La di die [larry stylinson]

XXV

Não sei por quanto tempo fiquei no chão daquela sala, era como se a dor tivesse tirado toda a minha consciência e isso chegava a ser irônico. Eu não tinha forças para me levantar e seria burrice tentar fazer isso, era bem provável que eu saísse mais machucado. Minha cabeça estava girando e meus pensamentos pareciam ser ensurdecedores, sabia o que seria preciso para fazer eles irem embora, mas eu não senti que seria bom me machucar. No fundo eu ainda estava pensando nas coisas que foram ditas por Alex, talvez eu esteja querendo atenção.

Prefiro não refletir muito sobre as coisas, isso seria uma autodestruição e não seria inteligente. Acabo pegando meu celular para ligar para a única pessoa que realmente me escutaria naquele momento, espero que ele não ache que eu esteja sendo um peso.

"Hazz! Eu estav-", eu o interrompi.

"Não, não fala nada, por favor. Eu peço que você me escute."

"Está tudo bem? Você estava chorando?"

Pude escutar sua respiração, ele estava agitado e eu devo ter ocasionado isso. Não sabia o motivo para eu ter o ligado, Louis não seria capaz de mudar nada e também não seria justo caso ele desistisse dos próximos shows por minha causa, eu só precisava desabafar com alguém.

"Eu não estou bem e, sim, eu estava chorando, vou te explicar tudo", respiro fundo antes de continuar, não sabia se aquilo era a coisa certa a se fazer. "Alex e Jeff me bateram e eu não sei se consigo levantar agora, sei que você não vai conseguir fazer nada para mudar o que aconteceu, mas eu precisava... Eu preciso de você me falando que não é minha culpa, Lou. Quero morrer nesse momento e eu tenho certeza de que você não entende o quão sério é isso, preciso de uma distração, ou essa pode ser a última vez que nós vamos nos falar."

"Hazz, nada do que aconteceu é sua culpa. Aqueles caras são uns babacas e você não deve se culpar pelo fato deles serem assim, eu preciso que você tente respirar. E não diz que quer morrer, eu sei que a gente acaba falando isso quando algo dá errado, mas não fica pensando tanto, você não vai morrer."

Louis, Louis, Louis... Se ao menos ele soubesse que não era apenas um modo de falar. Era difícil perceber que ele não acreditava em mim, eu tentei o alertar diversas vezes, gostaria que ele entendesse os diversos sinais que eu já deixei, mas era como se as pessoas tivessem uma barreira para perceber quando alguém precisa de ajuda. Por outro lado, era difícil me expressar, eu tinha medo de me falarem que era apenas frescura ou que eu estava fingindo.

Eu queria dizer a verdade, queria que Louis me conhecesse, mas não podia fazer isso. Do que adiantaria? Ninguém nunca me escutou, não sei como seria diferente dessa vez.

"Você está muito machucado?"

"Louis, eu sempre estive machucado."

"O que você quer dizer com isso?"

Fecho os meus olhos e me seguro para não voltar a chorar.

"Não é nada, esquece."

"Me fala..."

"Quis dizer que não faz nenhum sentido você me perguntar se eu estou machucado porque a resposta sempre vai ser sim. Todas as coisas que acontecem na minha vida me machucam, sempre tentei lutar para não deixar isso me afetar, mas esse esforço foi em vão, eu sempre saio machucado no final."

"Sinto muito por isso, Hazz... Espero que você saiba que não precisa mais guardar essas coisas para si mesmo, eu estou aqui e já disse que não vou sair do seu lado."

"Não diz isso, eu sei que você vai ir embora quando me conhecer por completo."

"Eu não vou."