Death is a consequence

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Quarta-feira. 09:30.


A sensação de leveza preenche meu corpo ao meu cérebro decidir que já descansou o suficiente e eu sinto um peso sobre meu peito.

Respiro fundo e estico um pouco o corpo, abrindo lentamente os olhos, um de cada vez. Olho para o relógio na parede e vejo que já se passam das oito da manhã, e que meu quarto não é tão claro assim.

Olho para baixo e vejo os cabelos-cor-de-rosa-desbotado entre meus dedos enquanto eu os acaricio de forma automática, como se fosse acostumado com isso todos os dias.

Meu coração acelera um pouco e a vontade de levantar e sair correndo preenche meu corpo. O que eu estou fazendo aqui?

Seonghwa se remexe um pouco e estica os braços, olhando para mim com os olhos quase fechados. Ele deita a cabeça em meu peito outra vez e dá um sorrisinho.

—Bom dia, gatinho. Dormiu bem? —ele pergunta com a voz mais grave que o normal e eu engulo em seco.

—Dormi sim, e você? —pergunto no automático e ele assente.

—Seu corpo é bem quente, é gostoso. —ele murmura e um sorrisinho bobo cresce em meus lábios.

—Eu preciso ir para casa, eu nunca cheguei tão "tarde" assim. —falo com uma risadinha preguiçosa e ele se senta na cama, expondo o peitoral descoberto.

—Você não quer tomar café comigo? Eu posso te levar em casa depois. —ele diz e eu engulo em seco, me sentando também.

—Eu não quero incomodar. —falo envergonhado e ele franze as sobrancelhas.

—Não vai me incomodar, muito pelo contrário. —ele diz passando a mão pelo cabelo e então me encara profundamente— Eu quero ficar mais um pouco com você.

—Certo. —murmuro desviando os olhos, sentindo meu rosto arder em vergonha.

•••

10:45.

—Não tinha necessidade de se incomodar com isso, eu poderia ter vindo sozinho. Mas obrigada. —falo quando paramos em frente minha casa e olho para Seonghwa.

—Eu quis trazer você. O que foi? Não gostou da minha companhia? —ele pergunta e uma risadinha escapa.

—Eu adorei, mas sou muito... independente? Não gosto de depender dos outros seja qual for a situação. —falo e ele assente.

—A gente se fala. —falo saindo do carro e ele sai também— Esqueci alguma coisa? —pergunto procurando meu celular e ele sorri.

—Não vai me dar um beijinho de despedida? —ele pergunta passando a mão pela minha cintura e um sorriso envergonhado toma conta dos meus lábios.

—Essa não é a última vez que a gente vai se ver, então não. —falo e ele assente, beijando minha testa.

—Hongjoong! Finalmente você está em casa, quem é esse? Seu amigo? —ouço a voz da minha mãe e me afasto lentamente de Seonghwa.

—Mãe. —falo sentindo a vergonha preencher meu corpo.

—Oh, ele é mais bonito do que eu pensava! —ela diz fitando Seonghwa de cima a baixo.

—Obrigada. —ele diz completamente envergonhado.

—Vamos entrar? Estou com sono. —falo a segurando pelos braços.

—Foi um prazer, bonitão! —ela grita antes de entrarmos.

—Igualmente! —ele grita de volta com uma risadinha.

HEARTBEAT [seongjoong]Onde histórias criam vida. Descubra agora