Quinta. 10:57.
O dia amanheceu nublado e um pouco frio, mas diferente dos outros dias eu não estou me sentindo tão bem quanto deveria. Dias nublados são os meus favoritos, mas a sensação ruim em meu peito não me deixa ficar animado com isso.
—Hongjoong? —ouço a voz de Soohun e olho para a porta, o vendo colocar uma das mochilas que está segurando no chão.
—O que foi? —pergunto voltando minha atenção para o livro que estava lendo e ele respira fundo.
—Se Wooyoung ou a sua mãe perguntarem sobre mim, diga que eu fui fazer uma viagem à trabalho. —ele diz e um riso sarcástico escapa dos meus lábios.
—Diga você, caso eles perguntem eu direi a verdade. —falo fechando o livro, encarando seus olhos.
—E qual é a verdade, Hongjoong? —ele pergunta revirando os olhos e eu engulo em seco.
—Que outra vez você está fugindo como um cachorro assustado, jogando suas responsabilidades nas costas dos outros e eu não estou falando sobre mim. —falo um pouco irritado e ele ri, balançando a cabeça e colocando a mochila nas costas.
—Certo, não é como se eu realmente me importasse. —ele diz com um dar de ombros e eu franzo as sobrancelhas.
—Se você não se importa, por quê criou esse circo todo? Não era mais fácil simplesmente agir como se eu não existisse? —pergunto antes que ele saia e ele volta a me olhar, soltando um suspiro pesado.
—No começo eu realmente sentia que isso importava para mim. —ele diz gesticulando no grande espaço entre nós —Mas eu estava errado, e eu também precisava de alguém para cuidar de Wooyoung quando eu fosse embora. Eu não podia deixá-lo em um orfanato ou algo assim, porque ele é o único que importa para mim.
—Por que você continua iludindo a minha mãe, então? —pergunto e ele dá de ombros outra vez.
—Eu realmente me importo com ela, mas eu não posso ficar. Eu não suporto mais olhar para você. —ele diz e eu engulo em seco, tentando engolir as lágrimas junto —Você sabe que quando ela morrer, ninguém vai estar aqui para te ajudar, não sabe?
—Por que você me odeia tanto? —pergunto e um sorriso triste toma conta de seus lábios.
—Porque no fundo eu gostaria que você realmente fosse o meu filho. —ele diz e sai, sem esperar qualquer reação ou resposta.
Depois de tudo de ruim que ele já me disse e fez, essa é a única razão para tudo isso? Eu não ser filho biológico dele? Não é como se fosse minha culpa ser filho de outro homem, nada justifica as atitudes insensatas dele.
Meu celular vibra com a notificação de uma mensagem e eu olho pela barra de notificação, dando um sorrisinho ao ver o nome de Seonghwa.
Seong :)
Quer sair comigo? Eu tenho
um lugar que quero te mostrar.
Te busco em vinte minutos.
Até daqui a pouco, gatinho :)
Respondo um "ok" e bloqueio a tela do celular, encarando o teto do quarto enquanto minha mente ferve pensando sobre milhares de coisas ao mesmo tempo.
°°°
—Você não vai mesmo me dizer aonde vamos? —pergunto quando Seonghwa para em outro sinal e ele nega com um sorrisinho.
—Se eu disser vai perder a graça, não é algo muito grande mas é um lugar que eu gosto muito. —ele diz e eu estreito os olhos.
—Certo, espero que não seja no meio do mato. —falo e ele dá uma risadinha.
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HEARTBEAT [seongjoong]
FanfictionOnde Seonghwa se vê apaixonado por um cara que beijou em uma noite qualquer e se questiona se seria a melhor opção se declarar. E Hongjoong acha que a melhor escolha é esconder os próprios sentimentos porque acredita que ele não passa de um "passa t...