [seongjoong]Onde histórias criam vida. Descubra agora