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— Obrigado por ter aceitado tomar café da manhã comigo - Louis diz enquanto dirigia até uma confeitaria.

— Você está brincando? Eu não perderia isso por nada, você é meu ídolo!

Nada parecia real. Ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo na minha vida, era insano pensar que eu estava indo tomar café junto com meu cantor favorito.

— Então... Quer me falar quem eram os caras de ontem à noite?

Droga.

Seria burrice se eu falasse a verdade. Louis poderia pensar que eu sou uma pessoa indefesa e que sempre precisa ser protegida. E, sejamos honestos, ele não se importa de verdade, provavelmente estava perguntando quem eram os garotos por educação. Uma celebridade jamais ia querer saber sobre a vida de um miserável como eu.

— Eram uns amigos - ele ri e nega com a cabeça.

— Amigos não saem te batendo no meio da rua.

— Era um trote da faculdade, eles não iam fazer nada.

— Quer dizer que ele não ia te socar se eu não tivesse chegado?

— Sim.

— Tudo bem, Harry.

Ele parecia irritado. Tinha certeza que me odiaria, não entendia o motivo dele estar fazendo tudo aquilo, digo, cuidar de mim e me levar para tomar café.

***

Não demoramos muito a chegar em uma confeitaria. Era tudo muito bem enfeitado, as cores eram alegres e não parecia ser muito frequentado, mesmo assim parecia ser um lugar feliz, me sentia bem por estar ali.

— Lotte! Cadê você? - Louis se pronuncia após entrarmos.

Uma mulher de cabelo loiro aparece e logo o abraça, ela vestia um avental colorido e um chapéu combinando, talvez trabalhasse ali.

— Esse é o Harry. Harry, essa é a minha irmã Charlotte, mas pode chamar ela de Lotte.

— Muito prazer, Harry! - ela me abraça.

— Prazer, Lotte! - retribuo o abraço.

— Enfim, a gente veio tomar café da manhã, pode preparar pra gente?

— Claro, Lou! Podem escolher uma mesa, ainda não estamos abertos, então vocês podem comer com calma - Louis a agradece antes de Lotte voltar ao fundo da loja.

Caminhamos até uma mesa um pouco afastada do vidro, acho que Louis não queria ser visto comigo, faz sentido, quem gostaria de ser visto com uma pessoa como eu?

— Vou ser honesto com você, Harry. Eu não te trouxe aqui só para tomar café da manhã... Te trouxe porque não acredito em uma palavra que você falou até agora e eu quero saber a verdade.

Eu gelei.

— Como assim? - sinto minha voz falhar, eu estava nervoso.

— Não acredito que você tenha achado a loja da minha mãe do nada e não acredito que os garotos sejam seus amigos.

— Mas é a verdade... Você nunca falou sobre a sua família em entrevistas e eu sou um grande fã, ou seja, saberia se a Jay fosse sua mãe, mas eu descobri ontem. E eu jamais invadiria a privacidade dela.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Nem meu ídolo acreditava em mim, eu me sentia fraco e idiota por achar que ele seria diferente... Era como se minha garganta estivesse fechando, acho que aquele foi o momento onde eu realmente percebi que não havia esperança. Realmente ninguém se importava ou acreditava no que eu dizia.

— Eles querem ter uma vida tranquila, sem fama ou algo assim, por isso nunca falo sobre eles. Eu peço que você não divulgue o endereço da minha mãe, assim como o da loja da minha irmã - concordo com a cabeça, desejava sumir.

Lotte trouxe nosso café da manhã depois de alguns minutos. Não falamos muito após essa "discussão" que tivemos, eu me segurava para não desabar no choro.

— Você está bem? - Louis me pergunta depois de um tempo, acho que ele havia percebido que eu não comi ainda.

— U-uhum... - droga, minha voz falhou.

Por que era tão difícil segurar o choro quando alguém me pergunta se estou bem? Era como se ficasse mais doloroso esconder, aquilo machucava.

— Harry, você está chorando?

— Me desculpa por ter aparecido na loja da sua mãe. Não sabia que ela trabalhava ali, para ser honesto, eu tive um dia de merda e só queria andar para longe dos meus problemas, mas eu acabei me perdendo... Eu sou músico, então me sinto bem em ambientes musicais, assim como uma loja de música, então entrei - desabei no choro, tudo que eu menos precisava era meu ídolo me odiando, queria implorar por perdão — Me desculpa mesmo, eu posso ir embora e você nunca mais vai me ver... Posso te garantir isso.

Não estava mentindo, Louis me odiava e eu não tinha motivos para estar ali.

— Ei, ei, ei! Calma, tenta respirar, por favor - ele vem para o meu lado e me entrega um copo d'água — Eu acredito em você, está tudo bem, só preciso que você tente respirar.

Se ele soubesse o quão difícil era respirar naquele momento.

***
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La di die [larry stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora