La di die [larry stylinson]

XXVII

Infelizmente não consegui dormir naquela noite, meus pensamentos estavam muito barulhentos e eu fui obrigado a assistir televisão em um volume bem alto para que não acabassem em outra recaída, era estranho se sentir perseguido por sua mente. Mas algo me fez sorrir assim que peguei meu celular pela manhã, Louis me mandou uma mensagem de bom dia e foi engraçado como eu me senti bem com aquilo, quer dizer, era apenas uma mensagem. Ele também me disse que estava animado para me contar sobre a surpresa e isso estava me deixando ansioso, ainda tenho que esperar doze dias para que ele volte, essa demora toda chegava a ser torturante.

Preciso ser honesto, meus sentimentos sobre Louis estão uma confusão. Nós somos amigos e seria estranho se eu começasse a gostar dele, mas eu me sinto tão bem perto dele... Sentia que podia ser eu mesmo sem medo de falar algo porque sei que ele não vai me julgar, claro, não deixando ele me conhecer por completo. Tê-lo ao meu lado parece ser um avanço, nunca permiti que alguém estivesse comigo, sei que não é um grande passo, mas já é alguma coisa. Tenho medo de me permitir sentir algo e no final ele me dizer que não era bem aquilo, sei que amigos não se beijam, por isso fico ainda mais confuso.

Infelizmente fui obrigado a sair da minha "bolha de sentimentos" pois escutei alguém abrindo a porta e meu corpo gelou, tive medo de ser Alex, Jeff ou até mesmo o meu pai.

— Bom dia, meus amores! — Me senti aliviado ao escutar a voz de Jay, provavelmente Louis se esqueceu de avisar que eu estaria ali.

Me forço a levantar da cama, mesmo com toda aquela indisposição e desânimo, e caminho até a sala enquanto ajeitava minhas roupas. O apartamento de Louis tinha dois andares, ele morava na cobertura, o espaço todo era bem iluminado e em tons suaves de cores, era como se não quisesse chamar atenção com a tintura. Mas você poderia observar ao redor e notar os diversos quadros de shows antigos, bandas já não existentes ou de partidas de futebol, ele era um fã, além da visão ampla para a cidade através das janelas presentes no primeiro andar. Eu não conseguia me imaginar morando em um lugar assim, tudo era tão alegre... Preferia morar em uma casa escura e com vista para uma floresta, uma casa estilo crepúsculo para ser honesto.

— Oi, Jay, bom dia. — Falo me espreguiçando ao descer as escadas para a sala.

— Harry! Você me deixou preocupada ontem, aconteceu alguma coisa? — Ela se aproximou de mim e me abraçou bem apertado, de uma forma que me fez perceber sua preocupação.

— Me desculpa... Achei que Louis tivesse conversado com você, aconteceram algumas coisas e eu não queria te deixar preocupada, mas parece que isso não funcionou.

— Você quer conversar? Já tomou café da manhã? — Após separar o abraço, Jay voltou a me olhar como se eu fosse uma rosa delicada que pudesse se desmanchar a qualquer instante.

Me sentia culpado por parecer estar querendo atenção, era como se todos da família Tomlinson tivessem pena de mim e isso me machuca muito, não quero que eles tenham medo de me deixar ir, quer dizer, eu vou ser livre algum dia e tudo bem se não puder experienciar isso vivo. Não quero que me olhem como se eu precisasse de proteção.

— Você deve estar ocupada, não precisa se preocupar. 

— Não estou! Vim aqui para cuidar dos cachorros, sempre faço isso quando Louis está viajando. — Ela caminhou até o potinho de ração dos cachorros e colocou um pouco de comida para eles. — Conseguiu dormir?

— Não... A insônia não me deixa fazer isso.

— Mesmo? Você já tentou ir ao médico? Isso pode significar algo sério, não podemos dar bobeira.

— Nunca fui em um profissional para tratar minha insônia. Como assim pode significar algo sério?

— Bom... Primeiro você deve saber que não existe uma causa específica para a insônia, mas ela pode estar conectada com a reflexão, a preocupação excessiva, mudança no ambiente em que se dorme ou problemas recentes na vida. Enfim, algumas consequências de uma noite não dormida, além da falta de concentração, é a ansiedade, depressão e a ideação suicída, dores físicas e doenças cardiovasculares. — Respirei fundo e engoli seco, de qualquer forma eu acabaria morto, era uma questão de tempo.