Thinking about you

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Domingo. 12:00.


Eu não consigo me concentrar em nada, não prestei atenção em uma palavra que San disse desde que cheguei aqui.

—Hyung? —ouço ele me chamar e olho para ele.

—Sim?

—No que você está pensando? 'Tá parado com essa cara de bobo a meia hora e não responde nada. —ele diz e revira os olhos enquanto cruza os braços.

—Não estou pensando em nada demais, o que você perguntou? Ah, e pare de revirar os olhos para mim. —falo e ele revira os olhos outra vez.

—Perguntei se você vai jantar lá em casa hoje, é aniversário do Sangyeon e ele pediu para te convidar. —ele diz com um biquinho emburrado e eu assinto.

—Claro que vou, preciso levar alguma coisa além de algum relógio caro? —pergunto e ele dá uma risadinha.

—Não, dessa vez Sangyeon disse que não quer presentes. —ele diz e eu franzo as sobrancelhas.

—Uau, o que aconteceu com seu irmão? Ele sempre disse que gosta de ganhar relógios para fazer uma coleção. —falo e San continua com um sorrisinho nos lábios.

—Ele está namorando agora, então não quer ganhar nada para mostrar para a namorada que é um homem de trinta anos que não se importa com o próprio aniversário. —ele diz em tom de deboche eu sorrio.

—Ele te contou isso? —pergunto e ele assente— Vocês estão próximos de novo? —pergunto surpreso e ele morde o lábio inferior, negando.

—Não, a gente tá tentando, mas ele ainda não se abre muito, sabe? Hyeon ainda é mais próxima por ser mulher e mais nova que eu, mas ele e Hyunsik continuam um pouco distantes com medo do que meu pai pode dizer. —ele diz encolhendo os ombros e eu seguro sua mão, tentando passar algum conforto.

—Eles não tem culpa de nada, seu pai é um idiota, com todo respeito. Afastar seus irmãos de você não vai te fazer ser mais forte ou "mais homem". —falo e ele dá um sorriso triste.

—Eu gostaria que meu pai pensasse assim. —ele diz baixo, talvez mais para si mesmo do que para mim.

—Ei, meu doce —chamo acariciando os cabelos escuros dele e ele me olha —Não fique assim, nem todos os pais sabem como cuidar de um filho. Mas você tem a mim, hum? Eu posso cuidar de você como se fosse o seu pai. —falo e ele força um sorrisinho.

O silêncio se instala e ele se concentra em jogar a ração para os patinhos que se aproximam de nós. Eu gostaria de proteger ele de todas as coisas ruins que o pai dele faz, mas eu tenho medo de interferir e acabar piorando tudo.

Desde que ele decidiu fazer faculdade de arte e não direito e ainda se assumiu pansexual o pai dele tem o tratado mal, como se bater e cobrar que ele tire sempre a melhor nota e fique sozinho seja a forma de fazer com que ele seja "normal".

—Podemos ir naquela sorveteria no domingo? —ele pergunta depois de um tempo, fazendo um biquinho adorável e eu assinto.

—E depois vamos fazer o quê? —pergunto e ele dá de ombros.

—Podemos ir para Moonlight, você não vai lá tem um tempo. —franzo as sobrancelhas e engulo em seco.

—Acho que seria melhor ir no sábado, então. Domingo o movimento é pouco e eu não sei se vamos abrir depois disso. —falo e ele assente, parecendo um pouco mais animado.

—Você quer mesmo fechar e largar tudo? Sabe, lá tem muito de você. Sua história e todo seu esforço, não entendo o motivo de você querer parar agora. —ele diz me encarando e eu o encaro de volta, respirando fundo.

HEARTBEAT [seongjoong]Onde histórias criam vida. Descubra agora