I love u too, friend

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Hongjoong


Alguns dias depois...


Quinta-feira. 05:45.


A semana nunca foi tão longa e os dias nunca foram tão cansativos, nem mesmo quando eu cuidava da minha mãe doente e engolia a seco as coisas que ela me dizia eu ficava tão cansado.

Acho que o cansaço emocional machuca tanto quanto o físico, talvez até mais. Yunho não conseguiu ficar comigo essa semana por ter coisas para fazer e, consequentemente, quem teve que acolher as crises de choro do meu irmão, foi eu.

A única pessoa que ele tem.

Wooyoung acorda aos prantos toda noite, desde que minha mãe se foi. Ele chora a ponto de molhar a fronha do travesseiro enquanto chama por ela e só se acalma quando alguém o abraça e murmura a música que tocava no velório dela.

Eu já pensei em levá-lo a um padre, até mesmo em alguma terapia para crianças, mas acho que é melhor esperar um pouco mais.

Pela milésima vez, Wooyoung está dormindo na minha cama agarrado ao Bonnie, seu coelho de pelúcia. E eu estou me agarrando à mentira de que eu não vou chorar enquanto a brisa gostosa da madrugada bate em meu rosto através da janela e a vontade de fumar me sufoca.

Eu prometi a Wooyoung que não iria mais fumar, não como antes, mas só ontem foram quase duas carteiras de cigarro. Se Yunho ficar sabendo disso, eu vou escutá-lo reclamando pelas próximas cinco gerações.

A saudade dói também. A saudade daquele abraço seguro, o beijo na testa e o timbre gostoso da voz, a saudade da risada e do toque quente em minha cintura. Eu estou completamente rendido e com saudades.

Durante os dias que passamos longe, Seonghwa me mandou algumas mensagens para dizer onde estava, que se aproximou de San novamente e que agora eles eram melhores amigos outra vez.

Eu odeio o fato de ter que lidar com a morte porque eu nunca sei o que vem depois dela. Seja para aqueles que ficam ou para aqueles que se vão. A morte é o começo ou o fim de tudo?

Mas se é verdade que a morte é a única sentença que conhecemos desde o momento que assumimos consciência e que verdadeiramente chegará até nós, então viver é uma distração da morte.

Viver é se distrair do fato de que você vai acabar morrendo, seja agora ou daqui alguns anos. E saber disso é no mínimo sufocante, assustador. Como você consegue viver tranquilamente após descobrir que vive para esquecer da morte?

Como é que eu posso viver tranquilamente sabendo que o único futuro certo que me espera é uma cova funda e um caixão?

—Hyung? —ouço Wooyoung murmurar e guardo o cigarro no bolso do moletom, secando o canto dos olhos.

—Oi, pequeno. —me aproximo, sentando na ponta da cama para acariciar sua perna na esperança de passar algum conforto.

—Eu quero dormir com você. —ele diz com a voz fraca e os olhos brilhando sob a luz fraca da lua que reflete na parede.

—Eu não estou com sono, Woony. Porque você não dorme mais um pouco, hum? Daqui a pouco você tem que ir para a escola. —falo com a voz calma e ele soluça, chorando baixinho.

—Cadê a tia? 'Tô com saudades dela, hyung, eu não quero ir para a escola! —ele diz com a voz alterada antes de começar a chorar alto, abraçando o coelho de pelúcia.

HEARTBEAT [seongjoong]Onde histórias criam vida. Descubra agora