Cap. 33

27 1 4
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



"todas as decepções são secundárias. o único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém a quem amamos."

-romain rolland



KIN - TOKYO, JAPÃO

Se havia uma coisa que Kin havia aprendido é que mesmo que você ache que já atingiu o fundo do poço, você sempre pode ir um pouco mais fundo. Essa verdade a atingiu em cheio enquanto ela era sacudida como um lençol usado dentro do carrinho de roupas sujas do hotel com pelo menos 10 toalhas úmidas sobre a sua cabeça. Ryu definitivamente não seria o funcionário do mês se dependesse de sua coordenação motora e senso de direção.

Quando finalmente o carrinho parou, ele tirou as toalhas da minha cabeça e caiu na gargalhada ao se deparar com a minha cara feia. Tudo bem, eu admito, era impossível resistir à comicidade da situação e quando dei por mim, me peguei rindo tanto quanto ele.

-Não seja ingrata, venha. - falou ele me ajudando a sair do carrinho. - Precisamos correr até o carro. Apenas corra e não olhe pra trás.

Eu confirmei com a cabeça e segurei forte na mão dele. Nós corremos como dois loucos até um carro preto que nos esperava. O carro arrancou assim que Ryu fechou a porta e eu não podia parar de sorrir enquanto meu coração ameaçava sair pela boca pelo esforço físico. Nós paramos por alguns minutos em um banheiro público para Ryu trocar o uniforme do hotel por uma roupa normal. Eu estava com uma calça jeans, uma camisa branca, um tênis qualquer e um sobretudo preto. Eu parecia exatamente igual a uma das centenas de milhares de jovens de vinte e poucos anos de Tokyo. Essa era a ideia. Ryu apareceu com uma calça jeans, um moletom azul escuro e um casaco marrom por cima. Ele estava com um chapéu verde de basquete na mão e o colocou na minha cabeça.

-Ótimo. Porque sua cabeça é tão pequena? Tive que comprar um infantil. - falou ele se sentando ao meu lado.

-Cale a boca. - falei ajeitando o boné na minha cabeça. - Pra onde vamos?

-Você disse que confiava em mim. - falou ele revirando os olhos.

-Hum, então, pelo menos me diga porque não pude trazer meu celular. - falei encarando ele. - Você não planeja me assassinar ou nada do tipo, não é?

-Primeira regra dos vilões: conheça bem seu inimigo. - falou ele enquanto trafegávamos pelas ruas congestionadas. - Há uns dois anos atrás descobri que meu pai havia colocado um localizador no meu celular... para monitorar onde eu estava. Hoje em dia é bem mais fácil, basta ter um aplicativo espião. Qualquer criança de 12 anos com wi-fi sabe fazer isso.

sunsets with you (Vol I - Vol II)Onde histórias criam vida. Descubra agora