I'm not your father

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Hongjoong


Segunda-feira. 16:45.


Infelizmente o final de semana passou como um piscar de olhos, e o motivo para isso é: eu passei todo o fim de semana com Seonghwa.

E saber que minha atitude impensada e movida pelo pouco álcool que eu ingeri me fez perceber que eu quero de alguma maneira muito estranha ser cuidado por ele, me faz querer arrancar os cabelos.

—Hyung, posso ficar aqui com você? —ouço a voz de Wooyoung e olho para a porta, assentindo.

—O que foi? Está com medo do seu quarto? —pergunto e ele nega enquanto limpa o nariz na manga da blusa e carrega o coelho de pelúcia até a minha cama.

—Você sumiu por dois dias, achei que você tinha ido embora igual a mamãe. —ele diz com um sorriso torto e eu engulo em seco.

—Eu não vou sumir como sua mãe, pequeno. —falo sentindo um nó se formar em minha garganta, vendo os olhinhos pequenos dele se encherem de lágrimas.

—Você acha que ela me odiava, hyung? —ele pergunta e eu nego.

—Ela não te odeia, muito pelo contrário, ela deve te amar muito. —minto e seus pequenos olhos encaram os meus.

—O amor sempre dói assim? Por isso o papai sempre diz que a tia Hwayoung está doente por causa do amor? —respiro fundo e me sento ao lado dele, acariciando os cabelos escuros.

—Talvez sua mãe não te ame como deveria amar, entende? O amor não dói, pequeno. Mas ele pode nos deixar doentes se a gente não sabe como lidar com ele, sabe? —falo e ele assente.

—Então por que a tia Hwayoung continua doente de amor? —ele pergunta e eu solto uma risadinha.

—Ela não está doente de amor, ela está doente porque não cuidou bem da saúde dela e ficou andando descalço pela casa! —falo cutucando os pés dele, iniciando um ataque de cosquinhas.

—Hyung! Espera um pouco! —ele diz em meio a risada e eu paro, esperando ele se recuperar para falar.

—O que foi, pequeno? —pergunto e ele me olha, encarando meus olhos profundamente.

—Se o amor não dói, então eu posso amar você? —ele pergunta e eu sinto meu corpo todo travar.

Por que ele iria querer amar alguém que não gosta dele?

Ou melhor, eu realmente não gosto dele ou é só aquele famoso sentimento de implicância de irmãos?

—Claro que sim. —é o que consigo dizer, tentando transparecer algum tipo de confiança.

—Promete que você não vai sumir igual a mamãe? —ele pergunta voltando a encher os olhos de lágrimas e eu assinto, o puxando para um abraço apertado.

—Eu sempre vou estar aqui por você, não importa o que acontecer, eu sempre vou estar aqui. —falo sentindo algo estranho em meu peito, um sentimento novo aquecendo meu coração.

—Hongjoong, podemos conversar? —Soohun pergunta abrindo a porta e eu olho para ele.

—Sobre o quê? —pergunto e ele engole em seco.

—Por favor? —seus olhos vão para Wooyoung e eu assinto com um revirar de olhos, indo até ele contra minha vontade.

Wooyoung me segue e vai para o próprio quarto, me deixando sozinho com o Soohun. Ele se senta na ponta da cama e eu na cadeira da escrivaninha, esperando que ele comece a falar qualquer coisa absurda.

HEARTBEAT [seongjoong]Onde histórias criam vida. Descubra agora