I love you

85 11 0
                                    

Ainda naquele dia...


23:45.


Durante parte do caminho até o rio, eu e Hongjoong rimos e cantamos diversas músicas que poderiam facilmente ser a trilha sonora de um filme de adolescentes apaixonados.

Por um momento, um curto e gostoso momento, eu pensei que estávamos bem e que tínhamos voltado aquilo que éramos. Mas então ele ficou quieto quando uma música tranquila começou a tocar.

Seus olhos encararam a escuridão presente entre as árvores e seus olhos brilharam sob a luz fraca da lua e um silêncio esquisito pairou, um silêncio triste e sufocante.

—Você se arrependeu de ter vindo? —pergunto após um longo tempo em silêncio.

Ficamos dentro do carro desde que chegamos, em silêncio e na fraca iluminação da lua. Hongjoong encarando a movimentação fraca da água enquanto respirava fundo de minuto em minuto.

—O que? —ele pergunta olhando para mim, piscando rápido e limpando os olhos.

—Você se arrependeu de ter vindo comigo? —pergunto e ele franze as sobrancelhas.

—Não sei. —ele se limita a dizer e eu engulo em seco, sentindo o coração bater acelerado.

—Olha, eu não quero estragar o clima nem nada, mas você precisa falar comigo. Estamos sozinhos aqui e você ficou quieto do nada como se não quisesse estar aqui, eu posso voltar e fingir que não aconteceu. —falo em um tom estranho e ele dá uma risadinha sarcástica, ligando a luz do carro.

Seus olhos encontram os meus brevemente, ele morde o lábio inferior e solta um suspiro longo demais antes de sair do carro e começar a caminhar em direção ao rio.

Franzo as sobrancelhas e saio do carro também, caminhando apressadamente atrás dele até que ele para alguns centímetros da margem e se vira para mim. As sobrancelhas franzidas igualmente aos lábios finos e bem desenhados.

—Se eu não quisesse estar aqui eu teria te pedido para voltar assim que eu fiquei quieto, nem tudo é sobre a gente. Não sei se você se lembra, mas a minha mãe morreu há menos de duas semanas e isso é torturante 'pra caralho. —ele diz me encarando profundamente, encarando minha alma.

—Eu sinto muito que você esteja com saudades dela, mas é isso que eu preciso que você faça. Preciso que você diga que não é sobre a gente e sim sobre você, mesmo que você não vá me revelar o motivo eu quero saber, quero ser alguém em quem você confia e se apoia. —falo e ele balança a cabeça, piscando rápido para afastar as lágrimas dos olhos.

—E eu posso confiar em você, Seonghwa? —ele pergunta com a voz alta e eu sinto um frio percorrer meu corpo —Eu posso confiar que você vai me dar aquilo que eu preciso ou pelo menos aquilo que eu mereço?

—Porra, claro que pode, Hongjoong! —minha voz sai tão alta quanto e eu respiro fundo, tentando não falar tão alto —Eu tenho tanto para te dar e te oferecer, e nesses dias tristes como hoje eu só consigo pensar no quanto deve estar doendo em você, até mais do que em mim! Muito mais. E porra, não tem um dia que eu consiga sorrir de verdade desde que estou longe de você e não me importa se não faz mais que dois dias.

—Não diga coisas que você não sente, Seonghwa. —ele diz desviando o olhar para as pedras do chão e eu nego, sabendo que ele não está me vendo.

—Eu não sou como os caras que passaram pela sua vida, tá legal? Certo, sou homem e sou falho demais para me considerar o melhor que já entrou na sua vida, mas eu me sinto assim. —seus olhos encontram os meus de novo e um arrepio percorre todo o meu corpo —Eu me sinto assim porque eu te amo cada dia mais desde que nos conhecemos.

HEARTBEAT [seongjoong]Onde histórias criam vida. Descubra agora