XXVIII

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Minha noite foi muito tranquila, dormi tão bem que acabei tento um sonho... Eu ainda estava enrolado nas cobertas e me recusei a abrir meus olhos naquele momento, então decidi deixar minha imaginação rolar para que eu conseguisse lembrar do que eu tinha sonhado.

Recordo-me de Louis me acordando de um cochilo com um sorriso no rosto, ele estava arrumado e eu estranhei isso, mas não me importei pois os beijos que estava recebendo eram bem mais importantes naquele momento.

"Hazz... Levanta, dorminhoco, tenho uma surpresa para você e preciso que se arrume.", ele me diz.

Não o questiono sobre essa tal surpresa, apenas me levanto da cama e caminho até o guarda-roupa. Como ainda estava com sono e sem nenhuma noção de moda, optei por uma escolha segura. Peguei uma camisa de botões branca e uma calça skinny preta, não esquecendo do meu tênis da vans. O tênis foi por pura influência de Louis. Nós entramos no carro e cantamos enquanto ele dirigia em direção a algum lugar.

Por sorte chegamos rápido, pude reconhecer o local, era um restaurante francês renomado. Ficamos trocando carícias e beijos durante o jantar, agíamos como um casal e eu estava gostando disso. De repente, ele se levanta da cadeira onde estava sentado e se ajoelha na minha frente, eu estava tremendo e minha visão ficou embaçada por conta das lágrimas. Louis retirou uma caixinha do bolso e a abriu, tinha um anel ali, um anel de namoro.

"Hey... Não sei muito bem como consegui ter coragem para fazer isso, mas eu queria dizer que você mudou completamente a minha vida para melhor e eu não quero me imaginar sem ter você ao meu lado. Bom... Hazz, eu gostaria de saber se você me daria a oportunidade de ser seu namor-"

— BOM DIA, MANINHO! — Gemma gritou enquanto começava a pular na cama.

Tive que respirar fundo, eu estava na melhor parte do meu sonho. Infelizmente tinha que acordar para a vida, mas fiz isso com um sorriso no rosto, eu estava com minha irmã.

— Bom dia, princesa! Dormiu bem? — Derrubo ela na cama com cuidado e faço um ataque de cócegas nela.

— Hazza! — Ela diz entre risadas, meu coração estava quentinho naquele momento. — Minha barriga vai doer de tanto rir.

— Não vai não. — Paro com as cócegas e deixo um beijinho na testa dela. — Eu te amo, sabia disso? Você torna os meus dias muito melhores.

— Eu também te amo, maninho! Amo passar os dias com você, não é tão legal lá em casa, mas eu sei que posso ir até você quando me sinto triste. — Gemma me abraçou de forma apertada, me senti feliz com ao escutar o que ela havia falado. — E eu dormi muito bem.

— Que bom, maninha. Está com fome? A gente pode fazer panquecas...

— Eu quero!

Concordo com a cabeça e pego ela no colo com cuidado. Eu amo a nossa relação, sei que muitos irmãos não se dão bem e esse era um dos meus maiores medos quando descobri que minha mãe estava grávida, mas eu nunca precisei fazer muito esforço para ter um relacionamento bom com Gemma, ela sempre me usou como um espelho e eu uso isso como motivação para ser um exemplo. Sei que não faz muito sentido, não vou estar mais aqui em oito meses.

Assim que chegamos na cozinha, a coloco sentada no balcão e começo a pegar os ingredientes para prepararmos as panquecas.

— Hazz?

— Sim?

— A gente pode escutar música enquanto preparamos o café da manhã? Pode ser alguma do Lou.

— Claro que podemos!

Coloco 'Kill My Mind' para tocar, Gemma amava dançar ao som dessa música.

***

Quando acabamos de comer, decidimos ir até a sala de estar para assistir desenho, foi legal no início, mas Gemma percebeu que Louis possuía todas as edições de Just Dance e fez questão de jogar algumas delas. Jogamos por uma hora mais ou menos e eu deixei ela ganhar.

Não perdi, obviamente deixei minha irmã ganhar.

Infelizmente tivemos que parar, Gemma precisava se arrumar para ir a escola. Hoje estava calor e eu odiava dias assim, era horrível ter que cobrir meus braços e pernas. Minhas recaídas não pararam, eu continuava sentindo a necessidade de me aliviar com os cortes, mas eu sentia que estava ficando melhor em esconder isso. Eu estava sorrindo como nunca.

Tentei não olhar muito para baixo durante o banho, sabia que meu corpo era um gatilho para mim mesmo. Minha mente estava confusa sobre meus sentimentos, eu deveria parar de me colocar para baixo, estou feliz... Talvez eu queira me enganar sobre isso, pode ser que minha tristeza nunca tenha ido embora. Odiava esses momentos em que ficava sozinho com minha mente, parecia um suicídio lento e torturante, minha cabeça era minha pior inimiga.

***

Estava penteando o cabelo de Gemma, não fiz algo elaborado, um simples rabo de cavalo estava ótimo. Ela estava em silêncio, eu estranhei isso, minha irmã sempre tinha algo para falar.

— Você está bem? — Pergunto enquanto dava os últimos toques no penteado.

Não obtive nenhuma resposta, me senti incomodado com isso, mas preferi não questionar demais, ela não era obrigada a me falar as coisas, por mais que nós não guardássemos segredos um do outro...

— Tudo bem... Vamos?

— Não quero ir pra escola hoje. — Seu tom de voz era baixo, podia sentir que ela estava se segurando para não chorar.

— Por quê?

— Não quero ir, só isso...

Tudo bem, eu estava preocupado.

— Podemos ficar em casa ou sair se você quiser...

— Você vai me deixar faltar hoje?

— Sim... Só hoje. — Ela me deu um abraço apertado, eu quis chorar.

Sabia que algo estava errado e minha mente estava muito agitada pensando em todas as possibilidades possíveis para o comportamento estranho de Gemma. Talvez ela não quisesse ouvir as outras crianças comentando sobre a família que tinham, sei que a nossa família não é perfeita e isso pode deixar minha irmã triste.

Essa foi a única conclusão que consegui pensar naquele momento, posso estar errado, mas essa era a única possibilidade que me deixou mais calmo.

***
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La di die [larry stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora