XV

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Não conversamos muito depois daquilo, eu estava irritado com Louis, ele era louco por querer ficar ao meu lado e eu sabia que não seria fácil afastá-lo. Não entendia como alguém podia ser tão burro em alguns momentos, será que ele não consegue perceber que eu estou tentando protegê-lo? De qualquer forma, eu o avisei com antecedência, foi opção dele receber uma carta.

Finjo estar dormindo assim que voltamos para o quarto, fiz isso apenas para me assegurar de que ele também estava dormindo. Meu plano era simples: escrever uma carta de despedida e sair dali o mais rápido possível, o único problema é que eu já estava chorando. Eu realmente não queria afastar Louis da minha vida, mas ele provavelmente se machucaria se continuasse por perto.

Pego uma folha e uma caneta dentro da minha mochila, minhas mãos estavam trêmulas e eu não sabia ao certo o que eu escreveria.

"Isso é uma carta de despedida"

Essa não é uma forma muito boa de começar, mas peço um desconto, minha mente está girando.

"Oi, Louis. Você provavelmente vai ter diversas perguntas sobre o motivo dessa carta, mas eu preciso te afastar da minha vida, espero que não me odeie.

Primeiro eu gostaria de agradecer a sua família inteira, vocês sempre foram muito gentis comigo e isso foi algo novo, um novo sentimento, ninguém nunca tinha me tratado dessa forma e eu não poderia estar mais feliz. Vou usar todo o amor que vocês me deram, como se fosse a joia mais preciosa do mundo.

Eu sei que não chegamos a nos conhecer muito bem e espero que você entenda que eu jamais poderia fazer você enxergar tudo que eu passo. Não posso deixar com que você veja todos os meus demônios, até porque eles não precisam entrar na sua vida, não quero que você fique com esse peso.

Por isso preciso que você não procure por mim, acredite, eu estou te poupando de muita dor..."

Estava me sentindo uma pessoa horrível, a carta estava horrível. Como eu podia ser tão idiota? Alguém finalmente estava disposto a estar ao meu lado e eu simplesmente não conseguia aceitar isso, eu sempre precisava complicar as coisas mais simples.

Me diga, isso é minha culpa? Eu preciso me culpar por não confiar nas pessoas?

— Harry? - Louis me chama baixinho.

Amasso o papel onde estava escrevendo e o jogo dentro da minha mochila.

— Por que você está chorando? Vem cá, deita aqui - ele passa as mãos pelo próprio rosto, talvez em uma tentativa de espantar o sono.

— Eu estou chorando porque você deixa tudo isso mais difícil - cruzo os meus braços e me sento na cama dele.

— Como assim?

— Por que você está sendo tão legal comigo? Por que você quer ficar ao meu lado, Louis? Não vê que eu estou tentando te proteger de todas as merdas que acontecem na minha vida? - reviro meus olhos e me deito ao lado dele, deixando nossos olhares conectados por alguns segundos.

— E quem disse que eu quero ser protegido? Harry, você não precisa ter medo de me mostrar quem você realmente é. Estou ao seu lado porque eu quero e não vou sair daqui, espero que você saiba disso.

— Você é doido.

— As melhores pessoas são doidas.

Louis se aproximou e deixou um beijo na minha testa, depois secou as minhas lágrimas e ficou fazendo um carinho em minha bochecha, ele parecia estar me admirando.

— Alguém já te falou que você é bonito?

— Não precisa dizer isso para me deixar feliz.

La di die [larry stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora